Cenas de constrangimento explícito temperaram ontem à  noite, na sede da Federação da Agricultura do Estado do Pará (Faepa), a posse  do novo presidente da augusta Academia Paraense de Jornalismo (APJ), Walber  Monteiro.
Tudo começou com um discurso do presidente que saía,  Gilberto Danin, que mencionou, entre outras coisas, a renovação do estatuto da  entidade que reúne os ilustrados coleguinhas.
Donato Cardoso, que já presidiu a APJ e há algum tempo tem  feito críticas públicas a Danin, não gostou do que ouviu. Quebrando o  protocolo, tomou a palavra e sentou a pua – no próprio Danin e, de  quebra, no Golpe de 1964 e nas Forças Armadas que o promoveram.
O clima ficou pesado.
Pesadísimo.
Um militar de uma das três Armas, presente à solenidade,  teve ímpetos de se levantar e rasgar  do local, mas preferiu se conter.
Conteve-se, no entanto, até o término da solenidade: assim  que foi erguido um brinde pela posse do novo presidente, o milico foi embora. Não ficou nem para  experimentar um canudinho.
E quanto a Danin e Donato Cardoso?
Durante o coquetel, parece que ainda trocaram palavras  ásperas.
Palavras ásperas, fique bem entendido, é como se chama um  bate-boca entre coleguinhas da Academia Paraense de Jornalismo.
Alguns temeram que, nos moldes do UFC, um finalizasse o outro.
Mas, felizmente, isso não ocorreu.
Acalmados os ânimos, cada um comeu a sua empada, tomou seu  guaraná, arrotou e foi embora.
Mas pelo menos um jornalista ainda murmurou, de si para si  mesmo, depois de tanto constrangimento:
- Mas o que é que eu vim fazer aqui?
Ainda espera a resposta até agora.
 
 











