Nove em cada dez magistrados estão satisfeitos
com a carreira que abraçaram. Segundo o Censo do Judiciário do Conselho Nacional de
Justiça (CNJ), dos 10,7 mil magistrados que responderam ao Censo, 91,8%
afirmaram estar satisfeitos com a opção profissional que fizeram (clique aqui para ver os dados).
Para a desembargadora do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4),
Maria Madalena Telesca, magistrada há 24 anos, as dificuldades da carreira não
modificaram sua convicção na vocação profissional.
“Adoro ser magistrada. Nunca tive dúvidas a
respeito da carreira, mesmo quando estava sobrecarregada de trabalho.
Independentemente da remuneração, essa é a minha escolha de vida”, afirma a
desembargadora, que atua em duas turmas e no núcleo de conciliação do TRT4,
além de ocupar a vice-presidência da Associação dos Magistrados Brasileiros
(AMB).
“Não é fácil atender às demandas da família, da
vida social e cultural com o trabalho, mas o nosso trabalho é muito importante
para a sociedade. Em alguns momentos, o retorno da sociedade justifica o
sacrifício”, diz a magistrada. Dos três principais ramos do Poder Judiciário,
Justiça Estadual, Federal e do Trabalho, é na primeira que trabalha o maior
número de magistrados que aprovam a opção profissional que fizeram.
O juiz do Trabalho Ronaldo Antônio Messeder
Filho diz ter feito “uma escolha livre e consciente” pela magistratura, mas vê
as prerrogativas constitucionais do cargo (vitaliciedade, inamovibilidade e
irredutibilidade de subisídio) sob ameaça. “Nossa Constituição foi muito sábia
ao estabelecer prerrogativas aos ocupantes do cargo de juiz. As coisas que ali
estão descritas não foram colocadas lá por acaso. Existe uma razão e um
contexto histórico. É sempre importante lembrar que prerrogativas não são
privilégios. A estrutura de um cargo é pensada e estruturada em razão do tipo
de função e de atividade que irá ser desempenhada, não em razão de pessoas
particulares”, afirma o juiz da Vara de Araçuaí, interior de Minas Gerais.
Os resultados finais do levantamento por
tribunal serão apresentados durante o VIII Encontro Nacional do Judiciário, que será realizado nos
dias 10 e 11 de setembro, em Florianópolis/SC. O balanço vai contribuir para
aprimorar a gestão das Cortes.
Serviço à sociedade
Serviço à sociedade
Dos magistrados que responderam ao Censo, 70%
disseram-se satisfeitos com o serviço prestado à sociedade. O índice de
satisfação é maior na Justiça do Trabalho que nos outros dois ramos. “Uma sentença
sempre vai agradar a um e desagradar a outro, mas é sempre muito bom quando
percebemos que as pessoas reconhecem o trabalho que fazemos”, diz a
desembargadora do TRT4.
Do total de 16,4 mil magistrados, 65%
participaram do Censo do Judiciário do CNJ.
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