Ninguém duvida que o brasileiro perceba que o vigor econômico tem de vir antes dos benefícios sociais e incentivos e aumentos de salário. Os benefícios, todos sabem, só pode existir se houver emprego, estabilidade e ambiente favorável à produção. É tranquilizador ver que, entre as prioridades, ganharam importância à redução de impostos e o combate à inflação. O próximo presidente precisa dar prioridade à saúde e à educação, aumentar o salário dos professores, gerar emprego e renda. A carga tributária hoje coloca mais de 50% das empresas em situação bastante delicada. Ela deve ser desonerada para que as indústrias consigam se estabelecer no país. Devemos ter um governo menos preocupado com projeto de poder, e sim com desenvolvimento popular.
Quem está acostumado a gastar mal ou sem planejamento terá menos reservas futuras e dependerá mais da previdência social e de outras formas de amparo do governo. Agora, quem sabe administrar bem seu dinheiro é uma prática cidadã. Quem evita gastos desnecessários (principalmente com juros das dívidas) tem mais dinheiro para o consumo útil. Os benefícios, nesse caso, ocorrem em cadeia. Ao aquecer a economia, beneficiamos comerciantes, distribuidores e produtores. Isso gera mais empregos, aumenta a arrecadação de impostos e, consequentemente, os recursos do governo para dar apoio aos cidadãos em várias áreas. A educação financeira nunca é demais, os bancos também ganham. Passam a emprestar menos dinheiro aos indivíduos e mais às empresas, e isso as ajuda a vender mais.
A educação financeira valorizada é de fundamental importância. Não para preservar apenas o futuro do individuo que planeja, mais para movimentar a economia, impactada pelas boas escolhas. É bom reconhecer que, planejamento financeiro, não é sinônimo de cortar gastos e fazer algum tipo de poupança. Planejar as finanças significa obter mais qualidade de consumo, mais produtividade e realização pessoal no uso do dinheiro. Isso envolve gastar de maneira mais planejada, recompensadora e sustentável, poupar de maneira eficiente o mínimo necessário para que o bom padrão de consumo não vire frustração amanhã.
Não queremos ensinar ninguém, mas é fato que falta educação financeira e política ao eleitor brasileiro. Uma boa parte se recente de consciência, razão e atitude. A propaganda eleitoral que invade nossas casas diariamente, de gratuita não tem nada, é uma idiossincrasia de país subdesenvolvido. Somente beneficia quem está por cima. É nocivo, antidemocrático e enganador por dar mais tempo na televisão a qualquer partido que esteja no poder (claro, no primeiro turno). É um bombardeio de ofensas com efeitos especiais e personagens montados, que nos irritam profundamente. O eleitor, coitado, parece suscetível à influência das maquinas partidárias, das mentiras, das ofensas e da hipocrisia de grande parte dos candidatos.
O eleitor é um cidadão que trabalha, precisa observar também o retorno às atividades do Congresso Nacional, passadas as eleições realizadas no primeiro turno. Há temas críticos a debater e votar, especialmente em economia. O ano termina com uma combinação preocupante de tendência de aumento de desemprego, baixa atividade, contas públicas desalinhadas e atrofia acentuada da musculatura no que respeita a investimento privado. Votações incorretas no Legislativo podem enfraquecer e comprometer 2015. O ano que vai findando se apresenta com nuvens cinzentas sobre setores importantes da economia, para evitar o mau agouro e necessário a ação imediata de deputados e senadores.
Domingo, 26, o país vai às urnas para eleger o seu presidente é o mesmo que foi às ruas há um ano. Foram protestos, pacíficos e incendiários, contra a corrupção, contra a roubalheira institucionalizada nos últimos anos com indicadores sociais e econômicos, a volta da inflação, a alta do custo de vida e as alianças espúrias com corruptos. Ainda há tempo. Aproveite seu voto!
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SERGIO BARRA é médico e professor
sergiobarra9@gmail.com
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