Trump e Biden: um debate frustrante, é certo. Mas Trump é aquele que, numa simples conversa em botequim de esquina, seria capaz de torná-lo indigno da presença de um ser humano |
quarta-feira, 30 de setembro de 2020
Trump já indicou desinfetante contra a Covid. Como travar com um homem desse um debate de alto nível?
terça-feira, 29 de setembro de 2020
Patrimônio de Naldo Morais, candidato do PSDB a prefeito e pai de preso na Operação SOS, triplica em quatro anos
José Arnaldo, 55 anos, é o Naldo Morais, pai de Nicolas André Tsontakis Morais, que Francisco Falcão qualifica como o "principal articulador do esquema criminoso" investigado pela Operação SOS.
"Quanto a SKN depositou para você passe para o Beltrame também". É Cassol falando.
Tsontakis é descrito como dono de fortuna de R$ 600 milhões e intermediário do pagamento de propina a secretário
PF efetua prisões em operação que investiga fraudes superiores a R$ 600 milhões na construção de hospitais de campanha no Pará
Além de Belém, a polícia está em diligências em Capanema, Salinópolis, Peixe-Boi e Benevides. O volume de recursos empregados no procedimentos fraudulentos superam os R$ 600 milhões. Segundo a PF, os investigados são empresários, o operador financeiro do grupo e integrantes da cúpula do governo do Pará, além do próprio governador Helder Barbalho (MDB).
Os crimes investigados são fraude em licitações, falsidade ideológica, peculato, corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa, com penas previstas superior a 60 anos de reclusão. Entre os mandados de busca e apreensão, um deles foi cumprido no gabinete do governador Helder Barbalho, conforme mostra uma das fotos acima, distribuídas pela Polícia Federal.
A Operação SOS, como a PF a denomina é um desdobramento da Para Bellum, ocorrida em junho, que desvendou irregularidades na compra de respiradores imprestáveis pelo governo do Pará. De acordo com informações da Polícia Federal, participam das diligências 218 agentes, 14 auditores da CGU e 520 policiais civis.
Até agora, já estão confirmadas as prisões do secretário de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia, Parsifal Pontes, que anteriormente ocupava o cargo de chefe da Casa Civil do governo Helder Barbalho, e de Antônio de Pádua Andrade, secretário de Transportes, além de Leonardo Maia Nascimento, assessor especial do governador.
O ministro Francisco Falcão também mandou prender Peter Cassol de Oliveira (na casa de quem a Para Bellum encontrou R$ 750 mil em espécie dentro de um cooler), Nicolas Andre Tsontakis Morais (que também usava o nome falso de Nicholas André Silva Freire), Cleudson Garcia Montali, Regis Soares Pauletti, Adriano Fraga Troian, Gilberto Torres Alves Júnior, Raphael Valle Coca Moralis, Edson Araújo Rodrigues e Valdecir Lutz.
sábado, 26 de setembro de 2020
Dos 12 que disputam a Prefeitura de Belém, quatro declaram patrimônio acima de R$ 1 milhão
Gustavo, Cássio e Thiago: os três de maior patrimônio entre os 12 que disputam a PMB |
Em Parauabepas, cinco candidatos declaram R$ 65 milhões. E Darci? Nem casa própria tem.
Valmir e Francine: uma dobradinha de R$ 40 milhões em Parauapebas |
A eleição para prefeito de Parauapebas, município que está entre os dez de maior PIB per capita do Pará, reúne cinco candidatos a prefeito (um deles vice numa das chapas) que somam mais de R$ 65 milhões em patrimônio declarado, segundo apontam sete registros até agora disponíveis no sistema da Justiça Eleitoral.
No topo da lista está o empresário Valmir (PSD), que declarou R$ 30.034.695,00.
Sua vice, a tucana Francine Hipersenna, declarou R$ 10.786.704,32 em bens, patrimônio constituído praticamente somente por imóveis (mais de 25).
Léo da Cervebras (PSL) declarou bens no valor de R$ 21.300.000,00.
A seguir, aparecem Doutor Rubens (PSOL), com R$ 4.424.775,49, e Hipolito (Patriota), com R$ 1.210.269,40.
Darci Lermen, o prefeito do MDB que concorre à reeleição, declarou um patrimônio de apenas R$ 183.000,00: dois veículos e um terreno de 600 metros quadrados.
Nem casa própria ele tem.
Entenderam?
Nem eu.
Wal do Açaí, a ex-fantasma, agora é Wal Bolsonaro
quinta-feira, 24 de setembro de 2020
Ver Trump sendo escorraçado - ele e seu deboche - sob vaias é um prazer indescritível
Canoa, rabeta, tanquinho de lavar roupa... Da relação de bens de candidato, não escapa nada.
quarta-feira, 23 de setembro de 2020
Com seus protocolos eleitorais, a Globo contraria injustificadamente a própria Globo
Repórteres da Globo com máscara: protocolos elogiáveis são contrariados por outros, de naureza eleitoral, no mínimo discutíveis |
A Globo, ao que se informa por aí, estabeleceu seus protocolos de cobertura com os candidatos a cargos majoritários às próximas eleições.
Uma das mudanças, em relação aos anos anteriores à pandemia: não haverá debates, no primeiro turno, com mais de quatro candidatos, para evitar aglomerações.
Outra: foram suprimidas as tradicionais entrevistas individuais com os aspirantes ao cargo de prefeito.
A Globo, justiça se faça, tem adotado procedimentos elogiáveis durante essa pandemia, inclusive para proteger seus profissionais, obrigados a usar máscara em suas externas e, na medida do possível, transferir o microfone para o próprio entrevistado segurá-lo enquanto fala, em respeito ao mínimo distanciamento.
Palmas à Globo.
Mas, em relação aos anunciados protocolos para a cobertura eleitoral, a Globo deveria, em nome da transparência que deve à opinião pública e em homenagem à lógica, razoabilidade e racionalidade, explicar-se melhor. Bem melhor.
Quanto aos debates com mais de quatro candidatos, admita-se com muito, mas com muito esforço, que evitá-los com mais de quatro candidatos presentes presencialmente é acertado, já que seria uma temeridade facilitar aglomerações, neste momento em que a pandemia oferece apenas pálidos sinais de que começa a ceder.
Mas, sem muito esforço, mesmo esse protocolo limitado a quatro candidatos é injustificável. E quem demonstra que é injustificável? A própria Globo, ora bolas.
Durante o período inteirinho da pandemia, inclusive no seus picos, a GloboNews (que segue os mesmíssimos padrões da Globo), promovia, quase todo dia, o dia inteiro, debates com cinco, seis especialistas para discutir aspectos da doença. Cada um dos debatedores na sua casa, é claro.
Por que a Globo não poderia fazer o mesmo, por exemplo, com os 12 candidatos à Prefeitura de Belém? Ou mesmo com cinco, seis ou sete?
Qual o problema de cada um desses baluartes ficar em sua própria casa, em seu próprio escritório, na sede de seu próprio partido, e participar de um debate?
Qual seria a diferença desse procedimento em relação aos debates que a GloboNews faz?
E em relação às entrevistas?
Pior ainda. Aí mesmo é que a ausência de justificativas da Globo para suprimi-las torna-se mais chocante e clamorosamente inaceitável.
A Globo, em todos os seus telejornais, usa em certas reportagens quatro, cinco e até mais entrevistados para repercutir os assuntos abordados.
Cada um dos entrevistados, é claro, está no seu próprio ambiente, a trocentos quilômetros de distância da Globo.
Qual a diferença desse procedimento em relação a entrevistar um candidato a prefeito?
Quais os riscos ou quais as dificuldades operacionais que haveria em entrevistar-se cada um dos candidatos a prefeito de Belém, por exemplo, se cada um permanecesse em sua casa, conectado com a transmissão ao vivo?
E de programas como o do Bial - que permanece em casa, até porque é do grupo de risco, mas entrevista tranquilamente as pessoas, cada uma também em sua casa -, o que dirá a Globo para explicar a diferença com entrevistas individuais com candidatos?
Esse tema é dos mais relevantes porque, a meu juízo, os debates e as entrevistas individuais que emissoras de TV promovem - não apenas a Globo, vale dizer - representam o meio mais eficaz, ou menos ineficaz, se quiserem, para que o eleitor possa aferir a viabilidade das propostas que os candidados apresentam para o País, para um estado ou para um município.
Por quê?
Porque os debates permitem o contraditório - seja de um candidato com outro, seja de candidatos com entrevistadores das próprias emissoras.
Ao contrário, os programas eleitorais veiculados no horário gratuito do TSE, muito embora vários deles sejam reconhecidamente de alto nível profissional, não passam de um monólogo, não é? Um monólogo que sempre converge para atender, evidentemente, ao propósito de projetar a imagem e as propostas de um candidato qualquer.
Por isso, é de se lamentar que a Globo, ao eleger seus protocolos eleitorais, esteja contrariando frontalmente - e injustificadamente - os protocolos que a própria Globo, rotineiramente, observa em seus telejornais e outros programas de entretenimento.
terça-feira, 22 de setembro de 2020
Bolsonaro é a mentira, a vergonha. Mentindo na ONU, ele afunda o Brasil no ridículo.
Bolsonaro: seu nome é mentira. A mais completa, a mais desbragada e repulsiva mentira. |
Bolsonaro é uma vergonha.
Ou melhor, Bolsonaro é a vergonha.
O Aos Fatos divulgou sua checagem do discurso que Bolsonaro fez na ONU, na manhã desta terça (22).
Comprovadamente, o site apurou 11 mentiras escandalosas que Bolsonaro proferiu.
Além disso, o presidente cometeu várias outras imprecisões e fez afirmações contraditórias ou insustentáveis.
Como classificar um homem desse?
Fosse eu, seria um mentiroso.
E Bolsonaro, quando expele num só discurso 11 mentiras?
E Bolsonaro, quando usa a tribuna de um fórum mundial, como a ONU, para envergonhar toda uma Nação, ele deve ser considerado o quê?
E Bolsonaro, quando arrota publicamente, em dimensões mundiais, suas manias persecutórias, ele deve merecer que tipo de diagnóstico?
Bolsonaro, quando faz tudo isso, é aquele mentiroso que dá vazão à sua compulsividade.
É o governante sem as mínimas condições de ligar lé com cré, contaminado até o último fio de cabelo pelo vírus do negacionismo e do direitismo mais desastrosos.
É o governante destituído de uma réstia sequer de compromisso moral em admitir realidades flagrantes, como o fogaréu que lhe varre as ventas e que, em boa parte, agravou-se exponencialmente porque seu governo, passando a boiada com arte e engenho, desmontou e continua a desmontar os órgãos de fiscalização ambiental.
Bolsonaro, o mentiroso, é a vergonha alheia.
Brasileiros envergonhados - aos milhões - com o desrespeito, a irresponsabilidade e as manias persecutórias que Bolsonaro protagoniza num fórum mundial como a ONU não se sentem, certamente, representados por ele. Mas não podem, mesmo assim, evitar de sentirem-se envergonhados.
Ah, sim: todas as vezes em que o blog faz apreciações como essas, há leitores anônimos que vão às caixas de comentários e alegem, como se tivessem descoberto a Terra plana, que Bolsonaro foi eleito democraticamente.
Mas o que é que a boca tem a ver com o nariz? Ambos estão bem próximos. Só isso. Mas uma, a boca, nada tem a ver com o outro, o nariz. Absolutamente nada.
Então, resumindo: sim, Bolsonaro é o presidente do Brasil eleito democraticamente; mas Bolsonaro é o presidente do Brasil eleito democraticamente que mente despudoradamente e envergonha o Brasil.
Simples assim.
Petistas e bolsonaristas, unidos, jamais serão vencidos. É a política, gente!
Sirlene, a petista, e Aguinaldo, o bolsonarista: juntos, unidos pelo Brasil Grande! (reprodução extraída do jornal O Globo) |
Sabem o PSL, aquele partido que os petistas dizem ser um covil de fascistas, terraplanistas, negacionistas, fanáticos, olavistas e vendilhões da pátria que estão destruindo o Brasil como nunca se viu em 500 anos de história?
Pois é. Esse PSL estão de mãos dadas com o PT.
Sabem o PT, aquele partido que o PSL e os bolsonaristas dizem ser um covil de ladrões da pátria, de párias da política, de esquerdistas vadios e heróis da melhor ética introduzida pelo mensalão e pela Lava Jato?
Pois é. Esse PT estão de mãos dadas com PSL e bolsonaristas.
Aconteceu em Itapirapuã Paulista (SP), um município de apenas 4,1 mil habitantes, mas um enorme, precioso laboratório contaminado pelo vírus mais saudável da mais edificante coerência política.
Lá, PT e PSL, unidos, jamais serão vencidos.
A candidata a prefeita é Sirlene Almeida (PT), que tem como vice Aguinaldo Cruz (PSL). Eles aparecem acima, em foto disponível em reportagem publicada em O Globo desta terça (22).
Como aqui já se disse, é a política, gente. É a política!
Não se espantem nunca, porque a política sempre tem muito a nos ensinar.
sábado, 19 de setembro de 2020
Os resilientes ainda não acreditam, mas Úrsula não poderia mesmo participar das eleições deste ano
Úrsula Vidal: os resilientes podem até não acreditar, mas ela não poderia mesmo disputar as eleições deste ano. Palavra do TSE. |
Resiliência é substantivo inscrito no léxico há trocentos milhões de anos.
Mas, parece, foi descoberto apenas mudernamente.
E mudernamente tem sido usado exaustivamente para definir quase tudo.
Inclusive para definir equivocadamente condutas que nada têm de resilientes.
E assim é que há os, digamos assim, juristas resilientes.
Eles não se rendem, não se curvam, não se dobram às evidências nem que a vaca tussa.
Quando contaminados por paixões político-partidárias, então, aí mesmo é que nada é capaz de convencê-los de que dois e dois são quatro e muito menos de que a Terra é redonda (ou plana, como acredita uma certa catiguria de patriotas).
Pois o Espaço Aberto ainda está recebendo, aqui e ali, opiniões de leitores que não se conformam com a inalterabilidade dos prazos previstos na PEC nº 107/2020 (convertida na LC n° 64/90, que adiou as eleições deste ano de outubro para novembro e acabou inviabilizando a candidatura da secretária de Cultura, Úrsula Vidal.
Mesmo que o prazo das convenções já tenha expirado na quarta-feira passada, dia 16, leitores anônimos, com linguajar que trai sua atuação na área do Direito e indica suas paixões político-partidárias, precisam conhecer, pelo menos, a resposta do TSE a uma consulta formulada sobre o prazo para desincompatibilização relativo às eleições de novembro.
Se quiserem, vejam no TSE o processo nº 0601158-37.2020.6.00.0000.
O consulente foi o deputado Félix Mendonça (PDT-BA) e relator, o ministro Tarcisio Vieira de Carvalho Neto.
O acórdão da Corte, lavrado em 20 de agosto e publicado em 2 de setembro, é claro, claríssimo, ao reforçar que o prazo para desincompatibilização de servidores públicos e agentes políticos expirou em 4 de junho de 2020, e não em 15 de julho de 2020, como chegou a acreditar a secretária Úrsula Vidal.
Os juristas resilientes podem não acreditar, mas, como diria José Luiz Datena, aquele filósofo, pré-socrático, "essa é a realidade dos fatos".
Leiam, abaixo, o acórdão:
-------------------------------------------------------
1. Consulta formulada nos seguintes termos: "as hipóteses previstas na LC n° 64/90 que repousam na
necessidade dos servidores públicos e agentes políticos se afastarem dos seus cargos e funções pelo
prazo de 04 (quatro) meses anteriores a data da eleição, deverão considerar a data 4 de junho de 2020
ou 15 de julho de 2020?".
2. A formulação de consulta válida pressupõe o cumprimento de três requisitos cumulativos: i) a
legitimidade do consulente; ii) a pertinência temática; e iii) a inequívoca abstração aliada à objetividade
e clareza da dúvida plausível. Atendimento, no caso, de todos os elementos.
3. Os prazos de desincompatibilização quadrimestrais da Lei Complementar no 64/90, levando-se em
conta a data anteriormente prevista para o pleito eleitoral, venceram em 4 de junho de 2020, ou seja, em
data anterior à da publicação da Emenda Constitucional nº 107/2020, o que impõe a incidência do
instituto da preclusão disposto no art. 1º, § 3º, IV, b, da referida norma, vedada a sua reabertura.
4. Consulta conhecida e respondida no sentido de que o prazo para desincompatibilização para aqueles
agentes públicos que, nos moldes da Lei das Inelegibilidades, devem se afastar de suas funções quatro
meses antes das eleições segue o disposto no art. 1º, § 3º, IV, b, da Emenda Constitucional no 107/2020.
Acordam os ministros do Tribunal Superior Eleitoral, por unanimidade, em responder a consulta no
sentido de que o prazo para desincompatibilização para aqueles agentes públicos que, nos moldes da Lei
das Inelegibilidades, devem se afastar de suas funções 4 (quatro) meses antes das eleições segue o
disposto no art. 1º, § 3º, IV, b, da Emenda Constitucional no 107/2020, nos termos do voto do relator.
Brasília, 20 de agosto de 2020.
MINISTRO TARCISIO VIEIRA DE CARVALHO NETO - RELATOR
Publicado em 02.09.2020
RBG, a juíza. Três letras que indicam retidão, bravura e grandeza. Três letras que traduzem a justiça.
Ruth Bader Ginsburg: ela nos inspirou a acreditar na justiça e na dignidade humana |
A juíza da Suprema Corte dos Estados Unidos Ruth Bader Ginsburg morreu de câncer, nesta sexta-feira (18), aos 87 anos de idade.
Acabo de ver no Jornal Hoje que milhares de pessoas concentram-se em frente à Suprema Corte, em Washington, para prestar-lhe as últimas homenagens.
Não lembro, na história recente, ter acontecido manifestação semelhante quando da morte de um magistrado da Corte Suprema americana.
Mas Ruth Bader Ginsburg era, simplesmente, RBG.
Foi um ícone, um símbolo, um emblema, um brasão cinzelado com os tons da retidão, da bravura e da grandeza.
No ano passado, assisti ao excelente A Juíza, o documentário que conta a trajetória de RBG.
Assistam-no urgentemente.
Assistindo-o, conheci um pouco da retidão, da bravura e da grandeza de uma mulher.
De seu senso de justiça.
De sua extrema, de sua imensa sensibilidade social, sobretudo para reconhecer que os ditos mais fracos - aquele contingente enorme de cidadãos lanhados por todos os preconceitos - não são, em verdade, os mais fracos; eles são fortes, mas esmagados por estruturas sociais, econômicas e ideológicas cruéis e excludentes.
Conheci a acurada capacidade de RGB em demonstrar que a lei não é o caminho, mas um dos caminhos para se promover a justiça.
Conheci suas lições de vida sobre como dobrar as resistências com a força de bons argumentos e de práticas de vida consentâneas com seus idelismos.
RBG.
Pense nela.
E pense que, sim, há razões para acreditar na supremacia do humanismo sobre tudo o que desabona e desmerece a natureza humana.
sexta-feira, 18 de setembro de 2020
Um homem é o candidato a prefeito de Belém pelo Partido da Mulher. Por quê?
Dr. Jeronimo: apesar das qualidades que ele se atribui, por que não uma mulher como candidata do Partido da Mulher? (foto de Thiago Gomes/O LIBERAL) |
Bolsonaro é show! Com tendência sempre a piorar.
Bolsonaro assiste à devastação da Amazônia: novo, ele é sempre o velho Bolsonaro. Um show! |
quinta-feira, 17 de setembro de 2020
Dez candidatos querem governar Belém. Terá, cada um, pelo menos dez propostas viáveis e concretas para Belém?
Belem vista a partir da Ilha do Combu: apenas cinco promessas bem cumpridas já servem (Foto: Espaço Aberto) |
Edmilson Rodrigues (PSOL), Thiago Araújo (Cidadania), Cássio Andrade (PSB), José Priante (MDB), Gustavo Sefer (PSD), Everaldo Eguchi (Patriota), Mário Couto (PRTB), Vavá Martins (Republicanos), Guilherme Lessa (PTC) e Cleber Rebelo (PSTU).
São dez os candidatos confirmados a prefeito de Belém nas eleições de novembro.
É muito candidato, gente.
São muitos partidos.
São muitos nomes.
Belém, sabemos, tem uma miríade de problemas.
Há mais de 1 mil problemas para cada candidato.
Eleições, também sabemos, são um sorvedouro de promessas. Cumpri-las é sempre um drama, no decurso do qual governantes eleitos revelam, geralmente, todo o potencial que possuem para enganar todo mundo, todo dia, ao mesmo tempo.
Se cada candidato apresentasse dez propostas - fundamentadas, factíveis, viáveis - de largo alcance (social, inclusive) para Belém, Belém agradeceria.
E se cinco - pelo menos cinco - dessas dez propostas fossem plenamente cumpridas, o nome desse governante já mereceria uma estauta.
Belém terá isso desta vez?
Terá pelo menos cinco bons motivos para acreditar que o compromisso do Poder Público com o bem-estar coletivo pode operar-se concretamente, acima inclusive de paixões políticas?
A conferir.
terça-feira, 15 de setembro de 2020
Até petistas trataram cordialmente Jatene na Alepa. Já os quatro fiéis tucanos, esses só faltaram se esconder embaixo de sua bancada.
Ana Cunha, Cilene Couto, Luth Rebelo e Victor Dias: traição com grife |
PF faz buscas e apreensões em cinco municípios do Pará, durante operação que investiga fraudes de R$ 150 milhões
A devastação também se faz através da corrupção escandalosa, operada nos subterrâneos por quadrilhas integradas, não raro, por empresários interessados em cevar-se na exploração irregular de madeira.
Nesta terça-feira (15), a Justiça Federal do Distrito Federal deu um passo relevante para desvendar parte desses esquema criminosos ao autorizar a Operação Tokens, deflagada pela Polícia Federal para investigar fraudes em certificados digitais de fiscais e gestores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Vejam imagens nas fotos acima, divulgadas pela PF.
A Justiça Federal expediu cinco mandados de prisão e 48 de busca e apreensão para execução em 29 cidades de Goiás, Tocantins, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo, além do Distrito Federal. No Pará, segundo a PF, foram efetuadas buscas e apreensões nos municípios de Tomé-Acu, Paragominas, Tucuruí, Xinguara e Redenção.
As fraudes tiveram como beneficiários proprietários rurais e empresários do ramo de exploração florestal e agropecuária com áreas embargadas nos estados do Pará e Mato Grosso. Foram constatados 122 desembargos irregulares em nome 54 pessoas físicas ou jurídicas, com potencial prejuízo para a União da ordem de R$150 milhões em multas não recolhidas e descumprimento de embargos em áreas ambientais sensíveis da Amazônia legal.
O
inquérito, segundo a PF, foi instaurado a partir da identificação, pelo Ibama, da
fraudes ocorridas contra diversos de seus superintendentes, agentes e fiscais com o uso de tokens expedidos indevidamente por terceiros falsificadores. Houve
colaboração de informações de inteligência entre o Ibama e PF para levantamento
dos fraudadores, beneficiários e suposto envolvimento de outros intermediários
e servidores públicos.
Em levantamentos iniciais realizados no âmbito da PF, fora identificada quadrilha já investigada pela PF no estado de Goiás, e a conexão com diversas fraudes ocorridas em todo o Brasil, tendo como beneficiários principais grandes propriedades rurais localizadas nos estados do Pará e do Mato Grosso. Essas fazendas têm como sócios pessoas físicas e jurídicas de diversos estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
segunda-feira, 14 de setembro de 2020
Torcedor e bandido não são a mesma coisa. Quando um torcedor age como bandido, é preciso ser reprimido pela polícia.
Quantas vezes você já viu cenas como essa? Essas crianças são torcedores? Falem sério. |
Torcedor é torcedor, bandido é bandido.
Algumas vezes, ou muitas vezes, as duas condições podem se expressar na mesma pessoa.
Quando tal ocorre, no entanto, o torcedor travestido de bandido deve, necessariamente, ser reprimido na medida dos seus atos e na extensão de suas condutas.
A Imprensa do País inteiro, sobretudo a esportiva, repercute as ameaças de agressão, os xingamentos e as intimidações criminosas de que foram alvo os jogadores do Corinthians no Aeroporto de Guarulhos, quando voltavam do Rio para São Paulo após a derrota do time para o Fluminense por 2 a 1, neste domingo (13).
Os protestos, ao que se diz, tinham à frente torcidas organizadas do Corinthians.
Como torcedor, sempre achei que não existem torcidas organizadas. Existem grupos criminosos organizados, isso sim.
Esses bandidos se travestem de torcedores e formam quadrilhas para o cometimento de crimes. Isso é óbvio.
Quem discorda desse conceito lembre-se da infinidade - isso mesmo, infinidade - de crimes ocorridos antes e depois de partidas de futebol, normalmente nas imediações de estádios. Quem esteve envolvido nesses incidentes? Membros das ditas torcidas organizadas, é claro.
Isso já aconteceu e acontece, inclusive, aqui mesmo em Belém, entre integrantes de grupelhos organizados que se proclamam torcedores de Remo e Paysandu.
Nos casos de crimes ocorridos nessas circunstâncias, a polícia não age nos moldes indicados para a repressão a criminosos? Não identifica os envolvidos, não os indicia e não envia os inquéritos para que o MP ofereça a ação penal?
Pois é.
Em casos tão comuns como o que ocorreu agora em Guarulhos, por que a polícia não prendeu os transgressores?
Já não bastasse a conivência repulsiva das diretorias de clubes com essas quadrilhas integradas por supostos torcedores, ainda temos a polícia mostrando-se inerte diante desses protestos agressivos em aeroportos, durante o desembarque de jogadores.
Pode essa inação da polícia, Arnaldo?
Seis motivos para duvidar da tempestade perfeita do jornalismo
A noção de crise no jornalismo tem perseguido profissionais, estudantes e pesquisadores da área com mais frequência nos últimos anos. Os fatores que estariam provocando a comunidade a se preocupar com o futuro da profissão estão associados a um aspecto conjuntural que poderia ser compreendido, no linguajar dos economistas, como uma “tempestade perfeita”.
A metáfora refere-se à "convergência de circunstâncias que levam a uma catástrofe", conforme descrito por Daniel Fernandes, em um artigo publicado no Estadão, em 2015, ao lembrar que o uso se popularizou a partir do livro "The perfect storm", de Sebastian Junger, também roteirizado para filme (traduzido no Brasil como "Mar em fúria").
Há uma certa razão nisso. O jornalismo vive períodos turbulentos. E a realidade dá algumas pistas disso. Vejamos 4 aspectos fundamentais da crise:
- Em primeiro lugar, o jornalismo perdeu a primazia na produção e circulação de informação. A internet impôs um cenário de hiperconcorrência, escancarado pelas novas possibilidades de comunicação, conforme explicam os canadenses Jean Charron e Jean Bonville.
- Esta nova realidade avança para um segundo aspecto da crise, descrito no famoso e controverso dossiê do jornalismo pós-industrial de C.W. Anderson, Emily Bell e Clay Shirky. Além da pulverização da audiência, que passa a consumir informação (ou desinformação) em outros ambientes, reduzindo o valor do espaço e tempo publicitário dos jornais, o movimento de fuga de recursos de anunciantes soma-se às novas possibilidades de comunicação entre organizações e público.
- Como consequência, temos o avanço do terceiro aspecto, expresso pelas dificuldades das empresas em garantir os empregos de jornalistas e o investimento em produções mais caras, como as grandes reportagens.
- O quarto e mais recente movimento diz respeito ao cenário político e pela chamada pós-verdade. Em países como Brasil, Estados Unidos, Hungria, Índia, entre outros, a crise das instituições, da qual emerge um novo tipo de populismo neoliberal, calcado também na desinformação e ataques ao jornalismo, tem promovido a desconfiança sobre o valor do trabalho jornalístico. As pessoas agora questionam, geralmente pelos motivos errados, se os jornais realmente estão pautados por critérios de relevância social e interesse público.
E, de quebra, ainda temos a pandemia, que aprofunda a fuga de capital publicitário dos jornais e exige a adaptação de jornalistas ao trabalho remoto.
O jornalismo, aquela atividade cuja função primordial tem sido inegavelmente a de dar sentido ao conceito de interesse público, deve ser percebido a partir do seu papel informativo marcado pelas contradições inerentes a uma instituição cujas lógicas fundamentais são a expressão da crise da modernidade: o aspecto comercial (interesse privado representado pela necessidade de audiência e captação de recursos para sustentação do negócio) e o aspecto emancipatório (interesse público representado pelo ímpeto jornalístico na busca por acesso à informação e justiça social).
A partir de um olhar histórico, portanto, podemos relativizar o sentido da crise do jornalismo ou do que poderia ser chamado de tempestade perfeita.
Como demonstra a pesquisadora estadunidense Elizabeth Breese, o jornalismo vive uma crise perpétua demarcada por um discurso que, volta e meia, ganha força, colocando em questão o futuro do jornalismo e da profissão. Geralmente mudanças tecnológicas, novas mídias ou novos perfis de entrantes na profissão tendem a arrefecer os argumentos dos mais saudosistas.
Se observarmos alguns dados recentes, como do Instituto Reuters, que monitora o consumo jornalístico anualmente mais de 40 países, veremos que nem tudo está perdido. Pelo contrário. A partir de um olhar geral sobre a compreensão da importância do jornalismo na vida das pessoas, o que temos é uma curva ascendente em muitos aspectos. Eu listo aqui 6 motivos para duvidarmos da tempestade perfeita.
- As organizações jornalísticas aparecem em quarto lugar dentre as mais confiáveis para se saber sobre o coronavírus, atrás apenas de cientistas, médicos e organizações de saúde. No Brasil, a proporção de pessoas que se diz preocupada com a difusão de conteúdos falsos na internet é de 84%, o que coloca o país no topo do ranking, sendo que 40% identificam estes conteúdos como provenientes do meio político, indicando algum grau de senso crítico sobre o assunto.
- Outro dado interessante é sobre os assinantes de veículos na web. Nos Estados Unidos 20% das pessoas assinam sites jornalísticos, na Noruega 42% e na Argentina 11%. No Brasil, grandes e pequenas marcas jornalísticas também têm comemorado o crescimento de assinantes. Estes são números promissores que indicam a capacidade de sustentação financeira do jornalismo pelo consumidor direto, sobretudo porque a maior parte das pessoas que assinam, o fazem porque acreditam que terão informação de qualidade.
- Outro dado importante que aponta a existência de uma demanda por produtos jornalísticos diz respeito ao jornalismo local. 71% das pessoas dizem buscar informações em sites de notícia local e o Brasil lidera o ranking mundial de pessoas que se dizem interessadas em notícias locais, com 73%.
- Diferentemente das análises que apontam uma redução da capacidade de cobertura horizontal e vertical do jornalismo, o que temos é um mercado cada vez mais heterogêneo e segmentado. Poderíamos listar uma série de inciativas que se abrem como novas possibilidades de trabalho aos jornalistas
- Consideremos ainda a demanda pelo trabalho de checagem de informações que vem se consolidando nos últimos anos, além de outras novas diversificações do trabalho jornalístico como as lives que vêm fazendo enorme sucesso, convertendo-se em novas oportunidades de faturamento.
- Por fim, é preciso também lembrar das produções para streaming, como documentários e podcasts, que têm apresentado um crescimento significativo nos últimos anos. Nunca se consumiu tanta notícia como agora, porque também nunca se teve tanto acesso e tanta diversidade de oferta e de canais neste mercado.
Não estamos dizendo que o jornalismo está superando a crise, porque a crise do jornalismo é insuperável. Mas se nos permitirmos estabelecer uma visão mais ampla do jornalismo, a partir de um olhar histórico, veremos que esta é apenas mais uma tempestade que desafiou o jornalismo a se adaptar à realidade. Não significa que temos um jornalismo melhor do que antes. Significa que temos novas condições em disputa que oferecem possibilidades de avanços e retrocessos.
Autor: Guilherme Carvalho é doutor com pós-doutorado em Jornalismo. Professor e coordenador do curso de jornalismo do Centro Universitário Internacional Uninter. Diretor científico da Associação Brasileira de Ensino de Jornalismo (ABEJ).
sábado, 12 de setembro de 2020
Disputa entre Gustavo Sefer e Éder Mauro tem tudo para não acabar nem mesmo quando terminar
Gustavo Sefer x Éder Mauro: disputa marcada para a próxima quarta-feira pode se estender além da convenção |
A convenção do PSD no Pará, que vai escolher entre Gustavo Sefer e Éder Mauro como candidato à eleição para prefeito de Belém, será uma das mais animadas.
E tudo indica que, pela animação à vista, não vai acabar nem mesmo quando terminar.
Depois de terminar, pode continuar. De uma outra forma - e ainda mais animada.
A ala bolsonarista do partido alinhada com Éder Mauro, o mais notável pit bull de Bolsonaro no Pará, está certa de que seu pré-candidato vai emplacar a indicação dos convencionais.
Mas, se isso não se confirmar, já está em preparação uma espécie de plano B para o day after, ou seja, para a campanha que sucederá à convenção.
Há duas alternativas possíveis.
A primeira, fazer uma espécie de campanha paralela, para colar em Gustavo Sefer o selo de candidato chapa branca, auxiliar do governo Helder Barbalho (MDB).
A segunda, fazer a mesma coisa, mas apoiando ostensivamente um candidato, digamos assim, mais afeito com os princípios bolsonaristas.
A conferir.
Emedebistas e tucanos do Pará juntos no mesmo palanque. Vocês não acreditam? Esperem um pouco.
Comecem a contagem regressiva, meus caros, porque isso pode acontecer de fato.
Não agora. Mas em 2022, nas eleições presidenciais.
Quem está dizendo?
João Doria, o governador paulista, que, ele sim, já começou desde 1º de janeiro de 2019 sua contagem regressiva para disputar o Planalto.
Hoje, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), está sendo aclamado em convenção candidato tucano à reeleição.
Seu vice? O vereador Ricardo Nunes, do MDB.
E o que isso tem a ver com o Pará?
É que "uma vitória da dupla consolidaria uma aliança que poderá fortalecer a candidatura de João Doria (PSDB) em 2022", diz a nota de abertura da coluna Painel, da Folha deste sábado (12).
E não é só isso: Baleia Rossi, ninguém menos que o presidente nacional do MDB, aspira à presidência da Câmara dos Deputados em 2021 (confiram na nota Chapas, na mesma coluna). Para tanto, conta com o recíproco apoio do PSDB.
Viram?
Emedebistas e tucanos do Pará já podem ir encomendando o fato, porque de fato poderão estar no palanque de Doria em 2022.
Todos juntos, de mãos dadas por um Brasil dos sonhos de todos os brasileiros.
É a política, gente.
A isso chama-se política, entenderam?
quinta-feira, 10 de setembro de 2020
Bolsonaro faz "discurso" de dois minutos e meio. Mas ele pode falar mais do que isso?
Bolsonaro viaja de Brasília ao Rio para discursar por menos de três minutos. https://t.co/AVH2N4j2qZ pic.twitter.com/RmY1TSichx
— Lauro Jardim (@laurojardim) September 10, 2020
Vejam essa tuitada do jornalista Lauro Jardim, de O Globo.
Mas, sem brincadeira: falar por no máximo três minutos, esse não é o conteúdo que a enorme, a inesgotável capacidade intelectual de Bolsonaro é capaz de suportar?
Aliás, o Mito é um sábio.
Discursando por dois minutos e meio, ele é capaz de ganhar o Nobel de alguma coisa. É o máximo que, como se diz, o presidente pode dar de si.
Até porque, se ele falar por 1 hora e você espremer - mas espremer com vontade -, acabarão sobrando três minutos. Se tanto!
Bolsonaro, a rigor, não fala, nem lê.
Seus gestuais físicos são sempre os mais eloquentes.
Por exemplo: quando o PhD em epidemiologia anda sem máscara ou quando passa a mão no nariz para deter seus corrimentos nasais, esses gestos dizem tudo sobre quem é Bolsonaro.
Sem que ele precise falar absolutamente nada.
Grande Mito!
Um mestre na difícil arte de se comunicar bem.
Ricardo "Passar a Boiada" Salles "passa a boiada": de uma vez só, 29 portarias revogadas
Espiem só como é.
Lembram-se do passar a boiada, esse termo de alto sentido filosófico-político-bolsonarista - ou político-filosófico-bolsonarista, sei lá - mencionada naquela inesquecível, didática, comovente reunião de lordes de 22 de abril?
Pois é.
Ricardo Passar a Boiada Salles passou a mão na caneta e tangeu sua boiada até os bois mugirem.
Nesta quarta (9), o Diário Oficial da União traz um revogaço.
De uma vez só, foram revogadas 29 portarias, entre elas a que criou o Comitê Permanente de Desburocratização do Ministério do Meio Ambiente e a que institui a realização do Encontro Formativo Nacional de Educação Ambiental para a Gestão das Águas.
Com todo o respeito, mas isso é pra gado nenhum - os da boiada, fique bem claro - botar defeito.
quarta-feira, 9 de setembro de 2020
Esquerda e direita, unidas, jamais serão vencidas. A Lava Jato que o diga.
Esquerda e direita, unidas, jamais serão vencidas.
Jamais serão vencidas em suas notórias capacidades de julgar o mundo apontando os dedos para a caratonha dos outros.
Nesta quarta-feira (9), as redes sociais pegam fogo.
Antifas festejam operação da Lava Jato contra advogado ligado a bolsonaristas.
Bolsonaristas festejam a operação Lava Jato contra advogado ligado a interesses petistas - ou lulistas, se quiserem.
Uns e outros - antifas e direitistas (ou fascistas, como antifas os rotulam) revelam mais genuinamente a extensão e as tortuosidades das réguas que usam para julgar o mundo quando se posicionam sobre a Lava Jato.
Antifas defendem-na com unhas e dentes, todas as vezes em que o corrupto do outro lado é um direitista - de preferência, é claro, bolsonaristas.
Fascistas (como os chamam os antifas) querem porque querem a Lava Jato íntegra e intocável quando os alvos são esquerdistas (de preferência petistas lulistas) corruptos ou bolsonaristas arrependidos (leia-se Wilson Witzel, por exemplo).
E antifas e fascistas, é claro, querem o fim da Lava Jato e dão vivas a Augusto Lavajatismo Aras quandos os seus (deles, antifas e fascistas) são atazanados pelo lavajatismo.
Esquerda e direita, unidas, jamais serão vencidas em seus julgamentos apaixonadamente imparciais.
Jamais!
terça-feira, 8 de setembro de 2020
Roubar pode ser um ato de filantropia, ensina ex-prefeito do MDB. Que confessa ter roubado!
Num certo país - cujo nome eu jamais declinaria, é claro -, em que se rouba secularmente, despudoradamente, descaradamente, fartamente e insistentemente, há os grandes ladõres, os pequenos ladrões e os mais ou menos ladrões.
O ex-prefeito de Cocal (PI) José Maria Monção (MDB) haverá de incluir-se em qual dessas categorias?
Vejam esse vídeo que viraliza nas redes sociais.
Monção confessa que, sim, ele roubou, mas não "o tanto que esse aí roubou". Esse aí, no caso, é o atual prefeito do município - tucano, registre-se.
Além dessa confissão enternecedora, o ex-prefeito ainda oferece uma lição edificante e de alto sentido humanístico e solidário sobre o sentido, digamos assim, filantrópico do ato de roubar.
É comovente.
Monção, que já foi preso por roubalheira, chega a dizer que, se foi preso, é porque houve um motivo, ora bolas.
Sinceramente, essa sinceridade à flor da pele ainda haverá de redimir os políticos.
Inclusive os ladrões em qualquer grau.
Doutor Bolsonaro dá a receita de botequim. E por que não trocarmos o Bolsonaro?
Essa aí, vocês sabem, é uma daquelas famosas fotos que flagraram Bolsonaro aparando com um braço seus, digamos, eflúvios nasais - vulgo catarro.
Isso foi em pleno pique da pandemia.
Naquela época, o doutor - PhD em doenças contagiosas e uma sumidade internacional em termos de etiqueta - fazia digressões fundamentadas sobre a inofensividade da gripezinha, que até agora já matou mais de 127 mil pessoas no Brasil, marca que, nem assim, tem sido suficiente para fazer Bolsonaro afastar-se de seu negacionismo insano.
Pois é.
Agora, ou mais precisamente depois da prisão de Fabrício Rachadinha Queiroz, Bolsonaro, tutelado pelos generais, passou a falar menos.
Mas quando fala é para externar preleções inteligentes como essa aí que se vê na imagem, uma declaração que ele deu na sexta-feira (4).
Desprezem a impropriedade na conjugação do verbo satisfazer. Se empenhar-se em aprender a conjugação correta, é arriscado Bolsonaro sofrer uma convulsão. Não queremos isso.
Essencial mesmo - e prática - é a lição do doutor.
"Troca o botequim", recomendou esse cientista de excelência, no caso da cerveja.
"Troquem o Bolsonaro", podem dizer os brasileiros que se envergonham de ter um cidadão dessa catiguria como presidente, o pior em cinco séculos de história no País.
segunda-feira, 7 de setembro de 2020
Sou idiota, sim. Mas uma senhorinha de 91 anos me leva a crer que não sou propriamente um idiota.
Sou mesmo um idiota.
Por sê-lo, continuo em quarentena. Literalmente e completamente.
Por ser um idiota, só ponho os pés na rua em duas situações: quado compelido por imperiosos deveres profissionais e funcionais e para correr sozinho às 4h30 da madrugada (justamente para não encontrar ninguém), durante três vezes na semana.
Sou idiota porque, pra mim, a pandemia, agora, encontra-se no mesmo nível de quando começou - em fevereiro, março, por aí.
Sou idiota porque, na minha cabeça, a Covid-19 mata - já perdi dois cunhados, além de vários amigos e muitos conhecidos.
Sou idiota porque continuo apavorado, enquanto os outros estão em festa. Literalmente.
Sou idiota porque, na minha cabeça, não são 207,6 mil os infectados no Pará; são mais de 1,3 milhão, conforme inquérito epidemiológico da Uepa, acolhido como veraz, como digno de crédito pela própria Sespa.
Idiota, lembro-me da figura comovente do príncipe Liév Nikoláievitch Míchkin, o idiota de O Idiota, de Dostoiévski.
O idiota de O Idiota era, coitado, um ingênuo. Era ingênuo, bondoso, humanista, idealista, crente nos melhores ideais, capazes de identificar o ser humano com o melhor que se pode extrair da natureza humana.
O príncipe, no romance, é tão cheio de ingenuidades e inocências que chega, para muitos leitores como eu, a ser revoltante. Nas primeiras páginas do livro, não há quem não deixe de dizer de si para si: "Mas que idiota"!
Viviam chamando o príncipe, é claro, de idiota. Uma vez, em suas reflexões, ele indagou a si mesmo: "Mas que idiota sou agora, quando eu mesmo compreendo que me consideram um idiota?"
Que nem eu: quando vejo todo mundo na praia (espiem ao lado como estava Ipanema, no Rio, neste domingo), nos bares, nas ruas, quando vejo este novo normal que é igualzinho ao velho normal, "eu mesmo compreendo que me consideram um idiota", como o príncipe Míchkin.
Apesar de toda a minha idiotice, tenho razões para tentar iludir-me do contrário.
Leiam a nota lá em cima. Está na coluna de Ancelmo Gois, em O Globo desta segunda (7).
Essa senhorinha de 91 anos é a prova de que lucidez e sabedoria não têm idade.
Ela é o meu alento de que, apesar de me considerarem um idiota, eu ainda posso dizer: "Só que não".