terça-feira, 28 de outubro de 2014
Abstenção assustadora parece não assustar. É assustador.
É curioso como esta democracia brasileira, que obriga o cidadão a votar, não dá a menor importância para a necessidade de motivar o cidadão a votar.
O índice de abstenções no pleito do último domingo, no Pará, foi de espantosos 25,52%, o equivalente a 1,3 milhão de eleitores que não foram às urnas. Com 400 mil abstenções a mais, teríamos a quantidade de votos obtidos por Helder Barbalho, o preferido por 1,7 milhão de eleitores no segundo turno.
Olhem só em Melgaço, município da Ilha do Marajó.
De acordo com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a abstenção chegou a impressionantes 56,55% - a maior do país. Apenas 4.743 dos 11.308 eleitores votaram no último domingo. No primeiro turno, o percentual de abstenção também foi elevadíssima - 46,43%.
E o que dizem porta-vozes da Justiça Eleitoral? Que o índice de abstenções no Estado está "dentro da normalidade" ou "dentro da média" dos últimos pleitos.
Vamos chegar a um ponto em que 30% de abstenção serão só um pouquinho assustadores só porque esse índice estará cinco pontos percentuais acima de médias históricas?
Parem com isso. Parem com essa banalização, meus caros.
E vejam o exemplo do Rio. Confiram na imagem acima.
Lá, Luiz Fernando Pezão (PMDB) se elegeu com 4.343.298 votos, enquanto seu oponente, Marcelo Crivella (PRB), obteve 3.442.713.
Pois bem.
A abstenção no Rio foi de 22,36% - 2.713.771 eleitores deixaram de ir às urnas.
Agora, somem essa quantidade à de votos em branco (319.823) e nulos (1.315.356).
Viram o resultado? São 4.348.950, mais que os votos recebidos por Pezão, o governador reeleito.
Isso não é assustador?
Mas neste Brasil brasileiro, de voto obrigatório, parece que não.
A coisa vai virando uma banalidade. E o sistema democrático perdendo representatividade.
Putz!
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2 comentários:
A DIlma fez campnha para os dois, o que deve lhe ter rendido votos que resultaram nos 3% da diferença para o Aécio.
É grave sim, e muito: estamos perdendo a capacidade de INDIGNAÇÃO.
Estamos aceitando bovinamente o " é assim mesmo, não tem jeito mesmo, todos roubam".
E o "bolsa" acaba por anestesiar ainda mais.
Próxima expectativa a ser frustrada: "a mudança".
A conferir.
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