quarta-feira, 30 de abril de 2014

O ônus para Zeca Pirão. Depois do bônus.


Surpreendente, hein, meus caros?
Verdadeiramente, é de surpreender.
Espiem aí em cima.
A nota sob o título Em tempo informa que Sua Excelência o vereador Zeca Pirão, digno presidente do Remo, está sendo ameaçado por meliantes travestidos de torcedores.
É deplorável.
A solidariedade do blog ao presidente do remista.
O repúdio do Espaço Aberto à violência de vândalos contra quem quer que seja. Inclusive aos que, por meias palavras, chegam muito próximos de mandar para os confins da conchinchina jornalistas que lhes fazem perguntas incômodas.
Mas, com todo o respeito, este não é o ônus debitado na conta de Pirão depois do bônus que ele creditou na conta de vândalos?
Não é o troco - cruel, selvagem, inadmissível e intolerável - a quem, como a diretoria comanda por Zeca Pirão, mimoseou vândalo com balõezinhos e faixas?
Não é?

Já não se faz mais justiça como antigamente

De leitora que assina como Karla Maués, sobre a postagem A sentença contra o vandalismo:

Já não se faz mais Justiça como antigamente! Os caras não tão nem vendo, porque sabem que não vão pagar multa, nem tem ninguém pra vigiar eles. Bora votar num caboco macho, que crie uma lei determinando aquela pulseira com GPS em todos esses descerebrados. Mandar de volta pro estado de origem quem não for daqui e botar os daqui, pra trabalhar no estadio como voluntário claro, por uns 50 anos no mínimo!

Em frente

Já em outra base, amigos.
Leitores já que, como se diz, uns pândegos. Rss.
Não querem que o poster tire férias.
Mas creiam: o pessoal da redação é regido pelas leis trabalhistas, né?
Notícias, não. Estas não têm hora, não têm dia nem mês. Durante as 24 horas, qualquer hora é hora para que aconteçam.
Mas poster, este sim, preciso de férias, por mais incrível que possa parecer (hehe)
Notícias não têm hora.
Por isso mesmo é que, em relação aqui ao blog, as férias não são, a rigor, férias.
Mais se parecem com uma aliviada no acelerador.
Mas o blog não pare.
Em frente, pois.

Pausa

Caros leitores
O poster, a partir de hoje, entra de férias e vai para outras bases, longe de Belém.
As postagens, durante os próximos 30 dias, ficarão mais, como diríamos, vasqueiras. Mas não vai faltar coisa por aqui, de preferência diariamente.
Hoje, considerem o status do repórter como em deslocamento.
Por isso, postagens talvez mais tarde.
Agradecemos a compreensão de vocês.

terça-feira, 29 de abril de 2014

Um olhar pela lente


O Mangal das Garças.
Em Belém.
A foto é de Eric Royer Stoner.

Quebra de sigilo indiscriminada é inconstitucional, diz Dallari

Do portal Migalhas
Em entrevista exclusiva ao portal Migalhas, o jurista Dalmo Dallari comentou a recente polêmica envolvendo a promotora do DF Márcia Milhomens, que reiterou pedido de quebra de sigilo telefônico do Palácio do Planalto.
Após notícias divulgadas na imprensa de que José Dirceu, preso no Complexo Penitenciário da Papuda, teria falado ao celular com um secretário de Estado da Bahia, a Vara de Execuções Penais do DF iniciou uma investigação administrativa e concluiu que não ocorreu a falta.
Mesmo após o encerramento da investigação administrativa, a promotora solicitou a quebra de todas as ligações por celular, efetuadas e recebidas, de 1º a 16/1, citando duas coordenadas geográficas do DF que alcançavam a Praça dos Três Poderes.
A AGU apresentou reclamação no CNMP contra Márcia Milhomens, que reiterou seu pedido, por meio de novo ofício à VEP.
Procurado para comentar o tema, o mestre Dallari foi enfático ao asseverar que a quebra indiscriminada do sigilo telefônico em determinada região “vai atingir muitas pessoas sobre as quais não há qualquer suspeita, não praticaram ilegalidade, e que têm direito à sua privacidade conforme estabelecido na Constituição”. “Esse tipo de interferência é claramente inconstitucional."
De acordo com a promotora de Justiça, a investigação se justifica devido a uma denúncia “informal” (?) dando conta de que o ex-ministro da Casa Civil telefonou para o Planalto depois de preso. Para Dalmo Dallari, é preciso que o denunciante se identifique, “que assuma a responsabilidade pela denúncia”. “É absurdo aceitar uma denúncia informal, sem que haja identificação”.
Na opinião do professor emérito da Faculdade de Direito da USP, houve excesso por parte da promotora do DF. “Ela pode ter sido influenciada pela mídia, pelo ambiente que vigora entre nós com excesso de denúncias sem nenhum fundamento."
"É comum ler no jornal 'talvez', 'supôs', 'poderia ser'... É absurdo que alguém do MP, com formação jurídica, não pareça ter consciência dos seus limites legais, que tenha esse tipo de atitude.”
Injustificado
Em manifestação encaminhada ao STF, o procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, opinou contra o requerimento de quebra de sigilo telefônico.
Para Janot, o pedido da promotora Márcia Milhomens foi amplo, injustificado e em período maior do que aquele em que teria ocorrido a ligação a ser apurada.

De acordo com o procurador-Geral, para a investigação da suposta falta disciplinar, é imprescindível a devida fundamentação e justificação da necessidade. O devido processo legal recomenda que a adoção de medidas invasivas seja pautada pelo princípio da proporcionalidade. Janot argumenta ainda que o Estado deve optar pela alternativa que afete ou restrinja menos os interesses e liberdades em jogo.

Charge - Mario


Charge para a Tribuna de Minas.

Remo deu balõezinhos a vândalos. Palavra de Pirão.

Zeca Pirão e os vândalos:" Nós dávamos balões para ficar bonito nos jogos. [Dávamos] faixas, essas coisas."
A diretoria do Clube do Remo, sob a gestão do presidente Zeca Pirão, sempre manteve relações pra lá de amistosas com os vândalos que, no último sábado, vandalizaram um treino do Remo, agredindo atletas profissionais.
Quem o disse? O presidente Zeca Pirão.
Se os vândalos, aqueles de sábado e outros, voltarem ao Baenão para protagonizar novos atos de vandalismo, quem será o responsável? Será o presidente Zeca Pirão e sua diretoria? Não. O responsável será o treinador do Remo – seja ele Roberto Fernandes, seja o Zeca, seja o Pirão, o Mané, enfim, seja lá quem for.
Quem o disse? O presidente do Remo, Zeca Pirão.
Quando confrontados com perguntas incômodas de jornalistas, cartolas preferem encerrar o papo. Preferem cortar a conversa, deixando perguntas sem respostas. Preferem dizer que têm uma “reunião”, em vez de exercer livremente o contraditório e de prestar informações - ou prestar contas - à coletividade.
Quem não resiste ao contraditório – por dois minutos que sejam? Zeca Pirão, o presidente do Remo.
Ontem, o poster ligou para o presidente do Remo, Sua Excelência o vereador Zeca Pirão.
Tentou a primeira vez no início da tarde. Pirão não atendeu. Os horários estão todos gravados no telefone celular.
Dois minutos depois, o presidente remista retornou a ligação.
O poster se identificou e disse que pretendia fazer algumas perguntas sobre os atos de vandalismo de sábado.
- Ligue daqui a duas horas, porque eu estou numa reunião sobre segurança pública – disse Pirão.
- Ligarei, sim. Obrigado, presidente.
O poster ligou. Travou-se um diálogo de exatos 2 minutos e 14 segundos.
Um diálogo singelo.
Singelo e elucidativo.
Um diálogo objetivo. Bem maneiro (rsss).
Foi assim:

- Presidente, a sua gestão alguma vez já ajudou esses elementos que fizeram isso no Baenão, no último sábado?
- Não. Sempre foi um relacionamento normal.

- Mas como normal...? Vocês financiaram alguma viagem ou deram outro tipo de ajuda a essas pessoas?
- Não, financiar não. Nós dávamos balões para ficar bonito nos jogos. [Dávamos] faixas, essas coisas. Mas financiamento, não.

- Presidente, mas essa torcida, como ela mesma reconhece, é a ex-Remoçada, que foi extinta por decisão judicial. Me diga uma coisa: por que a sua diretoria não proíbe que torcedores  assistam aos treinos do Remo, presidente?
 - Ah, isso é com o treinador...

- Com o treinador? Mas o que o treinador tem a ver com isso, presidente? A diretoria não pode, administrativamente, impedir?
- Nós não nos metemos nisso. Esse assunto é com o treinador.

- Então, presidente, eu posso concluir que esses vândalos vão retornar ao Baenão, qualquer dia desses, e voltarem a fazer o que fizeram, né?
- Não vão voltar, porque já estará uma qualificação deles na entrada.

- Pois é, presidente. Esses elementos foram indiciados. Já se sabe o nome deles, inclusive de um que apareceu, bêbado, dando entrevista a uma emissora de televisão. Presidente, porque não se impede que todos esses elementos voltem a assistir aos jogos do Remo...?
- Olhe, fale rápido porque eu tenho uma reunião daqui a pouco...

- Não, presidente. Não vou falar rápido. Mas se é assim, eu só tenho a agradecer a sua disponibilidade. Obrigado.
- Está bem, meu chefe...

Hehehe.
“Meu chefe?”.
Eu?
Que nada, meus caros.
Que nada.
Pirão, ele sim, é o chefe.
É o cara.

Vocês viram?
Esse diálogo durou exatíssimos 2 minutos e 14 segundos.

Viram?
A diretoria do Clube do Remo, sob a gestão do presidente Zeca Pirão, mantinha (ainda manterá, daqui para a frente?) relações das mais amistosas, das mais cordiais, das mais cordatas com vândalos que são egressos, vejam vocês, de torcida extinta por decisão judicial.

Viram?
Se os vândalos, aqueles de sábado e outros, voltarem ao Baenão para protagonizar vandalismos, quem será o responsável? Não será o presidente Zeca Pirão – longe disso. O responsável será o treinador do Remo, quem ele for. Agora, digam vocês aí: o que um treinador tem a ver com a presença de torcedores em treinos, hein? E se tiver a ver, qual o problema em chegar o presidente ao treinador e dizer: “Meu caro, você nos desculpe, mas não permitiremos que torcedores assistam aos treinos, por medida de segurança”? Qual o problema nessa deliberação de natureza administrativa – puramente administrativa? Alguém acha que um treinador, já tendo tantas responsabilidades diretamente afetas ao seu trabalho, ainda vai querer avocar para si a tarefa de permitir ou negar a entrada de torcedores nos coletivos?

Viram?
Quando confrontado com perguntas incômodas de jornalistas, cartolas como Zeca Pirão preferem encerrar o papo. Preferem cortar a conversa, em vez de exercerem livremente o contraditório.
Ainda havia muito o que perguntar a Zeca Pirão.
Muito.
Por exemplo.
O Remo vai representar ao Ministério Público para que aja contra essa torcida, que se intitular como ex-Remoçada? Vai representa contra esse grupelho de vândalos?
Por que o Remo não preferir banir de seus jogos os elementos agora identificados no indiciamento que a polícia já fez?
O Remo vai continuar deixando que os técnicos decidam sobre quem pode e quem não pode assistir aos seus jogos?
O Remo vai acompanhar atentamente o processamento desses vândalos que vandalizaram o coletivo do elenco no Baenão, no último sábado?
Sabe-se lá o que o Remo, sob a presidência de Zeca Pirão, vai fazer.
Porque Pirão, o homem das reuniões, se exime de esclarecer isso não a um jornalista, mas à torcida remista, após um conversa de apenas dois minutos e 14 segundos?
Mas olhem, nem tudo está perdido.
Pirão, acreditem, já evoluiu muito em seus métodos, em suas práticas, em sua tolerância, em sua, digamos assim, expertise (hehehe) de gestão.
Sua Excelência, que agora corta conversa com jornalistas que o incomodam com perguntas, é o mesmo que, apenas um ano atrás, intimidou o repórter-fotográfico de O LIBERAL Marcelo Seabra, que acabara de registrar com exclusividade as cenas de uma briga entre o zagueiro Gabriel e o meia Thiago Galhardo.
“A intimidação é a forma mais covarde de violar o direito do jornalista”, disse então Marcelo Seabra.
Pois veja, Marcelo.
Veja só como o cara evoluiu.
Agora, não intimida mais.
Apenas diz “fale rápido porque eu tenho uma reunião daqui a pouco”.
Evoluindo assim, Zeca Pirão, acreditem, ascenderá rapidamente à presidente de uma dessas Comissões de Liberdade de Imprensa.
A conferir.
Tintim.
E até o próximo ato de vandalismo no Baenão.
Mas o culpado, vocês sabem, será o treinador.
Disse-o Sua Excelência o presidente do Remo, Zeca Pirão.
O cara.
Realmente, o cara.

Remo pode dar uma "dura" em vândalos. Será?


Vejam só como são as coisas.
Arrombada a porta, tranque-se a porta.
Arrombada a porta, providencie-se a tranca.
Mas depois que certos estragos foram, de que valem as trancas?
Arrombada a porta do Baenão por vândalos que, descobre-se agora, receberam balõezinhos como mimos da diretoria presidida por Sua Excelência o vereador Zeca Pirão, o Remo providencia uma tranca.
Ontem à noite, um Anônimo passou aqui pelo blog.
Na postagem intitulada Jogadores não podem pagar o pato pelas irresponsabilidades de cartolas, o Anônimo, com o claro, claríssimo propósito, de defender o presidente Zeca Pirão, trouxe uma informação relevante: a de que o Remo pode - podem, vejam bem - proibir grupelhos de vândalos de utilizarem o símbolo do clube em suas camisetas e bandeiras.
Leiam, a seguinte, a manifestação do Anônimo e, logo abaixo, a resposta do blog:

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Do Anônimo:

O Pirão não disse que a culpa seria da torcida do remo e sim da Torcida Remista, novo nome dado à Remoçada. Foi explicado depois para quem pudesse ter entendido errado.
Sobre o "post" acima o remo já tomou as providências que lhe cabem para afastar esses meliantes, inclusive levar a proposta ao conselho de proibir essa torcida de utilizar o símbolo do clube em suas camisetas e bandeiras. Além de expulsar do quadro de sócios aqueles que o forem e tiverem participado da invasão.
Sei que o Remo está tomando todas as providencias para barrar a entrada desses meliantes em qualquer dependência do clube.
Essa não é uma palavra oficial, mas é uma informação de alguém que vive o dia-a-dia do Baenão.

A resposta do poster:

Pois é, Anônimo.
Pelo Remo, só falam Anônimos.
Hoje [ontem], passei o dia tentando falar com a Assessoria de Imprensa do Remo. Telefone fora de área.
Depois, tentei "trocentas" vezes falar com o diretor Tiago Passos. Dei umas seis ligações. Não atendeu.
Por fim, Sua Excelência o presidente do clube, Zeca Pirão, que manteve comigo uma conversa de 2 minutos e 14 segundos e sobre a qual farei uma postagem amanhã [hoje] de amanhã.
Irritou-se com perguntas incômodas e desligaria o telefone se eu não desligasse antes.
Sobrou você, Anônimo, para explicar anonimamente.
Agradeço, de qualquer forma. Mas, fique certo, o Remo não merece os dirigentes que tem.
Por causa dos dirigentes que tem é que vândalos, como os que invadiram o Baenão no sábado, estão ajudando a acabar com o Remo.
Deplorável.

A sentença contra o vandalismo


Apenas para lembrar cartolas de Remo e Paysandu que as torcidas organizadas estão proscritas no Pará, o Espaço Aberto republica as partes iniciais e o dispositivo (parte final) de sentença prolatada em 2007 pelo juiz Marco Antônio Lobo Castelo Branco, determinando a extinção de duas torcidas organizadas, uma delas, sob outro nome e ainda ativa.
Tão ativa que, no último sábado, alguns de seus vândalos invadiram o Baenão e agrediram atletas profissionais - trabalhadores no exercício de suas atividades.
Tão ativa que ela mesma se intitula (vejam na imagem acima) "Somos Remoçada".
Tão ativa que divulga, nas redes sociais o endereço e o telefone.
O Ministério Público não pode entrar, novamente, com outro ação civil pública para deter as, digamos assim, novas versões do vandalismo?
Abaixo, os trechos da sentença:

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Proceso nº 20041058848-6
 
Cuida-se de Ação Civil Pública promovida por Ministério Público do Estado do Pará por intermédio da 2ª Promotoria de Justiça dos Direitos do Consumidor em face de ESTADO DO PARÁ, GRÊMIO RECREATIVO E SOCIAL TERROR BICOLOR E ASSOCIAÇÃO DESPORTIVA INDEPENDENTE TORCIDA ORGANIZADA REMOÇADA.
Aduz em síntese que as duas últimas rés vinham promovendo sistematicamente desordens nos estádios de futebol e que tais distúrbios se espalharam para o restante da cidade, inclusive em outros eventos esportivos. Informa ainda, que tais sociedades civis acabaram por facilitar a formação de verdadeiras gangues constituídas para a prática de fins ilícitos.
Em relação ao primeiro réu afirma que deve fiscalizar a atividade de tais torcidas.
Ao fim pede a extinção das torcidas organizadas retrocitadas e que o Estado disponibilize na forma do Estatuto do Torcedor vigilância eletrônica no Estádio Olímpico Estadual.
Juntou documentos às fls. 66 a 264.
O juízo antecipou os efeitos da tutela de mérito 265/267 suspendendo as atividades das torcidas rés em 22 de setembro de 2004. 
A contestação do Estado do Pará foi juntada às fls. 383. Na realidade não se cuidou de uma contestação, mas de um pedido para ser incluído como litisconsorte ativo ulterior aplicando-se o artigo 5º, § 2º da lei 7.347/85, bem como analogicamente o artigo 6º, § 3º da lei 4.717/65.
A Contestação da segunda ré está acostada a partir de fls. 312.
A Contestação da terceira ré está acostada a partir de fls. 365.
Às fls. 393 as torcidas rés propuseram um acordo rechaçado pelo Ministério Público às fls. 401/410 na réplica às contestações.
O Estado do Pará voltou a se manifestar às fls. 414/415.
O parecer ministerial consta às fls. 416/420.
Às fls. 421 consta manifestação da Torcida Terror Fiel Bicolor.  
É o relatório. Passo a decidir.

[...]

Ante o exposto e por tudo o mais que dos autos consta julgo procedente o pedido do Ministério Público para determinar a extinção das Torcidas Organizadas, GRÊMIO RECREATIVO E SOCIAL TERROR BICOLOR E ASSOCIAÇÃO DESPORTIVA INDEPENDENTE TORCIDA ORGANIZADA REMOÇADA, ficando confirmada a antecipação de tutela de suspensão até o trânsito em julgado da sentença, ficando dissolvidas as referidas associações. Determino ainda que se proceda ao cancelamento de seus respectivos atos constitutivos e posteriores alterações nos Cartórios de Títulos e Documentos. Fica desde já determinada a extensão da antecipação da tutela para impedir que qualquer torcedor ingresse nos estádios paraenses com qualquer material alusivo à expressão Terror Bicolor, incluindo-se as homônimas que nada mais são senão uma fraude à execução da sentença, como por exemplo a Terror Fiel Bicolor. Saibam os integrantes de tais agremiações que estão na ilegalidade, na ilicitude, ao lado do crime acaso insistam na existência clandestina ou disfarçada de tais torcidas estando sujeitos á leis penais, inclusive por  desobediência  a esta sentença, sem prejuízo da cobrança da multa. 
Os danos poderão ser apurados em liquidação de sentença Poe eventuais vítimas.
Determino ainda que o Estado do Pará cumpra a determinação legal de instalar e manter central técnica de informações, com infraestrutura suficiente para viabilizar o monitoramento por imagem do público presente no Estádio Olímpico do Pará, conhecido por Mangueirão e outras praças de esportes com capacidade para mais de vinte mil pessoas, no prazo máximo de 90 (noventa) dias sob pena de multa diária no valor de R$50.000,00 (cincoenta mil reais) a ser revertido em um fundo para assistência jurídica gratuita a torcedores vítimas das torcidas por falta deste  monitoramento eletrônico.
Custas e honorários pelos vencidos que arbitro em R$5.000,00 (cinco mil reais) para cada um.
 
P.R.I.C.
 
Belém, 11 de novembro de 2007
 
MARCO ANTONIO LOBO CASTELO BRANCO
Juiz de Direito em exercício na 1ª Vara de Fazenda da Capital

Cratera cresce mais três metros

O buraco aberto no cruzamento das avenidas Almirante Barroso e Tavares Bastos no último sábado, em consequência do desabamento de terra sobre a galeria subterrânea de drenagem na área, sofreu um aumento de cerca de três metros de largura em virtude da chuva forte que caiu sobre Belém, ontem à tarde. Agora, técnicos da prefeitura de Belém vão definir ao longo do dia de hoje uma nova programação de serviços visando a recuperação da galeria e a recomposição da estrutura da base da pista. Até ontem à tarde, quando ocorreu um novo desabamento de terra, danificando uma caixa de reserva da tubulações de drenagem de água da chuva, a previsão dos técnicos era de que amanhã os serviços pudessem ser concluídos e até sexta-feira haveria a secagem do material empregado no local e a liberação do tráfego de veículos. Agora, a expectativa dos técnicos é continuar os serviços até o final de semana e posterior liberação da pista. Mas tudo depende da intensidade das chuvas na capital.

No sábado, o buraco na pista tinha três metros de profundidade e de sete de largura. O novo desabamento da base de terra sob a pista asfáltica mede cerca de três metros. Assim, a área aberta na pista passou a medir cerca de 10 metros.

Antes da chuva, a Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan) esperava terminar hoje o serviço. O buraco tem 128 metros cúbicos. Há cerca de outros 20 poços de visita (PVs) para escoamento da água da chuva na Almirante Barroso e todos já estão passando por uma análise preventiva. Ontem, no primeiro dia útil após o surgimento da cratera, os transtornos foram muitos.

Caos - Mais de dez quilômetros de engarrafamento na rodovia BR-316 se formaram graças ao túnel interditado, no sentido Ananindeua-Belém. Os elevados do Entroncamento ficaram congestionados e mesmo depois dos horários de pico, ainda sobrou lentidão. Pontos de ônibus ao longo da Almirante Barroso ficaram lotados e mutos passageiros reclamaram de motoristas queimando paradas. Até o fim dos reparos, condutores de veículos particulares e usuários do transporte público vão precisar de paciência. Enquanto isso, internautas tentam aliviar o estresse com inúmeras piadas sobre a cratera nas redes sociais.

O técnico de informática Tiago Corrêa, de 29 anos, disse que passou mais de 30 minutos na parada, quando geralmente não passa mais de 10 minutos. “Posso pegar muitos ônibus diferentes para ir trabalhar, mas como todos estão vindo do mesmo lugar está demorando. Só que muitos estão tentando compensar os atrasos e não param. Um absurdo. A gente não tem culpa”, criticou. Por razões semelhantes, quem ainda tinha um pouco de tempo ou não estava muito distante, descia dos ônibus e seguia andando. O clima menos ensolarado favoreceu as caminhadas.

O que ele disse


"O juízo de valor emitido pelo ex-chefe de Estado não encontra qualquer respaldo na realidade e revela pura e simplesmente sua dificuldade em compreender o extraordinário papel reservado a um Judiciário independente em uma democracia verdadeiramente digna desse nome."
[...]
"Lamento profundamente que um ex-presidente da República tenha escolhido um órgão da imprensa estrangeira para questionar a lisura do trabalho realizado pelos membros da mais alta Corte do país."
Joaquim Barbosa, ministro-presidente do Supremo Tribunal Federal, rebatendo declarações do ex-presidente Lula de que o julgamento dos réus do mensalão foi "80% de decisão política e 20% de decisão jurídica".

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Zélia Duncan - Catedral

STJ comprará álcool em gel por R$ 11,7 mil

Do Contas Abertas

Superior Tribunal de Justiça vai comprar 1.200 litros de álcool em gel para limpeza das mãos por R$ 11,7 mi. A compra inclui os suportes de armazenamento do produto.De acordo com o edital para a compra, a aquisição é para o período de um ano.
A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) pretende comprar cinco alvejantes para tecidos de 20 litros cada, por R$ 772,49. Os produtos são orgânicos, à base de cloro e da marca Master. O alvejante à base de cloro funciona da mesma forma que a água sanitária, ou seja, é mais agressivo e nunca pode ser utilizado em tecidos coloridos pois pode manchar as peças de roupas.
O Tribunal Superior do Trabalho (TST) vai adquirir 84 notebooks para uso corporativo, por R$ 334,7 mil. Os notebooks devem ter memória ram de no mínimo 8 GB, com sistema operacional Microsoft Windows 7 Professional de 64 bits, bateria que “aguenta” pelo menos 150 minutos em condições normais de uso e câmera integrada com resolução mínima de 720p em alta Definição HD. A compra do TST também inclui maletas pretas em couro, poliéster ou nylon, com bolso interno para documentos e objetos e bolso individual interno ou externo para acomodar carregador e mouse. De forma unitária, os notebooks sairão por cerca de R$ 4 mil.

Ração para os bichos
O Gabinete da Vice-Presidência da República, ao que parece, comprará ração para todos os animais da Casa. A alimentação dos bichanos totalizará quatro toneladas de ração. A compra inclui 30 sacos de milho em grãos, 34 sacos de ração de galinha, 12 de peixe e 24 para ema. A ração custará ao órgão o total de R$ 6 mil.

“Ração” para humanos
A compra de “iguarias” alimentícias é recorrente nos órgãos militares. O Grupamento de Apoio de Brasília comprará 81 garrafas de conhaque de 1 litro, 144 garrafas de vinho branco chardonay. De acordo com a nota de empenho, os utensílios serão usados como tempero e as embalagens possuem 750 ml.
Além disso, o carrinho do grupamento nesta semana inclui 9.288 garrafas de água mineral sem gás, 288 sucos naturais, 120 balas do tipo butter toffee,1 tonelada de bombons, 200 amendoins in natura sem casca, 50 baldes de azeitona preta com caroço, 1.000 kg de queijo mussarela interfolheado, 200 potes de 1 kg de uva passa preta sem caroço e 50 pacotes de 1 kg de noz moscada em pó, 300 croissant de massa folheada, 6 mil barras de cereais, 4.200 pacotes de biscoito, 1.500 bolos, 110 caixas de chás, 360 latas de doce de fruta,100 pacotes de rondele congelado, 112 pacotes de arroz, 30 embalagens de manjericão, 360 sacos de polpas e 560 refrigerantes. A compra sairá por R$ 89,1 mil.

Música e homenagens
A regência do coral do Senado estava necessitando de maestro. O órgão contratará um maestro com educação musical, repertório, e performance ao custo de R$ 50,8 mil. O contrato tem vigência de 17 de abril a 31 de dezembro deste ano.
O Ministério das Relações Exteriores (Cerimonial) comprará 12 estojos completos de medalhas para a condecoração da ordem de Rio Branco, no grau grã-cruz masculino da marca Novaflor. Os estojos sairão por R$ 14,4 mil.

Descartáveis
Copos descartáveis não vão mais faltar no Senado Federal e o meio ambiente que se cuide. Ao todo o órgão adquirirá 46.500 pacotes com 100 unidades de copos plásticos comuns, transparentes, da marca Termopot. Os pacotes custarão R$ 90,2 mil.
*Vale ressaltar que, a princípio, não existe nenhuma ilegalidade nem irregularidade neste tipo de gasto feito pela União e que o eventual cancelamento de tais empenhos certamente não ajudaria, por exemplo, na manutenção do superávit do governo ou em uma redução significativa de despesas. A intenção de publicar essas aquisições é popularizar a discussão em torno dos gastos públicos junto ao cidadão comum, no intuito de aumentar a transparência e o controle social, além de mostrar que a Administração Pública também possui, além de contas complexas, despesas curiosas.

Confira aqui as notas de empenho da semana

Charge - Amorim


Charge para o Correio do Povo (RS).

Outra portaria no Banpará. Também polêmica. Muito.




Uma portaria assinada na última quinta-feira, dia 24, pelo presidente do Banpará, Augusto Sérgio Amorim Costa, tem tudo para fazer com que o funcionalismo do banco fique porraqui. Novamente porraqui.
A portaria tem mais ou menos o mesmo sentido, o mesmo alcance e o mesmo significado de duas outras, que o mesmíssimo doutor assinou em agosto de 2012, uma delas tendo sido revogada, coincidentemente, no mesmo dia em que o Espaço Aberto encaminhou alguns questionamentos à presidência do Banpará.
Em 2012, a Portaria nº 097 (clique aqui para ler a íntegra) remanejou funcionários para atuarem em funções comissionadas em outras unidades, incluindo a Assessoria da Presidência do Banpará.
Dois detalhes nada desprezíveis chamavam a atenção, acedendo o estopim de insatisfações: primeiro, uma outra portaria, a de nº 082, datada de 6 de julho passado (clique aqui para ler a íntegra), que reajustava em nada menos de 100% o valor da gratificação das funções de assessor de diretoria e assessor da presidência, que assim passaram a receber R$ 4.400,00.
O segundo detalhe referia-se à possibilidade de que as nomeações constantes da Portaria nº 097, que acabou revogada, dessem ensejo a questionamentos judiciais, em decorrência de eventuais impedimentos e afrontas claramente consignados na Súmula Vinculante nº 13, do Supremo Tribunal Federal, que configura os casos de nepotismo.
Agora, a parada é a seguinte.
Deem uma espiada na portaria acima, que foi remetida ao Espaço Aberto por e-mail no último final de semana.
Há cerca de duas semanas, por meio da Portaria nº 041 (vejam numa das imagens acima), a presidência do Banpará reajustou as comissões da Matriz. Detalhe: o maior reajuste foi para gerentes e chefes de subnúcleo. A questão é que uma das contempladas é Jamile Elzira de Almeida Varella, esposa do presidente Augusto Sérgio Amorim, que passou a faturar R$ 4.561,22 como chefe de subnúcleo.
Em 2012, as imputações de eventual nepotismo também tinham a ver com a designação da mesma funcionária para exercer as funções de assessora da presidência. Por medida da cautela, desistiu-se dessa empreitada no mínimo, digamos, arriscada e discutível do ponto de vista ético.
Agora, não. Ou parece que não. Agora, a elasticidade ética que orientou a emissão da portaria parece ter sido elastecido a um ponto que poderá dar margens a questionamentos de toda ordem. Enquanto isso, a esposa do presidente do Banpará desponta na condição, como vocês podem ver na portaria acima, de chefe do Subnúcleo de Responsabilidade Socioambiental.
Essa unidade consta da Portaria 051/2041, de 24 deste mês, que extinguiu7 o Núcleo de Marketing, Comunicação Institucional e Responsabilidade Social e deu-lhe uma nova estrutura, vinculando-se dois subnúcleos, um para cuidar de marketing, comunicação, patrocínio e eventos, outro para cuidar apenas de responsabilidade socioambiental.
Sabe-se lá as extensões das responsabilidades sociambientais do Banpará, mas se está na portaria e se a subchefe designada vai faturar R$ 4.561,22, sem dúvida alguma que precisamos todos acompanhar o que esse subnúcleo vai fazer, como vai operar, se vai manejar verbas, como vai aplicá-las, em quê como e quando.
Porque tem o seguinte: o Núcleo de Marketing (Numac), como vocês veem pela portaria, é área responsável por patrocínios, eventos e propaganda do banco. Por lá trafega dinheiro, portanto. Muito dinheiro. Daí justificar-se a necessidade de acompanhamento das mudanças operadas.
Para a ex-presidente do Sindicato e funcionária do Banpará Vera Paoloni, que também é diretora da Federação dos Bancários, integrante da mesa de negociação e dos comitês disciplinar e do Grupo de Trabalho do PCS (plano de Cargos  Salários) do Banpará, o conteúdo da portaria é polêmico.
"Olha, é primeiro de tudo lamentável essa forma de condução do banco, como se fosse a própria casa, sem respeito aos processos internos, ao funcionalismo, às regras e à democracia. Em segundo, é inaceitável esse tipo de comportamento autoritário e desrespeitoso que a direção do Banpará insiste manter nesses quatro anos à frente da instituição. Espero que o bom senso faça o presidente recuar desse gesto no mínimo insano".
O Espaço Aberto tentou, ontem à noite, ouvir setores do Banpará que pudessem se manifestar, mas não conseguiu. De qualquer forma, ficou o blog à disposição para publiciar qualquer esclarecimento que a direção do Banpará entenda pertinente.

Vaiem a Dilma. Mas deixem que ela fale.


Então é isso, meus caros.
Não deveria ser, mas é.
Não deveria ser, mas foi.
Dona Dilma quase não pôde falar no Hangar, a certa altura de seu discurso na última sexta-feira, quando esteve em Belém e Barcarena.
Sua Excelência ainda tentou, como ela disse, "responder a esse cartaz", mas não deu.
"Eu vou responder a vocês", tentou Dilma. Mas também não deu.
Coube-lhe ficar dizendo o de praxe, aquele bordão a que os apupados recorrem: "É da democracia, é da democracia".
Olhem, sabem de uma coisa? Governantes vaiados que ficam dizendo isso é porque estão com ódio no coração, mas precisam disfarçar que não estão.
Porque, vocês haverão de convir, é da democracia, sim, a divergência.
É da democracia o confronto das ideias.
E da democracia a pluralidade, a contestação.
Mas as duas partes precisam falar, né?
Precisam ter condições de defender seus pontos de vista.
Dilma não pôde.
Naquele caso, só um lado falou, só um lado protestou, só um lado vaiou.
O outro lado foi calado. Na marra.
É da democracia isso?
Vaiem a Dilma, meus caros.
Vaiem o Jatene.
Vaiem o Zenaldo.
Mas deixem eles falarem.
Isso sim, é democracia.
Ou não?

"A gente tem vontade de voltar naquele órgão de novo”


Do governador Simão Jatene, em sua página no Facebook:

Ainda que não seja usual e tampouco pretenda utilizar esse meio de comunicação para interagir apenas com aqueles que estão acompanhando o cenário político eleitoral do Estado, o fato que passo a narrar é tão grotesco e lamentável, que não posso deixar de comentá-lo, pois, mais do que exemplificar a forma atrasada como determinados grupos ainda acham que podem fazer política no Brasil, enganando pessoas e torturando fatos, se constitui indicativo da ameaça que o poder representa nas mãos de pessoas capazes desse tipo de comportamento.

Contrariando a realidade, numa clara ação midiática, objetivando confundir a população e intimidar quem não concorda com a velha política que tanto prejuízo já causou ao Estado, o grupo que se acha proprietário do PMDB, como o é de um império de comunicação que se encontra abertamente em campanha a favor de um de seus herdeiros, em nome do partido, ingressou na justiça com pedido de liminar, para retirada do ar das peças publicitárias institucionais informando sobre as ações do Governo do Estado, requerendo ainda que me fosse imposta multa por propaganda política antecipada.

Certos de que podem tudo, e mais uma vez rompendo qualquer limite ético e moral, a transcrição apresentada pela acusação, conforme despacho judicial, afirma que em determinada peça publicitária do Governo, veiculada na televisão, uma senhora teria dito textualmente que: "Bem que ela está satisfeita e a gente tem vontade de votar naquele homem de novo!”. O que, se verdadeiro, seria de fato uma clara afronta à legislação eleitoral. Entretanto, a própria Justiça, sabiamente, não se contentando com a mera transcrição apresentada, foi até a fonte original e constatou que no vídeo veiculado na televisão, sobre o atendimento no prédio da Estação Cidadania de Santarém, a fala verdadeira da senhora diz: "Bem tratada e satisfeita, a gente tem vontade de voltar naquele órgão de novo”.

Amigas e amigos,

A manipulação apresentada pela acusação é escancarada e, ao mesmo tempo, sorrateira e efetivamente demonstra o desrespeito com a verdade, com a senhora autora da declaração, o Governo, a Justiça e com a própria sociedade, que tem que conviver com permanente bombardeio de mentiras.

Confesso que, mesmo já tendo visto e vivido muita coisa, custo a crer em tamanha audácia. Adulterar provas, forjar fatos com intuito de se defender, ainda que também eticamente inaceitável, poderia, absurdamente, até ser visto como consequência de instintivo natural de proteção. Todavia, inventar e adulterar provas, procurando induzir a Justiça ao erro, pelo desejo de acusar, é um comportamento altamente perigoso em qualquer circunstância à sociedade.

É a ameaça permanente de que qualquer cidadão pode, levianamente, ser transformado em criminoso, até que prove em contrário. É fazer da política não um instrumento de vivência em grupo, mas de destruição de qualquer princípio de coesão social. É querer nos levar ao fundo do poço e a lama. Não podemos aceitar nem permitir esse tipo de conduta e, por este motivo, trago ao conhecimento de todos que interagem neste espaço.

Que Deus nos ilumine a todos, dando sabedoria e força.

Vândalos têm endereço e telefone. Quem lhes oporá as leis?


Vocês viram, não foi?
Vândalos atacaram outra vez.
Invadiram o Baenão no último sábado de manhã.
Invadindo, impediram-nos de treinar. Ofenderem-nos. Agrediram profissionais em pleno trabalho.
Dizendo-se membros de uma torcida organizada - a mesma que foi extinta por decisão judicial transitada em julgado, mas continua ativa sob outra denominação -, vândalos confirmaram-se como elementos nocivos, perniciosos, perigoso à convivência social.
É claro que deveriam ser presos, indiciados e processados. Sê-lo-ão (com a licença das próclices, mesóclises e ênclise janistas)?
Não. É claro que não.
Tudo vai ficar - se é que ficou - na lavratura do tal BO.
Depois disso, os baderneiros vão voltar à única ocupação que têm: a de vandalizar.
Vândalos são perniciosos em qualquer situação, sobretudo em treinos.
Vândalos têm até o direito de externar suas insatisfações contra deficiências técnicas de jogadores.
Têm o direito de exigir que jogadores atuem com mais amor à camisa, como dizem.
Não têm o direito, contudo, de partir para a violência e muito menos de paralisar treinamentos, um momento em que os jogadores estão no pleno exercício de suas atividades profissionais.
Pergunta-se, agora, aos dirigentes de Remo e Paysandu.
Por que Remo e Paysandu insistem em permitir que torcedores assistam aos seus treinos?
Por que Remo e Paysandu não passam a cobrar ingressos em seus treinos, a preços três vezes mais caros - isto mesmo, o triplo - que os ingressos cobrados nos jogos?
Por que Remo e Paysandu insistem em compactuar com esses vândalos?
Por que Remo e Paysandu, depois de incidentes como o que ocorreu no último sábado, no Baenão, não tomam a decisão de banir esses elementos de seus estádios e de seus jogos?
Por que Remo e Paysandu, uma vez indiciados esses vândalos - que são identificados por nome, sobrenome e outras qualificações de posse da polícia -, não procuram encontrar mecanismos que impeçam a entrada deles em suas dependências?
Por que Remo e Paysandu, sabedores de onde funcionam as sedes desses vândalos, não representam ao Ministério Público para que peça a extinção das entidades que os reúnem?
Vejam a imagem acima.
Está em todas as redes sociais.
O novo grupelho, o novo ajuntamento - que o Espaço Aberto tomou a deliberação de borrar-lhe o nome, para não dar divulgação a uma entidade perniciosa - é o mesmo que se intitulava Remoçada e que foi, repita-se, extinto por decisão judicial.
O novo grupelho tem um telefone e funciona, conforme diz, nos altos de um prédio na travessa das Mercês, às proximidades da Almirante Barroso, em pleno bairro de São Brás, perto, bem perto do Baenão.
O que falta, meus caros, para que algum poder se levante para extinguir mais esta, digamos, organização?
O que falta?
Diante disso tudo, porém, há um alento.
Cada vez mais, o vandalismo vai sendo identificado como tal.
No sábado mesmo, o perfil do grupelho organizado no Twitter foi invadido por dezenas de mensagens de torcedores remistas, os verdadeiros torcedores, todos manifestando-se indignados com essas selvagerias que podem até fazer com que o Remo, por mais um ano, fique sem divisão.
Tomara que os verdadeiros torcedores continuem assim.
Quanto mais repulsa e repúdio a vândalos travestidos de torcedores, mais e mais ficará visível a distinção entre torcedores e bandidos.

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Leia sobre o assunto no Espaço Aberto:

Fred enfrenta os bandidos. Apoiemos Fred, o cara.

Jogadores não podem pagar o pato pelas irresponsabilidades de cartolas

Abaixo, alguns tuítes do Espaço Aberto no Twitter, no último sábado, comentando os atos de vandalismos no Baenão.
Procurem ler de baixo para cima.



Separação litigiosa



O presidente russo, Vladmir Putin (na foto), após consumar a anexação da Crimeia, aprofunda a fenda entre o Ocidente e os emergentes. Putin parece ter dificuldade em ficar imobilizado e não tem perfil para ter contenções. Há dias na história que valem por meses ou anos e esse foi o caso do dia 18 de março de 2014, cujas consequências provavelmente repercutirão pelo mundo por muito tempo. Nesta data, Putin assinou um tratado com os governos separatistas da Crimeia (República Autônoma da Crimeia e Cidade de Sebastopol) sobre sua incorporação à Federação Russa. É a mudança mais drástica e explícita no relacionamento entre as potências desde o fim da União Soviética, em 1991. Agora, os pródomos dessa anexação e o posterior tratamento pode não ser instituído. O flerte e o futuro casamento de uma parceria com vários países parecem não ter mais repercussões, foi precedido pela separação litigiosa.
A falta de reciprocidade para uma política de aproximação com os EUA forçou, à época, Boris Yeltsin a dispensar os elementos mais liberais e pró-ocidentais de seu primeiro governo e abrir espaço a um nacionalismo autoritário disposto a apostar em alianças com a Índia e a China contra a hegemonia de Washington – mesmo se, em 1988, a Rússia foi aceita no G-8, o que como compensação foi muito pouco e tarde demais. Primeiro foi Yevgeny Primakov, depois Putin, cujo prestígio ficou assegurado ao esmagar, em 1999, a revolta separatista da Chechênia, que tinha sido reconhecida pela Georgia e pelo regime taleban então no poder no Afeganistão e apoiada pela Polônia e países bálticos, todos aliados dos EUA. Doente e desmoralizado, Yeltsin renunciou em favor do seu sucessor designado.
O cossaco nos seus dois primeiros mandatos presidenciais priorizou suprimir movimentos separatistas. Em 2004, o ataque terrorista em Beslan foi o equivalente russo do 11 de setembro. Deu-lhe pretexto para suprimir a eleição local dos governadores e ampliar o controle sobre a mídia. Reorganizou as Forças Armadas, desmoralizadas e sucateadas na era Yeltsin, e voltaram a ser respeitadas. O ocidente piscou e a Rússia toma nota da Lição. Moscou anda mais na defensiva. O glacial das estepes, com o seu jeito cossaciano de ser fez um discurso histórico. Com ironia e franqueza expôs a hipocrisia do Ocidente sobre leis internacionais, das quais se lembra quando convém, mas quebrou várias vezes desde 1991: citou Iugoslávia, Afeganistão, Iraque, Kosovo e Líbia e a própria ingerência mal disfarçada das potências ocidentais na Ucrânia, ao estimular manifestações e um golpe parlamentar em aliança com oligarcas tão corruptos quanto aqueles que foram derrubados e com uma perigosa militância fascista que agora controla os ministérios da Defesa e da Segurança.
Algumas semanas após anexação formal da Crimeia, ainda não está claro o que restará da Ucrânia quando o presidente eleito em 25 de maio tomar posse. Nos planos de Putin o jogo é: dividir para conquistar. E mais, manter a pressão sobre Kiev para adoção de um regime federativo com o objetivo de enfraquecer o poder central e que dê autonomia a seus aliados dentro da Ucrânia. A população do Leste do país, que por três quartos têm como língua materna o russo, e vários têm familiares do outro lado da fronteira, preferem manter elos com a Rússia. Detalhe: nem todos são separatistas, como martela a mídia ocidental.
O que já era ruim fica pior na Ucrânia. Rússia e os EUA trocam acusações e analistas dizem que a Guerra Fria já foi reativada. É evidente, de todo modo, que para o czar russo o melhor cenário é o caos ucraniano. A tensão aumenta a cada dia e agora com a ofensiva militar da Ucrânia no leste com a Rússia, tudo fica mais complicado. O Exército faz manobras e Putin interfere em assuntos internos e faz chantagem. O notável déspota teve inflada sua imagem pelo Congresso, quer que todos se garantam e o deixem em paz para fazer o que bem entender com a Rússia.

Sergio Barra é médico e professor
sergiobarra9@gmail.com

O que ele disse


"O tempo vai se encarregar de provar que o mensalão, você teve praticamente 80% de decisão política e 20% de decisão jurídica. O que eu acho é que não houve mensalão. Eu também não vou ficar discutindo a decisão da Suprema Corte. Eu só acho que essa história vai ser recontada. É apenas uma questão de tempo, e essa história vai ser recontada para saber o que aconteceu na verdade."
Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente da República, em entrevista à TV portuguesa RTP.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Um olhar pela lente


Carimbó.
A foto é de Oswaldo Forte.

Limpeza de terreno do STM custou R$ 72 mil

Do Contas Abertas

O projeto para construção da nova sede do Superior Tribunal Militar (STM) ainda está em fase de elaboração, mas o órgão já gastou R$ 72 mil só com a limpeza do terreno onde será construída a sede. Na semana passada, o Tribunal reservou em orçamento R$ 13,7 mil para a realização do serviço.
Em 2013, R$ 58,3 mil já haviam sido pagos pelo órgão para o mesmo fim. Na época, o STM afirmou no edital do pregão para realização do serviço que a finalidade da limpeza era viabilizar a execução dos serviços de sondagem e também cumprir Ato de Notificação aplicado pela Agência de Fiscalização do Governo do Distrito Federal (Agefis).
A Agefis autuou o Tribunal por não cumprir o Artigo 1º, da lei distrital 613 de 1993, que diz que “os proprietários de imóveis não edificados, localizados em área urbana do Distrito Federal, são obrigados a construírem calçadas entre os limites do terreno e os da rua, mantê-los cercados e limpos”.
Segundo o STM, na ocasião grande quantidade de entulho foi retirada. “Neste ano, nova limpeza será feita para manutenção do terreno, evitando, inclusive que criadouros de mosquitos da dengue sejam formados”, explica o órgão. Ainda de acordo com o Tribunal o valor reservado em 2014 é menor pois se trata apenas da manutenção da limpeza do terreno.
No edital da licitação para a prestação de serviços deste ano, o STM afirma que a contratação de empresa especializada para execução de serviços de manutenção e conservação da limpeza do terreno é essencial para manter o patrimônio e evitar notificações por parte da Agefis.
A nova sede do tribunal militar será construída em um terreno de 27.840 metros quadrados no Setor de Administração Federal Sul, em Brasília. A escritura pública do terreno foi entregue em julho de 2009.
De 2012 para cá, o governo federal já autorizou R$ 3 milhões para a ação orçamentária que prevê a elaboração de estudos e projetos, fiscalização e execução da construção da nova sede. Desse valor, R$ 109,4 mil chegaram a ser empenhados, mas apenas R$ 41,1 mil foram aplicados na construção da sede. Segundo o órgão, somente com a conclusão da fase de elaboração dos projetos executivos de arquitetura, estruturas e instalações é que será possível quantificar o custo das obras.

Charge - Aroeira


Charge para o Brasil Econômico.

Renan é mais governista que o PT

Renan Calheiros, presidente do Senado: parece que ele, com todo o respeito, é mail dimista que a própria Dilma.
Mas que coisa, hein, meus caros!
Que coisa apavorante.
E vergonha.
E deplorável.
E vexatória.
Sua Excelência o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), vai recorrer ao plenário do Supremo da decisão liminar da ministra Rosa Weber, que autorizou a instalação da CPI exclusiva para investigar a compra de uma refinaria em Pasadena (EUA) pela Petrobras.
Renan, parece, é mais dilmista que os dilmistas (se é que os há).
É mais petista que os petistas.
É mais governista que os próprios governistas.
Porque até o PT já desistiu de recorrer. Até o PT!
Achou melhor jogar o jogo político e responder, à CPI exclusiva da Petrobras, com a proposições de CPIs outras para investigar denúncias que podem envolver tucanos e gente do PSB do presidenciável Eduardo Campos.
Pois é assim que deve ser.
É exatamente assim.
Como aqui já se disse, na postagem intitulada Petrobras + metrô + refinaria= açaí:

Que venha a CPI da Petrobras. Só e somente só da Petrobras.
Que venha a CPI do Metrô de São Paulo. Só e somente só do Metrô de São Paulo.
Que venha a CPI da refinaria de Abreu e Lima. Só e somente só da refinaria de Abreu e Lima.
Que venha a CPI do escândalo do clube de várzea de Jaguaré. Só e somente só do clube de várzea de Jaguaré.
Que venham todas CPIs do mundo, meus caros.
Todinhas, sem exceção.
E que se investigem governos do PT, PSDB, PMDB, PDT, PP, PR e tudo quanto é pê.
Mas meter todas as CPIs no mesmo saco, buscando como fato determinado o tal “desvio de recursos” não passa uma brincadeira.
Ou dizendo melhor: não passa de uma covaidia clamorosa, não passa de medo de ser investigado.

É isso.