terça-feira, 30 de julho de 2024

Uma foto que já é icônica, menos de 24 horas após ser revelada ao mundo

Há fotos que se tornam icônicas ao longo do tempo. A do marinheiro George Mendonsa e da enfermeira Greta Zimmer Friedman beijando-se em plena Times Square, em Nova York, no exato momento do fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, é uma delas.

Há fotos que já nascem icônicas. Como a que está postada acima.

Faz menos de 24 horas que foi revelada ao mundo. Em menos de 24 horas, é celebrada como uma obra de arte, um primor, uma preciosidade, uma peça antológica. E histórica.

Fernando Medina, o surfista brasileiro, parece que passeia, parece que voa, levita - leve e liberto - sobre as nuvens, com sua prancha como se fosse, sei lá, uma hélice.

Mas não.

As nuvens são, em verdade, os restos de um tubo de onde ele saiu, voando sobre uma onda perfeita durante disputa de uma prova em que avançou para as oitavas de final em Teahupo'o, no Taiti, na Polinésia francesa, nesta segunda (29). Prova em que ele obteve a nota 9,9.

A foto já é tão icônica que matérias sobre seu autor, o francês Jérôme Brouillet, da Agence France-Presse (AFP), inundam a internet. Todos querem saber como ele conseguiu eternizar esse átimo de segundo, esse momento mágico, fantástico, arrebatador, extático.

“Ele [Medina] estava atrás da onda e eu não pude vê-lo até que ele apareceu e tirei quatro fotos dele, e uma delas era esta. Não foi difícil tirar a foto. Foi mais uma questão de antecipar o momento e saber onde o Gabriel vai começar a onda”, afirmou o fotógrafo.

Ou seja: ele apontou em direção à saída do tubo e começou a clicar, tão logo Medina apareceu. Cada clicada talvez dure menos de 1 segundo. Em menos de 4 segundos, produziu-se a foto icônica.

O depoimento de Brouillet lembrou-me de Pedro Pinto, um dos mais fotógrafos que o jornalismo do Pará já produziu e meu velho amigo na Redação de O LIBERAL, nos anos 1980.

Uma vez, ao ver-me extasiado diante de uma foto sua durante um RexPa, Pedro me disse que suas melhores fotos de futebol foram de lances que ele, a rigor, não se lembrava de ter visto. Foi vê-los apenas quando os negativos eram, como a gente dizia, revelados e as fotos, copiadas.

Pedro não via os lances, mas guiava sua câmera para que os visse.

Exatamente como fez Brouillet, nessa foto fantástica, que eu não paro de ver e rever.

terça-feira, 23 de julho de 2024

Lula sobre a COP30 em Belém: "A gente pode ter problemas"

Lula, entre o governador Helder Barbalho e o chanceler Mauro Vieira, ao anunciar,
em maio do ano passado, Belém como a sede da COP 30 (Foto: Ricardo Stuckert)

Se só tem tu, vai com tu mesmo.

Pela primeira vez, desde que chancelou publicamente, entre pompas e alguma circunstância, a realização da 30ª Conferência das Nações Unidas (ONU) sobre Clima, a COP 30, em Belém, o presidente Lula admitiu, também publicamente, mas desta vez sem pompas, que não será fácil dotar a cidade da infraestrutura ideal para sediar o evento, programado para novembro de 2025.

"[...] Nós convocamos a COP na cidade de Belém, que é um lugar muito especial na Amazônia. É um lugar em que a gente pode ter problemas, porque não tem toda a estrutura que tem em uma cidade grande como Paris, como São Paulo, como Londres, como Madrid, como Nova York, não. Mas a gente vai fazer lá mesmo, que é para as pessoas sentirem como é que vivem as pessoas que moram na Amazônia", afirmou o presidente.

As declarações foram dadas em uma entrevista fechada a jornalistas de agências internacionais no Palácio da Alvorada, na segunda-feira (22). A transcrição da entrevista, no entanto, foi divulgada pelo governo federal apenas nesta terça (23).

terça-feira, 16 de julho de 2024

"Lixão a céu aberto" no Atalaia integra apuração do MPF, que pode, entre outras alternativas, ajuizar ação para reprimir uso irregular da praia

A Praia do Atalaia, como ficou no último final de semana, após evento realizado
durante a madrugada. Até agora, ninguém foi responsabilizado por esse crime ambiental.
Muito menos o organizador do evento, que até agora ninguém sabe quem é.
(Foto: redes sociais)

O Ministério Público Federal informou na tarde desta terça-feira (16), ao Espaço Aberto, ter tomado conhecimento, pela Imprensa e pelas redes sociais,  do lixão a céu aberto (expressão do blog, diga-se logo, e não do MPF) em que se transformou a Praia do Atalaia, em Salinópolis, no último final de semana, e que já está em andamento no órgão o Procedimento Preparatório (PP) 1.23.000.000137/2024-90.

Instaurado em janeiro deste ano, o PP, segundo o MPF, apura a utilização irregular das praias de Salinópolis, "em especial, a permissão para que veículos automotivos entrem na faixa de areia." Desde então, houve coleta de informações e reuniões com órgãos públicos, como a Prefeitura de Salinópolis e as secretarias municipais de Meio Ambiente e de Turismo de Salinópolis.

"As praias são bens públicos de uso comum do povo. Desse modo, o MPF requer das autoridades públicas o estabelecimento de regras que assegurem a todas e todos o livre e franco acesso a elas e ao mar, bem como o cumprimento da legislação ambiental", acrescenta a nota do MPF encaminhada ao Espaço Aberto.

O procedimento preparatório, conforme definição do próprio MPF, é instaurado para apurar notícias de irregularidades quando os fatos ou a autoria não estão claros ou quando não é evidente que a atribuição de investigação é do Ministério Público Federal.

"Depois de reunidas mais informações, o procedimento preparatório pode se transformar em inquérito civil, ou mesmo redundar diretamente na propositura de uma ação, caso os fatos e autores fiquem bem definidos durante seu trâmite", explica o órgão.

Isso significa que, encerrado o PP, uma das possibilidades é o ajuizamento de ação que, entre outras medidas, pode pedir até a vedação do tráfego de veículos na Praia do Atalaia, providência cobrada há 500 anos e nunca, até agora, satisfeita.

domingo, 14 de julho de 2024

No Atalaia, em Salinas, a noite é uma criança. E a noite também é para os criminosos.


Em Salinas, na Praia do Atalaia, esse recanto único do desassossego (perdoem-nos os portadores de JBLs) que emoldura a orla Atlântica do Pará, a noite é uma criança. Como também é um refúgio para o crime ambiental perpetrado por criminosos.
Esse vídeo que vocês veem acima foi mandado há pouco para o Espaço Aberto e está viralizando em vários perfis nas redes sociais.
As imagens, como também o desabafo dos trabalhadores, mostram a sujeira, a imundície, a nojeira perpetrada pelos que se concentram durante a noite, no Atalaia.
Eles, os criminosos das noites, têm passe livre para transformar a praia no depósito de lixo de suas saudáveis diversões, inundando-as de garrafas de bebidas, entre outros rejeitos.
Mas os pobres barraqueiros, trabalhadores que ganham a vida honesta e duramente, não podem, em sua jornada de tabalho durante o dia, comercializar produtos em garrafas. Se fizerem isso, expõem-se a sofrer multas pesadíssimas. E todo esse rigor é, dizem, para proteger a natureza, o meio ambiente, a vida saudável (hehe).
Mas, à noite, está tudo liberado.
Com a palavra, as múltiplas - e esforçadíssimas - esferas encarregadas de fiscalizar essas tenebrosas transgressões.
Transgressões que ocorrem durante a noite, sem bem dito.

quinta-feira, 11 de julho de 2024

Justiça Federal condena Hydro Alunorte a pagar R$ 100 milhões por desastre ambiental em Barcarena

Instalações da Hydro Alunorte no município de Barcarena (Foto: Paulo Santos/Reuters)

Do portal da Justiça Federal/Seção Judiciária do Pará

O juiz federal titular da 9ª Vara, José Airton de Aguiar Portela, condenou a Hydro Alunorte à pena de prestação de serviços à comunidade, por ter contaminado e poluído uma área no município de Barcarena, em 2009, após o transbordamento de rejeitos sólidos de suas instalações. A mineradora será obrigada a pagar R$ 100 milhões, a título de contribuição a entidades ambientais ou culturais públicas.

Na sentença de 92 páginas, assinada nesta quarta-feira (10), a 9ª Vara aplicou pena restritiva de direitos da pessoa jurídica, proibindo a refinadora de alumina (a maior do mundo, fora da China) de contratar com  o Poder Público, bem como dele obter subsídios, subvenções ou doações por dez anos, assim alcançando todos os órgãos da Administração direta e indireta, de todas as esferas federativas.

O magistrado determina que os R$ 100 milhões sejam recolhidos à conta do Juízo, “para posterior destinação a instituição pública ou privada sem fins lucrativos, desde que fiscalizada por órgãos de conta e/ou Ministério Público, preferencialmente, de caráter socioambiental, podendo também tal valor ser destinado à recuperação ou instalação de parques ambientais, praças ou espaços verdes de lazer no nas áreas urbanas do Estado do Pará, assim contribuindo-se para a melhoria da qualidade de vida da população, principalmente nas zonas periféricas das cidades.”

O processo começou na Comarca de Barcarena, em 2012. Sete anos depois, ficou decidido que a Justiça Federal é que tinha competência para julgar o caso, tendo sido o processo distribuído para a 9ª Vara, competente para apreciar ações de natureza ambiental.

A primeira denúncia, apresentada em dezembro de 2012 pelo Ministério Público do Pará (MPPA) e posteriormente ratificada pelo Ministério Público Federal (MPF), narra que, em razão do transbordamento da bacia de depósito de rejeitos sólidos (DRS), ocorrido em 27 de abril de 2009, no interior das dependências da Alunorte, houve contaminação do meio ambiente e a poluição do Rio Murucupi.

Provas - Com base em fotografias, autos de infração, laudos periciais, relatórios de fiscalização do Ibama e estudos do Instituto de Ciências Exatas e Naturais da Faculdade de Química da Universidade Federal do Pará (UFPA), além do que ouviu de vários moradores de Barcarena na condição de testemunhas, o magistrado concluiu que, “em razão de vantagens econômicas decorrentes do processamento da bauxita, em detrimento do interesse da coletividade a um meio ambiente sadio e equilibrado, a Alunorte Alumina do Norte do Brasil S/A se omitiu ao dever de evitar um dano previsível ao subdimensionar os extravasores e a borda livre das paredes norte e oeste do depósito de rejeitos sólidos, assumindo o risco pelo transbordamento do material cáustico decorrente do aumento da pluviosidade local no dia 27/04/2009.”

A sentença acrescenta ainda que “a poluição resultou no lançamento de resíduos sólidos altamente cáusticos e contendo metais pesados, como alumínio, ferro, sódio e titânio, sem o tratamento adequado em área de preservação formada por vegetação e nascentes d’água do Rio Murucupi, modificando drasticamente as características físico-químicas e microbiológicas ao longo de 9 quilômetros do rio, e na extensão da poluição ao Rio Barcarena, ao Rio Pará, Dendê e Arienga, na alteração da estrutura das comunidades bióticas locais, na mortandade de peixes, répteis e animais terrestres, na contaminação dos poços artesianos e na exposição dos ribeirinhos à intoxicação por metais pesados e queimaduras na pele.”

Lama tóxica - Portela avaliou que a Hydro Alunorte não tomou medidas imediatas para socorrer os ribeirinhos e compensar a ausência de água potável e minimizar os danos causados, além de ter sido a responsável pelo transbordamento de uma quantidade enorme de lama tóxica suficiente para contaminar a nascente de rios.

De acordo com a sentença, a Alunorte impediu a entrada dos fiscais do Ibama em sua sede, no dia do evento, e negou a ocorrência do dano aos fiscais, embora já tivesse ciência do transbordamento e estivesse executando medidas para esconder o vazamento com sacos de areia e valas cavadas com retroescavadeiras.

“A empresa não comunicou imediatamente o dano aos órgãos ambientais e negou a ocorrência da poluição aos fiscais do Ibama. A Alunorte passou a colaborar com a fiscalização do Ibama somente após as autuações fiscais. A empresa ré tinha ciência de que devia fazer o alteamento da bacia de depósito de rejeitos sólidos desde dezembro de 2008 e não fez, assumindo o risco para o dano de poluição causado em abril de 2009”, reforça a decisão.

Processo nº 0015239-52.2019.4.01.3900 (consulte aqui).

Hydro nega ocorrência de crimes

Em nota distribuída na manhã desta quinta (11), a Hydro Alunorte manifestou sobre a sentença da Justiça Federal. A seguir, a íntegra da nota:

"A Alunorte nega veementemente a ocorrência de crime de poluição do Rio Pará como consequência do evento de 2009 e irá recorrer da decisão desfavorável logo que for intimada pelo Tribunal.

Durante o processo, as partes forneceram provas técnicas ao Tribunal, demonstrando que não houve danos causados ao Rio Pará.

As operações da refinaria empregam as melhores práticas de gestão, atendendo aos rígidos controles ambientais e à legislação vigente e aplicável. A companhia reafirma seu compromisso em ser uma boa vizinha, colocando as pessoas, o meio ambiente e a segurança em primeiro lugar."

quarta-feira, 10 de julho de 2024

O tudo ou nada contra Daniel. E se ele ganhar de lavada?


A política tem dessas coisas, você sabe.
O santo - puro e imaculado - de hoje será o patife de amanhã. E vice-versa. Tudo vai depender das cirscunstâncias ditadas pelas disputas e paixões políticas.
É o que ocorre com Daniel Santos (PSB), o Doutor Daniel, prefeito de Ananindeua e pré-candidato a se reeleger com uma margem avassaladora de votos, segundo as pesquisas - tanto as críveis como as nem tanto (e muito pelo contrário).
Daniel rompeu com Helder Barbalho (MDB) e passou a ser a Geni da vez.
Os dois jornais de Belém exibiram nos últimos dias (um no domingo, outro nesta quarta), com destaque, matérias sobre o patrimônio amealhado por Daniel nos últimos anos.
As matérias dão continuidade a tantas outras. As acusações menos graves - as menos graves, repita-se - apontam o prefeito como caloteiro que teria inviabilizado, por falta de pagamento, o funcionamento de um pronto-socorro na cidade.
É um tudo ou nada contra Daniel, como se vê.
Consulto três ou quatro pessoas que residem na área de Ananindeua. As quatro responderam que têm conhecimento das denúncias envolvendo o gestor. Mas, de propósito, não quis perguntar-lhes se acreditam ou não nas acusações feitas a ele.
Já que fazem pesquisas pra tudo, essa questão - sobre os efeitos das denúncias contra Daniel na preferência do eleitorado - poderia ser levantada com maior profundidade pelos interessados em buscar projeções em relação ao pleito de outubro.
Mas uma coisa é certa: se Daniel, apesar da avalanche de denúncias contra ele, for reeleito com a margem enorme de votos que se prevê neste momento, seu cacife político tende a aumentar ainda mais. E aí, 2026 é logo ali.
Todavia, aguardemos!
Em política, esperar é, muitas vezes, a conduta mais prudente.

terça-feira, 9 de julho de 2024

Nosso ladrão presuntivo perde até o roubo, mas não perde a piada


Para Jair Bolsonaro, nosso estimado ladrão presuntivo, nem todo ladrão é ladrão.
Ou por outra: ele, parece, elegeu como critério pessoal fazer uma distinção entre ladrões.
Bolsonaro acha que um ladrão de R$ 6,8 milhões é um ladrão bem mais, digamos assim, puro do que um ladrão de R$ 25 milhões.
É que a Polícia Federal divulgou erroneamente o valor das joias apropriadas (todas essas aí que vocês veem no infográfico, pinçado da edição desta terça de O Globo) pelo nosso ladrão presuntivo. Após o ministro do STF Alexandre de Moraes derrubar o sigilo do inquérito, a PF disse que R$ 25 milhões haviam sido desviados por Bolsonaro. Depois, a corporação corrigiu a cifra para R$ 6,8 milhões.
"Aguardemos muitas outras correções", disse o ladrão presuntivo, ao que tudo indica bastante satisfeito de não ser um ladrão presuntivo de R$ 25 milhões, mas de R$ 6,8 milhões.
Isso é uma piada!
Mas nosso ladrão presuntivo é capaz até de perder o roubo, mas não perde a piada.
E os bolsonaristas, sempre com amor no coração e esbanjando bom humor, morrem de rir.

sexta-feira, 5 de julho de 2024

Bolsonaro, o nosso estimado ladrão presuntivo

Jair Bolsonaro e Mauro Cid: comparsas indiciados. Mas ambos, é claro, puros d'alma

Nem o Código Penal, nem as leis esparsas da esfera criminal mencionam o termo ladrão.

Pois é.

Mas ladrão é o que furta, o que rouba, desvia, apropria-se do patrimônio alheio. Inclusive, o que é muitíssimo frequente, o patrimônio público.

Então, em obediência à máxima do Cônego Batista Campos (Na minha de constante lei / o patife é patife / o boi é boi), definamos com todas as letras as coisas como as coisas são: Bolsonaro é ladrão, não é?

Não sei se todos os bolsonaristas, inclusive os ilustrados, serão capazes de entender isto: que Bolsonaro é ladrão.

No mínimo, é o nosso ladrão presuntivo (aos bolsonaristas, listem-se os sinônimos de presuntivo: Que apresenta probabilidades de ser; provável; que demonstra indícios de ser; que pode ser).

Quem o diz que Bolsonaro é o nosso ladrão presuntivo?

A Polícia Federal, que o indiciou por peculato (ou seja, apropriação de bens públicos, conduta que só os ladrões adotam), associação criminosa e lavagem de dinheiro, no inquérito que apurou se ele e ex-assessores se apropriaram indevidamente de joias milionárias dadas de presente quando era desgovernou o Brasil.

Com Bolsonaro, mais 11 foram indiciados, entre eles Mauro Cesar Barbosa Cid, tenente-coronel do Exército e ex-ajudante de ordens da Presidência da República.

Já acabou?

Ainda não acabou.

Ainda temos os inquéritos da fraudes nos cartões de vacina e dos atos golpistas de 8 de janeiro (claramente comandados por Bolsonaro).

Além de estar condenado por inelegibildade e já ter sido condenado em outras ações por crimes contra a honra, os novos indiciamentos vão mostrando, com clareza, o verdadeiro perfil e o verdadeiro caráter desse elemento que estufa o peito todo dia, o dia todo, proclamando-se o exemplar da pureza, mas que representa, em verdade, a escória do mundo político.

quarta-feira, 3 de julho de 2024

Dos 10 piores municípios para se viver no Brasil, 7 são paraenses. E o Pará é o pior Estado.


A Região Amazônica, especialmente o Estado do Pará, ostentam níveis deploráveis de progresso social e suas cidades, inclusive Belém, aparecem entre as piores para se viver em todo o Brasil. É o que aponta o Índice de Progresso Social (IPS), que usou uma metodologia internacional e cobriu os 5,7 mil municípios brasileiros. Os dados foram apresentados na edição do Globo desta quarta (3).
Observem o infográfico acima, pinçado da matéria que o jornal publicou. Dos 10 piores municípios para se viver no Brasil, nada menos do que sete (do 3º ao 9º) estão em território paraense: Trairão, Bannach, Jacareacanga, Cumaru do Norte, Pacajá, Uruará e Portel. O 11º é Anapu, onde a missionária Doroty Stang foi assassinada, em 2005.
Vejam também o ranking da piores capitais para se viver. Consideradas 26 cidades, já que o Distrito Federal não é incluído nessa parte do levantamento, Belém aparece na 24ª posição, à frente apenas de Maceió, Macapá e da pior de todas, Porto Velho, capital de Rondônia.
E o Estado do Pará? Literalmente é o último, com um IPS de 53,20. Entre os 10 melhores Estados, nenhum está situado na Região Norte.
O levantamento IPS Brasil empregou 52 indicadores para medir o atendimento a necessidades humanas básicas, fundamentos para o bem-estar e as oportunidades dadas aos moradores. O coordenador do IPS Brasil, Beto Veríssimo, disse ao Globo que a intenção do trabalho não é ranquear os mais PIBs municipais, e sim "saber se no fim do dia as pessoas estão vivendo melhor".

segunda-feira, 1 de julho de 2024

Bolsonaristas x bolsonaristas: PL barra deputado do PL de almoçar com Bolsonaro


Muito - mais muito mesmo - instrutivo e educativo assistirmos à conduta patritótica de bolsonaristas em eventos povoados de... bolsonaristas.
Neste vídeo aí, que circula à farta nas redes sociais, vemos o deputado estadual Coronel Neil (PL) sendo literalmente escorraçado, juntamente com sua mulher, após ser impedido de entrar no resgtaurante Tetto, em Icoaraci, onde Bolsonaro almoçou após ter participado de motociata que flopou (ou lotou?) na Doca, neste domingo (30).
Ao ser barrado na entrada do restaurante, Neil e sua mulher, Isa Arrais, pré-candidata a vereadora de Belém pelo PL e amiga da ex-primeira-dama, Michele Bolsonaro (também presente no almoço), por muito pouco não se envolveram em desforço físico com bolsonaristas que se antepuseram ao casal, para impedi-los de entrar.
Ao que consta, a ordem para barrar o deputado Coronel Neil foi do deputado federal Éder Mauro, também do PL e pré-candidato a prefeito de Belém. Os dois se odeiam desde as eleições de 2022, quando divergiram sobre estratégias políticas e alianças locais.
Mas esqueçam essas tretas.
Elas apenas refletem o excesso de patriotismo dessa gente cheia de amor e de excelsas intenções, que só querem o seu bem, o de Belém, o do Pará e o do Brasil.
Viva pra eles!

Bolsonaro na "Avenida Doca": afinal, lotou ou flopou?


Bolsonaro - o fascista inelegível, investigado por atos de corrupção (falsificação de cartões de vacina e joias desviadas para seu próprio patrimônio) e por participação nos atos golpistas de 8 de janeiro - esteve em Belém, neste domingo (30).
Veio para o lançamento da pré-candidatura de Éder Mauro a prefeito de Belém.
Participou, junto com a mulher, de uma motociata, nos mesmos moldes das que fazia em plena pandemia, incentivando a contaminação de todo mundo e, nas horas vagas (que sempre foram muitas em seu desgoverno), debochando de doentes agonizantes.
A motociata juntou no seu pico, se muito, de 300 a 400 pessoas.
Mas bolsonaristas estão inundando as redes sociais com imagens que, para eles, é como se a Doca - ou Avenida Doca de Souza Franco, como a apelidam alguns coleguinhas jornalistas) estivesse lotada de ponta a ponta, inclusive com patriotas patinando dentro do esgoto a céu aberto que são os canais da via.
Mas não. A avenida não lotou, não.
Se quiserem usar um termo da moda, em verdade flopou.
O ato bolsonarista flopou.
Tudo é uma questão de ângulo.
Comparando os ângulos, você percebe as reais dimensões da manifestação.
Vejam nos vídeos acima, pinçados das redes sociais.
Num deles, parece que uma multidão se estende pela Doca, a perder de vista.
No vídeo seguinte, com imagens feitas do alto, surge a realidade: pouquíssima gente foi recepcionar o investigado por atos de corrupção.
Flopando ou não flopando, bonito mesmo foi ver os tios fascistas concentrados na Doca, desde cedo, à espera do golpista.
Todos devidamente fardados com camisas da seleção brasileira e ensaiando o hino nacional.
Verdadeiros patriotas.
Fascistas, mas patriotas, ora bolas!