terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Serrão vai disputar a presidência da OAB do Pará


Sim.
Vai ter disputa na próxima eleição da OAB-PA.
O advogado Oswaldo Serrão, dos mais requisitados criminalistas do Pará, confirmou ao blog que aceitou, "com muita honra", disputar a presidência da entidade "ao lado do companheiro Marcelo Nobre e desfraldar a gloriosa bandeira da oposição na próxima eleição da OAB."
Será a primeira vez, nas últimas quatro décadas, que um advogado criminalista disputa a presidência da entidade. "Espero, porém, ser o timoneiro do barco de todos os advogados e advogados. Uma luta, com muita garra, coragem e determinação, pela restauração da honradez, respeito e dignidade profissional", disse o advogado, em comunicado aos colegas.

As gangues no entorno do Mangueirão. Até quando?


Torcedores que foram ao Mangueirão, no último domingo, para assistir ao clássico em que o Remo, contra todas as previsões precipitadas, ganhou de virada por 2 a 1, relatam ao Espaço Aberto cenas pavorosa de gangues se enfrentando em vários trechos da Augusto Montenegro e da Almirante Barroso (na imagem), tão logo se encerrou a partida.
Gangues.
Esse é a versão expressão.
Nada de torcidas organizadas. Gangues, isso sim.
Os clubes são responsáveis por essas gangues?
É claro que sim.
Mas elas são tratadas a pão de ló.
É claro que a polícia precisa armar esquemas especiais de segurança para jogos como esse, que levou mais de 30 mil pessoas ao Mangueirão.
Mas a polícia, convenhamos, não pode ser onipresente.
Não tem contingente para estar de metro em metro, ao longo de todas as grandes vias que dão acesso ao Mangueirão.
Disso se aproveitam as gangues para agir, pondo em risco a integridade dos verdadeiros torcedores.
Isso é assustador.

Um novo aliado preferencial

SERGIO BARRA

Fica cada vez mais difícil entender o jogo de cena do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O presidente americano faz política para endurecer sua política em todos os sentidos. Os conflitos no Oriente Médio foram os que mais recentemente se notabilizaram em termos bélicos e mais chamaram a atenção do mundo ultimamente. A ideia mais forte, é que o passado nunca volta. Sempre que se quer voltar ao velho, o novo tenta se impor. A democracia nos exige um exercício constante, é uma peça em vários atos com infinitos recuos e subtramas. No domingo, 20, Trump completou um ano à frente da presidência dos EUA. Seu primeiro aniversário no comando da Casa Branca foi celebrado sob um cenário político interno instável e permeado por críticas dentro e fora de seu país. As polêmicas nas quais ele se meteu em tão curto espaço de tempo deixaram inequívoca uma de suas principais características: Trump não apanha sem dar troco.
Como o mundo dá muitas voltas e a camuflagem do presidente Trump toma o caráter de servir a seus vários interesses, os EUA parecem conformados com a derrota dos rebeldes que eles patrocinaram contra o regime de Bashar al-Assad, mesmo depois de fechar os olhos ao fato de que estes primeiramente se aliaram à Al-Qaeda e depois se tornaram praticamente uma força auxiliar da rede terrorista outrora pintada como a arqui-inimiga do Ocidente - e também ao apoio dados por aliados como a Turquia e as monarquias do Golfo a essa organização e a outra ainda mais brutal, o Estado Islâmico. Mas ainda não desistiram de tentar moldar a região a seus interesses.
Aí, vem o troco de Trump. De mistura com remanescentes do EI que tentam criar novos redutos após a queda do "califado", os rebeldes "moderados" e a Al-Qaeda, hoje cada vez mais inseparáveis, estão agora sendo assediados e em retração em enclaves no sul e na última província por eles controlada, Idlib. A Turquia ainda apoia o "governo no exílio" da Coalizão Nacional Síria em Istambul e seu Exército da Síria Livre, mas Washington encontrou nos curdos do Rojava um novo aliado preferencial. Recentemente, o porta-voz da coalizão liderada pelos EUA, anunciou estar começando a preparar um exército de 30 mil homens para defender o território tomado pelas Forças Democráticas Sírias (SDF, em inglês), que representa cerca de 25% da Síria e inclui boa porção de seu gás, petróleo e geração hidrelétrica.
Ademais, o reforço duplicará com tropas árabes essa força que hoje é dominada pelos curdos, embora oficialmente lute pela Federação da Síria do Norte - extraoficialmente Rojava, "oeste" (do Curdistão) em curdo - como uma confederação de etnias, inclusive turcomenos, armênios, assírios e árabes. Esse desequilíbrio tornou-se potencialmente explosivo após o colapso do EI deixar em suas mãos um território habitado por uma maioria de árabes. O plano é que os curdos sirvam na fronteira do norte, contra a Turquia e os árabes na fronteira com o Iraque e no Vale do Eufrates, fronteira controlada pelo governo sírio.
Na verdade, a ideologia do Rojava baseia-se explicitamente na obra de Abdullah Öcalan, líder do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, pela sigla em curdo), capturado em 1999 no Quênia com ajuda da CIA e hoje cumprindo pena perpétua como único detento de uma prisão numa ilha turca. Por sua vez, os militantes curdos, revolucionários e anti-imperialistas que procuram implantar um socialismo cooperativista baseado em fazendas coletivas e conselhos operários, aceitam se tornar um virtual protetorado estadunidense no Oriente Médio. Ao mesmo tempo, garantem que seu objetivo continua a ser a autonomia dentro de uma Síria federativa.
O atual governo americano adora paradoxo. A obsessão dos EUA com conter o Irã e manter Assad em xeque gerou uma aliança com uma revolução que cria cooperativas e sovietes e ameaça a Turquia, aliada tradicional de Washington, o aprofundamento dessa desavença aproxima Istambul cada vez mais da Rússia e do Irã.

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SERGIO BARRA é médico e professor
sergiobarra9@gmail.com

O que ele disse


"De certa forma, a não participação de Lula na eleição tensiona o País. A figura do Lula é de muito carisma, não dá para dizer que ele está morto politicamente."
Michel Temer, presidente da República, em entrevista à Rádio Bandeirantes.

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Petistas paraenses apostam em Wagner no lugar de Lula


Com a condenação de Lula, e a consequente inelegibilidade que isso acarretará quando a decisão transitar em julgado em segunda instância, petistas paraenses fazem suas apostas sobre o candidato do partido a presidente nas eleições.
Há uma predominância de opiniões de que, hoje, um nome desponta como favorito na legenda para concorrer ao Planalto: o do ex-governador da Bahia Jaques Wagner.
Ele é a principal liderança petista no maior Estado do Nordeste, uma região onde o PT é muito forte.
Também desfruta do apreço político e pessoal de Lula.
E está entre os petistas moderados.
Qual o problema?
O problema está em que delatores da Odebrecht revelaram ao Ministério Público Federal que a empreiteira presenteou Wagner com relógios de luxo, propinas de R$ 12 milhões em dinheiro vivo e caixa dois. Nas planilhas do departamento de propinas da Odebrecht, o petista era o ‘Polo’, segundo os executivos, por ter trabalhado no polo petroquímico de Camaçari, como técnico de manutenção, nos anos 70.
Mesmo assim, petistas acham que grande parte do eleitorado seria influenciada por Lula e embarcaria, sem dificuldades, na canoa de Wagner.
A conferir.

Entre os eleitores lulistas, 57% acreditam que ele não será preso


Do Jota
Levantamento feito pelo instituto Ideia Big Data aponta que 57% de potenciais eleitores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não acreditam que ele será preso, mesmo após a confirmação da condenação por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em segunda instância pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4).
JOTA teve acesso aos dados da pesquisa com exclusividade. O instituto levantou opiniões sobre os efeitos do julgamento dos recursos apresentados pela defesa do ex-presidente contra a condenação aplicada pelo juiz Sergio Moro, da Justiça Federal do Paraná, em julho do ano passado.  Nesta quarta-feira (24), o TRF4 não apenas manteve a condenação, mas também aumentou a pena de 9 anos e 6 meses proposta pela 1ª instância para 12 anos e 1 mês em regime inicialmente fechado.
A pesquisa também mostra que, mesmo diante desse resultado do julgamento, 55% dos entrevistados acreditam que Lula vai ser candidato ao Palácio do Planalto até a conclusão das eleições de 2018.
Entre as pessoas consultadas pelo levantamento, 56% afirmaram que o resultado do julgamento foi justo. O instituto Ideia Big Data também consultou os entrevistados sobre o efeito do julgamento sobre o desempenho da economia do país. Do total de eleitores, 52% afirmaram que o resultado é neutro, 29% avaliaram que ajuda a economia e 19% responderam que atrapalha.
O levantamento foi organizado pelo cientista político Maurício Moura. A pesquisa consultou 1.018 potenciais eleitores do Lula no dia 24 de janeiro. A coleta dos dados foi feita pelo aplicativo PiniOn por meio de um questionário de autopreenchimento com perguntas fechadas e abertas durante a exibição do Jornal Nacional, da TV Globo. Os usuários do aplicativo foram previamente cadastrados e estavam no Brasil no momento da coleta de informações.

Remo ganha de virada. Porque é o Remo, ora bolas.



Mas que coisa, hein, gente?
Que jogo!
Contra muitas previsões, o Remo ganhou o clássico de ontem por 2 a 1.
E de virada, o que é melhor para a torcida remista.
Surpresa?
Nem tanto.
Como dizem os nossos coleguinhas, num bordão que é tão velho quanto o futebol, clássico é clássico.
Mas, vocês sabem, há previsões afoitas, digamos assim.
Houve gente que nem se deu ao trabalho de assistir ao clássico, porque acreditava que a vitória bicolor era favas contadas. Mais ou menos como se o Barcelona entrasse em campo pra enfrentar o Íbis, o pior time do mundo.
Hehe.
Mas que nada.
Acabou sendo, repita-se para que ninguém esqueça: de virada.
Talvez isso seja uma lição para que, sim, confirme-se que o bordão velho - e chato, vá lá - continua mais atual do que nunca: clássico é clássico.
E quem se atreve a fazer previsões antecipadas, ou quem comete a insensatez de cantar vitória antes do tempo acaba tendo surpresas.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

“Provas acima de razoáveis” bastam para condenar alguém?


“Há provas acima de razoáveis de que o ex-presidente foi um dos articuladores, senão o principal, de um amplo esquema de corrupção.”
A frase, enunciada pelo desembargador João Pedro Gebran Neto no julgamento que confirmou a condenação do ex-presidente Lula, nesta quarta-feira (24), lembra ao pôster um hábito de aferição de quantidades de leitora aqui do Espaço Aberto.
Ela acha – e sempre achou – que não é preciso ser preciso. Não é preciso ser exato.
Então, quando lhe perguntam, por exemplo, o preço de um objeto, a resposta virá: “Cento e pouco”. Ou então “cem e alguma coisa”.
Pronto. Temos que, conforme esse estilo vernacular, digamos assim, enviesado, a coisa pode custar de R$ 101 a R$ 199.
Se lhe perguntam a que horas chega um voo, ela responde: “9 e pouca”. Pronto. O avião pode aterrissar às 9h01 ou às 9h59, tanto faz. Acelere e chegue ao aeroporto às 9h, porque daí pra frente, tudo pode acontecer. Inclusive nada.
Com todo o respeito ao saber jurídico e à exaustiva fundamentação do voto de Gebran Neto, mas o que significa mesmo a expressão “provas acima de razoáveis” para condenar seja quem for – de Lula ao mais reles dos corruptos da Lava Jato e de outros esquemas igualmente corruptos?
Provas "acima de razoáveis" indicariam que grau de certeza? Tipo assim "5o e pouco (50% e um pouco?) Indicariam 51%, 52% ou 99% de certeza?
Não seria necessário que, entre as provas coligidas contra o petista, pelo menos uma – só uma - fosse absolutamente veraz, incontestavelmente contundente e capital para individualizar a culpa do réu?
Sopesar o valor de um monte de provas apenas “acima de razoáveis” justificam não apenas votar pela condenação de uma pessoa como aumentar a pena aplicada em primeiro grau?

Politizar o julgamento em excesso é perigoso aos petistas


Admita-se a indignação dos petistas com a condenação de Lula pela 8ª Turma do TRF da 4ª Região.
Mas recomenda-se que meçam pela régua da sensatez o que dizem.
Criticar o entendimento que os magistrados tiveram – de Sérgio Moro, na primeira instância, aos três desembargadores da 8ª Turma – João Pedro Gebran Neto, Victor Laus e Leandro Paulsen (na foto) – ao julgar o recurso é uma coisa.
Mas dizer que o julgamento é uma farsa é outra coisa.
Dizer que os votos dos desembargadores foi combinado também é uma tolice. Perigosíssima.
Essa tentativa exagerada de politizar o julgamento pode virar contra os petistas.
Porque transmite três percepções.
A primeira, de que a justiça só é justiça quando é favorável ao PT e aos petistas.
A segunda, a de que todo mundo que não está a favor do PT e dos petistas está contra eles.
A terceira, a de que o excesso de politização pode indicar também a incapacidade de contrapor fatos incontestáveis que militem, tecnicamente, em favor de Lula.

Petista convoca para a guerra civil e vai para o bar


Tão logo terminou o julgamento que condenouLula, petista das relações de amizade do pôster passou a mão no celular, entrou em grupo no Zap e berrou, indignado, que estava na hora de começar uma guerra civil para reagir contra o que classifica de farsa e jogo de cartas marcadas.
Feito isso, e antes mesmo que começasse a ser alvo de chacotas virtuais, foi para o bar confraternizar com amigos.
Lá, deve ter encarado a realidade a olho nu.
Ao vivo e em cores.
E com outros sabores que não os da indignação belicista.

Temer treme porque teme ser Lula amanhã


Fora de brincadeira.
Mas Temer, quando investe-se no papel de Temer, é uma graça.
Ele diz coisas que nos fazem gargalhar.
Tão logo confirmou-se a condenação de Lula, ganhou destaque a informação de que o presidente, no momento participando do Forum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, determinou à equipe ministerial que evite fazer comentários públicos sobre a manutenção da condenação do petista.
O receio do Palácio do Planalto, ao que se diz, é de que um comentário elogioso à decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região ou à defesa da independência do Poder Judiciário, mesmo que de forma genérica, poderá ser usado pelo petista para fortalecer o discurso de que ele foi perseguido ou vitimizado.
Sabem aquele kkkkkkkkkkkkk que a gente usa tanto no Zap, pra indicar que estamos gargalhando?
Pois é.
Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.
Ninguém se engane: Temer não está com receio de vitimização coisa nenhuma.
Temer teme, isso sim, ser Lula amanhã.
Ele, seus parceiros mais próximos, seus correligionários do MDB e outros mais, que já estão cumprindo pena na cadeia, sentenciados pelo juiz federal Sérgio Moro.
Temer nem tem ser ridículo.
Por isso é engraçado.
Fora de brincadeira.

O que ele disse


"Nunca tive ilusão com a decisão do tribunal. Nunca tive nenhuma ilusão com o comportamento dos juízes na questão da Lava Jato. Por quê? Porque houve um pacto entre o judiciário e a imprensa, eles resolveram que era hora de acabar com o PT e com a nossa governança no País".

Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente da República, após ter confirmada pela 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, a condenação aplicada em primeira instância pelo juiz federal Sérgio Moro. A pena foi elevada de nove anos e seis meses para 12 anos e um mês de reclusão.

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Redes sociais em pé de guerra. Por Lula. E contra Lula.


Esquema de guerra, ou quase isso, cercam o julgamento de Lula, marcado para esta quarta-feira (24), em Porto Alegre.
Redes sociais estão em guerra. Quase literalmente.
Por lá, só não há tiros de um lado para o outro porque ainda não inventaram tiros virtuais que também sejam, of course, letais.
Mas letais, para a honra das pessoas, são as ofensas gratuitas, as exibições impressionantes de intolerância de lulistas e antilulistas.
Porque, parece, o País está dividido nesses dois segmentos.
Triste Brasil, em que a democracia só é exercida, convenhamos, da boca pra fora.
Com as exceções, é claro, que apenas confirmam a regra.

"Entre amigos, quem é que não fala merda?"



A pergunta é do jornalista William Waack.
Uma pergunta das mais pertinentes, sobretudo para ser ecoada neste mundo - e neste Brasil - politicamente correto, chatíssimo, excedendo-se cada vez mais em hipocrisias, em que os defensores das boas práticas e dos bons costumes travestem-se de vestais em público, mas em privado são animais irracionais, que batem na mulher, dão bicuda em cachorro e, sim, são racistas repulsivos.
A entrevista que William Waack concedeu ao jornalista Augusto Nunes é muito boa.
Porque ele não esconde seu erro, no caso a piada imbecil que resultou em sua saída da Globo, mas a enquadra num contexto em que, como diz, grupos organizados estão tomando de assalto as redes sociais para ditar suas normas.
Hipocritamente.
Criminosamente.
Todo dia.
O dia todo.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Por sua fama, Neymar parece errado até quando está certo


Neymar que se conforme.
Ele sempre vai pagar pela fama que está construindo de sua imagem.
Sua fama é de arrogante, exibido, antipático, narcisista - e por aí vai.
Ainda que seja um gênio da bola, essa é a fama que ele carrega.
E até quando está certo, Neymar parece errado.
Ele foi o cara no jogo contra o Dijon.
Marcou quatro dos oito gols na vitória por 8 a 0 do PSG.
Deu duas assistências para outros gols.
Arrasou.
Foi nota 10 - literalmente, 10 -, atribuída por jornal francês que, em muitos anos, só atribuiu essa avaliação máxima à atuação de pouquíssimos jogadores.
Mas Neymar, acreditem, saiu vaiado pela própria torcida do PSG.
Porque a galera queria que ele deixasse Cavani bater um pênalti, para o uruguaio superar um recorde - o de marcar 157 gols com a camisa do PSG.
Só que Neymar também queria fazer os quatro gols numa só partida, marca que não é muito comum.
Neymar estava certo: ele tinha que aproveitar aquele jogo pra marcar quatro gols ou mais.
Cavani pode esperar as próximas rodadas, porque só falta um gol pra quebrar o seu recorde.
Mesmo assim, repita-se, Neymar saiu vaiado.
Porque, pela fama, parece errado até quando está certo.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

É a Seel que deve pagar aos clubes para jogarem no Mangueirão




Leitor do Espaço Aberto, também ele remista, liga pra cá depois de ler as postagens O Remo horroroso. E o gramado do Mangueirão, muito mais e A Seel se cala sobre o areal no Mangueirão. Pior para o governo Jatene, em que se aborda o caso do estado tenebroso, vergonhoso, vexaminoso – e outros osos –em que se encontra o gramado do Mangueirão, transformado num majestoso areal.
Acha o leitor que não se deve reclamar da Seel, que estaria, como ele diz, no “papel dela” de não se explicar.

Mas deve-se, complementa o remista, deplorar, e muito, que o Remo tenha aceitado pagar R$ 8 mil para jogar no gramado-areal do Mangueirão.
Sabe que o leitor tem certa razão?
Porque, a rigor mesmo, não é o Remo ou qualquer clube, disputante do Parazão, que deve pagar à Seel para jogar no Mangueirão.
É a Seel, isso sim, que deve pagar aos clubes para jogarem nesse gramado horroroso.
O Remo, poderão alegar os remistas, teve que pagar porque não tem outra alternativa, já que o Baenão encontra-se em reformas e, para não contrariar sua torcida, dificilmente tomaria iniciativa de jogar na Curuzu, a casa do rival.
Então, se é assim, o Remo que fosse jogar em Castanhal, Bragança, Paragominas, Santarém – seja lá onde for.
Porque nenhum desses gramados está pior que o do Mangueirão.
É evidente que não.

Somos super-homens e supermulheres? Ou somos apenas jornalistas?

Momento em que Santiago Andrade, cinegrafista da Band, é atingido por rojão (Foto: Domingos Peixoto/AFP)
Não há dúvida.
Nós, jornalistas, muitos nos achamos mais que qualquer um. Simplesmente nos achamos.
Além de muitos de nós ainda nos acharmos os repositórios únicos de todas as verdades do mundo, resistimos em admitir que isso, ora bolas, apenas é um sintoma de nossas indisfarçáveis arrogâncias.
Mas não nos enganemos: jornalistas? Sim, nós o somos. Mas não somos nem super-homens, nem supermulheres. Não mesmo.
Essa constatação vem a propósito de um bom debate que rola nas redes sociais (yes, as redes sociais, acreditem, ainda são capazes de produzir bons debates), entre coleguinhas jornalistas.
Discute-se, em resumo, a respeito de um dos dilemas éticos da nossa profissão.
A busca pela verdade, desafio que o jornalismo nos impõe todo dia, o dia todo, não tem limites para o jornalista? Nem mesmo quando sua vida está sob gravíssimo e iminente risco?
Porque trabalhamos com fatos, porque precisamos estar perto dos fatos ou, pelo menos, precisamos estar com os fatos à vista, não devemos observar qualquer limite em relação à nossa integridade física para apurá-los?
Se formos escalados para cobrir, digamos, uma rebelião, temos que nos expor de peito aberto a um fogo cruzado, se isso for necessário para obtermos um aspecto exclusivo do fato que se antepõe à nossa frente?
Essas questões, que deflagram o debate entre colegas jornalistas, vêm a propósito de equipe da TV Liberal ter evitado entrar numa área onde quatro pessoas foram chacinadas, no bairro do Icuí-Guajará, em Ananindeua. E não entrou porque os jornalistas foram aconselhados pelos próprios moradores a não fazê-lo, porque o local é muitíssimo perigoso.
Então, digamos logo: a equipe da TV Liberal fez muito bem ao avaliar que, se o risco seria extremo ingressando numa rua do Icuí-Guajará, então, por cautela, melhor seria permanecer em local que expusesse os jornalistas a menos riscos.
Por um motivo simples, muito simples: há limite para tudo, inclusive no jornalismo; há limite para tudo, inclusive na busca pela verdade – ou por aquilo que entendemos ser a verdade (porque, não esqueçam, nunca fomos e jamais seremos os repositórios dela).
Ocorre-me, não sem coincidência, historinha inesquecível em que fui um dos protagonistas.
Corria os anos 1980.
Fui escalado pelo O LIBERAL, juntamente com o ótimo fotógrafo Alexandre Lima (que não sei mais por onde anda), para fazer matérias especiais sobre conflitos agrários no sul do Pará – Marabá, Redenção, Rio Maria, Conceição do Araguaia e redondezas.
Grande fazendeiro da região acabara de ser executado a tiros por invasores de suas terras.
O clima na área era de guerra. Jornalistas que ousassem andar pela região, sobretudo para tratar do explosivo da questão agrária, eram alvos iminentes de ataques armados.
Mas fomos – eu e Alexandre. Conosco, se não me falha a memória, cinco agentes da Polícia Federal.
Em uma ocasião, precisamos entrar numa ramal onde só cabia um carro, no caso, a caminhonete cabine dupla que nos conduzia.
Paramos na entrada do ramal para que houvesse uma rearrumação dos lugares no veículo.
Ficaram dois agentes da PF no banco da frente. Um deles dirigia o carro com a mão direita e, com a esquerda, mantinha uma arma engatilhada.
No banco de trás, eu e Alexandre entre mais dois agentes, um de cada lado. E um quinto policial, na carroceria da camihonete.
Todos os agentes da PF, repita-se, armados até os dentes e prontíssimos para disparar.
Entramos no ramal.
Diretamente, sem meias palavras, sem lero-lero e com a objetividade que só os apavorados e aparvalhados diante de grandes perigos podem demonstrar, perguntei aos agentes:
- Se nós sofremos uma emboscada neste ramal, quais as nossas chances?
Um silêncio de alguns foi quebrado pelo quase sussurrar de um dos agentes. Um sussurro que eu jamais haverei de esquecer:
- Quase nenhuma [chance].
Olhei pro Alex, que mantinha sua arma, a máquina fotográfica, a postos. Mas só estava menos pálido do que eu.
E depois eu ainda pensei comigo mesmo: mas se nos emboscarem aqui, crivando-nos de tiro, o Alex vai fazer mesmo o quê com essa máquina? Até hoje não sei a resposta a essa profundíssima e íntima reflexão (rsss)
Essa historinha é pra dizer o seguinte: se eu fosse avisado, antes de entrar no ramal, que teríamos praticamente nenhuma chance de sobreviver a uma emboscada, eu teria desistido de entrar ali.
Eu queria a verdade, estava atrás dela e já havia sido exposto a outros riscos. Mas aquele risco específico, de entrar num ramal de onde todos poderíamos sair mortos, aquele risco, portanto, eu não correria. Não mesmo. Se nem os policiais, fortemente armados, garantiam a própria vida deles, como eu haveria de acreditar que nós, protegidos por eles, poderiam nos salvar se um bando armado nos emboscasse?
É evidente que repórteres não são repórteres se forem medrosos e não se expuserem a vários riscos.
Mas quem mensura a extensão dos riscos deve ser o próprio repórter.
Em 2014, ele cobria uma manifestação na Central do Brasil, no Rio.
Sim, manifestações são arriscadas, porque um objeto contundente por lhe acertar. Mas o risco pode ser controlável pelo repórter – que pode se colocar numa posição menos insegura, pode correr em dado momento para buscar abrigo mais seguro etc.
Pois Santiago Andrade foi atingido por um rojão na cabeça, precisamente no dia 6 de fevereiro de 2014. Morreu quatro dias depois, aos 49 anos.
E se o cinegrafista avaliasse que não poderia ficar no meio da manifestação, porque poderia ser morto, e portanto desistisse da cobertura? Ele estaria ofendendo os melhores princípios do jornalismo?
Mas é claro que não.
Porque riscos, meus caros, somos nós, jornalistas, que calculamos. Somos nós que mensuramos.
No caso da equipe da TV, os moradores é que a alertou para os perigos do local. Haveria mesmo perigos tão grandes assim, a ponto de atrapalhar o jornalístico. Ou os moradores estariam exagerando? É difícil saber. E como os jornalistas não tinha como aferir a certeza dessa avaliação dos próprios moradores, melhor então fazer a reportagem a partir de um local menos inseguro.
E devemos calcular os riscos observando sempre aquele princípio externado no início: somos jornalistas, mas não super-homens e nem supermulheres.
Não mesmo.

Gleisi Hoffmann, esse monumento vivo à sensatez

Uma publicação compartilhada por Blog Espaço Aberto (@blogdoespacoaberto) em

O que ela disse


"Espero que alguém acredite em mim em vez de só ouvir. Por que não deveria me sentir ultrajada depois de tantos anos sendo ignorada? Tudo que posso fazer é dizer a verdade. Por que eu não deveria querer acabar com ele?"
Dylan Farrow, filha adotiva de Woody Allen, em entrevista à rede CBS, numa das denúncias mais explícitas em que acusa o cineasta de tê-la molestado sexualmente quanto tinha sete anos.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Eventual indiciamento de Helder deixa peemedebistas ansiosos

Alguns peemedebistas que orbitam não muito próximo, mas no entorno, digamos assim, do ministro da Integração, Helder Barbalho (PMDB-PA), não conseguem, mesmo que tentem, disfarçar a ansiedade em relação ao resultado do inquérito que apura a participação dele no esquema da Lava Jato.
A ansiedade tem um motivo: se Helder for indiciado e, pior ainda, vier a ser posteriormente denunciado pelo Ministério Público Federal, acham esses peemedebistas que o ministro vai enfrentar uma pedreira nas eleições de outubro, quando estará disputando o governo do Estado pelo PMDB. Porque será difícil, nessas circunstâncias, livrar-se da suspeita de que embolsou propina.
E se não for indiciado? Aí os peemedebistas já acham que Helder aumentar consideravelmente seu cacife para chegar ao governo.
A ansiedade entre alguns peemedebistas cresceu depois que o ministro foi à Polícia Federal para prestar depoimento sobre a acusação de que se reuniu com um executivo da Odebrecht em um hotel em São Paulo, durante a eleição de 2014, para pedir "doação eleitoral oficial" à campanha dele ao governo do Pará.
O ministro disse que recebeu R$ 2,2 milhões declarados à Justiça Eleitoral e negou ter recebido valores em caixa dois, o que contraria o depoimento de dois delatores da Odebrecht, segundo os quais foram pagos em espécie, não declarados, R$ 1,5 milhão em hotéis de São Paulo.
Matéria publicada pela Folha diz que ao ser ouvido na PF, em 14 de dezembro do ano passado, Helder confirmou trechos dos depoimentos de Fernando Reis e Mário Amaro de Oliveira, executivos da Odebrecht que fecharam acordo de delação com a PGR (Procuradoria-Geral da República).
Eles haviam relatado que em 2014 Barbalho viajara de Belém para o encontro em São Paulo ao lado de mais duas pessoas, o senador Paulo Rocha (PT-PA), aliado político na campanha, e o então prefeito de Marabá (PA), João Salame Neto (MDB), atual diretor de um departamento do Ministério da Saúde.
Segundo Amaro, o candidato mencionou que precisava de R$ 30 milhões para a campanha e indicou um nome "para que recebesse os valores", o do ex-senador e atual secretário nacional de Portos, vinculado ao Ministério dos Transportes, Luiz Otávio Oliveira Campos.
Segundo Amaro, Paulo Rocha não pediu recursos para sua campanha. Amaro disse que dias depois foi a Brasília para se encontrar com Campos em sua casa, no Lago Sul, e informou que a Odebrecht iria pagar R$ 1,5 milhão em caixa dois.
Os delatores entregaram à PGR uma planilha com o registro de três pagamentos à campanha do ministro, sob o codinome "Cavanhaque".
Barbalho negou ter indicado o nome de Campos para Amaro. Mas o próprio Campos, em depoimento à PF, confirmou ter recebido Amaro em sua casa e disse ter ouvido do executivo que a empresa iria contribuir com R$ 1,5 milhão para a campanha em doação oficial.

Agora, é aguardar se o ministro vai ser indiciado ou não.

A Seel se cala sobre o areal no Mangueirão. Pior para o governo Jatene.


Espiem só.
O Espaço Aberto remeteu no final da manhã desta terça-feira (16), à Secretária de Esporte e Lazer (Seel) as oito perguntas abaixo, para se esclarecer sobre o horrível, horroroso gramado-areal do Mangueirão, como todos vimos no último domingo, no jogo entre Remo e Bragantino:

1. Quais as justificativas técnicas para a grande quantidade de areia no gramado, como se pôde ver no jogo do último domingo?
2. Quanto custou o trabalho de revitalização, que a Seel afirma ter feito no gramado, segundo matérias publicadas em jornais no último final de semana?
3. Qual foi a empresa responsável pelo trabalho? De forma foi contratada? Foi contratação direta ou mediante processo licitatório?
4. Desde quando o trabalho foi feito e por que não o gramado não ficou pronto a tempo para o início do Parazão?
5. Para quantos eventos, nos meses de novembro e dezembro, o Mangueirão foi cedido?
6. Qual a natureza desses eventos? Quem os promoveu? Qual a receita que o Estado auferiu com sua realização?
7. Com o Parazão já em andamento, e considerando o período de fortes chuvas, há possibilidade de o gramado estar em plenas em condições a disputa de jogos? Em quanto tempo isso será possível?
8. Quanto a Seel cobrou, no último domingo, para que Remo e Bragantino disputassem a partida no Mangueirão, mesmo com o gramado em condições precárias, segundo avaliação de jogadores e treinadores das duas equipes?

Quais as respostas da Seel às perguntas?
Nenhuma.
A resposta foi o silêncio.
Mas há silêncios que berram, que gritam, esperneiam.
Há silêncios que entram em choque com suas próprias contradições.
Se a Seel não tem mesmo como justificar essa hediondez que se vê na foto, então palmas pra secretaria, que prefere silenciar a enrolar-se em justificativas esfarrapadas, implausíveis, inaceitáveis.
Agora, ressaltemos um fato: coisas que tais não respingam na Seel, mas no governo Jatene, né?
A fatura, positiva ou negativa de paradas assim, em que fatos de relevância pública ficam envoltos em penumbras, especulações e névoas, porque o Poder Público não se digna oferecer explicações, essa fatura, pois, será apresentada mais tarde.
E não é à Seel que será apresentada, ressalte-se mais uma vez.

O que ele disse


Durante toda a minha vida, combati intolerância de qualquer tipo —racial, inclusive—, e minha vida profissional e pessoal é prova eloquente disso. Autorizado por ela, faço aqui uso das palavras da jornalista Glória Maria, que foi bastante perseguida por intolerantes em redes sociais por ter dito em público: "Convivi com o William a vida inteira, e ele não é racista. Aquilo foi piada de português."
[...] 
Por ter vivido e trabalhado durante 21 anos fora do Brasil, gosto de afirmar que não conheço outro povo tão irreverente e brincalhão como o brasileiro. É essa parte do nosso caráter nacional que os canalhas do linchamento —nas palavras, nesta Folha, do filósofo Luiz Felipe Pondé— querem nos tirar.
Admito, sim, que piadas podem ser a manifestação irrefletida de um histórico de discriminação e exclusão. Mas constitui um erro grave tomar um gracejo circunstanciado, ainda que infeliz, como expressão de um pensamento. Até porque não se poderia tomar um pensamento verdadeiramente racista como uma piada.
[...] 
Termino com um saber consagrado: um homem se conhece por sua obra, assim como se conhece a árvore por seu fruto. Tenho 48 anos de profissão. Não haverá gritaria organizada e oportunismo covarde capazes de mudar essa história: não sou racista. Tenho como prova a minha obra, os meus frutos. Eles são a minha verdade e a verdade do que produzi.

Trechos de artigo que o jornalista William Waack assinou na Folha de S.Paulo de domingo (14), na primeira manifestação pública após rescindir contrato com o Globo, que o afastou em decorrência de comentários dele que vazaram nas redes sociais e foram avaliados por muitos como de cunho racista.

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Aplicativo péssimo do Uber prejudica seus motoristas


Motoristas do Uber confessam ao repórter: o aplicativo  que usam está cada vez pior.
E está depondo, acreditem, contra a imagem dos próprios motoristas, e não da empresa à qual prestam serviços e que não toma qualquer providência, parece, para tornar o aplicativo menos pior do que está.
"Esse GPS já foi atualizado, mas não presta mesmo. A gente nunca sabe ao certo em que lado da rua o cliente está. E às vezes também não conseguimos saber qual o destino da pessoa, quando ela entra no veículo", admite um motorista. "E o pior é que todo mundo fica pensando que nós é que somos os culpados, mas não somos nós".
O repórter, que usa frequentemente o Uber, é testemunha. Todas as vezes em que chamo um carro, é preciso dizer em que lado da rua estou - se no lado direito ou no esquerdo.
E o tempo indicado pelo aplicativo para a chegada do veículo ao ponto de partida também é uma graça. Em algumas ocasiões, informa que o carro está chegando em 4 minutos, mas chega em dez. Outras vezes, que chega em 10, mas em um minuto já está à sua porta.
Talvez só mesmo com uma boa concorrência a Uber haverá de ajeitar esse aplicativo.

"O Remo não esteve tão horrível assim". É mesmo?


De leitor que se apresenta como Cultura Inútil, sobre a postagem O Remo horroroso. E o gramado do Mangueirão, muito mais:

Cara, de boa. Eu fui ao jogo. Sou remista, mas não sou cego. E, sinceramente, o Remo não esteve tão horrível assim. No primeiro tempo, sim. Foi realmente uma lástima. Sem aproximação e organização no meio, sem participação nas alas e muito afoitos, com muitos erros de passes.
Mas o segundo tempo, a despeito das limitações do Bragantino, foi, sim, bom. Adenilson organizou a meiúca. Botou a bola no chão. Os alas apareceram. Jogadores como Elielton, Adenilson (principalmente) e Felipe Marques foram gratas surpresas. Outros como Geandro, Brasília e Eduardo, visivelmente, têm potencial. Andrey não foi bem, mas se colocar ele num 4-4-2 vai render muito mais.
Só não gostei muito da zaga, muito pesada. Enfim; é um time sem estrelas, mas equilibrado e com um potencial evolutivo muito grande. Eu, pessoalmente, acho o 4-4-2 uma melhor opção. Vamos ver os próximos jogos.
Ah; e o gramado estava vergonhoso. Vergonhoso.

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DO ESPAÇO ABERTO:

Cara, diboa, deixa eu repetir pra ti: o Remo, apesar do segundo tempo menos medíocre, esteve, sim, horroroso. Repito : hor-ro-ro-so.
Concordo com as avaliações sobre Adenilson e Elielton. Mas os três do meio-campo - Geandro, Leandro Brasília e Andrey foram nulos.
Por último: como tu, sou remista, mas acho, realmente, que preciso de óculos para ter a tua visão e concluir, como tu, que "o Remo não esteve tão horrível assim".
Mamãããããeeeeeeee.
Ah, pelo menos tenho um consolo: viste o mesmo gramado que eu vi.

Liminar suspende empreendimento que afeta Lago do Juá, em Santarém

O Lago do Juá, em Santarém, no região oeste do Pará: tesouro ameaçado pelo assoreamento
causado por um projeto imobiliário (foto de Celso Lobo)
Liminar da Justiça Federal suspendeu, nesta segunda-feira (15), o empreendimento denominado Residencial Cidade Jardim, que prevê a construção de um loteamento urbano residencial e comercial às margens da rodovia Fernando Guilhon, em área próxima ao Lago do Juá, em Santarém, na região oeste do Pará. A empresa imobiliária responsável pelo projeto pretende dividir uma área de 99,5 hectares em 2.751 lotes, sendo 1.693 residenciais e 1.058 comerciais.
Além de determinar a suspensão dos efeitos das licenças Prévia e de Instalação, concedidas pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Santarém (Semma), a decisão liminar (veja aqui a íntegra), assinada pelo juiz federal da 2ª Vara, Érico Rodrigo Freitas Pinheiro, determina que a empresa requerida, Sisa Salvação Empreendimentos Imobiliários Ltda., não poderá realizar qualquer intervenção na área.
Foi fixado o prazo de 20 dias para que a empresa apresente à Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas) um plano prevendo a adoção de medidas de contenção, elaborado por profissionais devidamente habilitados, a fim de evitar que o Lago do Juá venha a ser assoreado por resíduos oriundos da área do Cidade Jardim. A Semas também terá de analisar e decidir sobre o plano apresentado, de forma tecnicamente fundamentada, no prazo máximo de dez dias, após o protocolo pela empresa.
A decisão judicial também determina que a empresa suspenda imediatamente a venda de lotes, até que seja providenciada a regularização do licenciamento ambiental junto à Semas, mediante elaboração de Estudo de Impacto Ambiental e o respectivo Relatório de Impacto Ambiental e consulta aberta aos pescadores artesanais afetados.
A Justiça Federal impediu provisoriamente a Semas de emitir qualquer licença ambiental ao empreendimento sem que: haja apresentação e avaliação técnica positiva de Estudo de Impacto Ambiental e respectivo Relatório de Impacto Ambiental; seja feita consulta livre, prévia e informada com os pescadores artesanais afetados, e sejam adotas providências para reduzir e prevenir danos ambientais decorrentes de intervenções que a Sisa já realizou na área.
Danos ambientais - Na ação civil pública com pedido de liminar, ajuizada na Subseção de Santarém, o Ministério Público Federal alega que várias medidas para a implantação do loteamento foram tomadas, em desobediência a embargo imposto pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Relata ainda que o Lago do Juá, alimentado em grande parte pelas águas do Rio Tapajós, já está sofrendo seriamente os impactos do projeto.
De acordo com o MPF, com a retirada da cobertura vegetal, considerando as águas pluviais precipitadas no terreno são naturalmente drenadas para o Juá, a superfície desmatada ficou com solo exposto às chuvas e ventos. Com as intensas precipitações dos invernos amazônicos, formam-se enxurradas que carreiam sedimentos orgânicos, inorgânicos, lama e resíduos sólidos diretamente para o lago, o que altera sensivelmente suas características.
Na decisão, o juiz federal Érico Pinheiro ressalta que “a vigência de procedimento de licenciamento ambiental viciado (em decorrência de competência e por ausência de EIA/Rima) implica risco concreto de maiores danos ao meio ambiente, ofendendo diretamente o princípio da prevenção, que impõe a adoção de todas as medidas necessárias para se obstar a ocorrência de impactos ao meio ambiente.” Acrescenta ainda inexiste ausência de avaliação correta quanto aos impactos ambientais, uma vez que não há estudo técnico adequado dimensionando todos as consequências ao meio ambiente que podem resultar do loteamento da área.
“A postergação das medidas de reparação do dano poderá trazer maiores prejuízos ao meio ambiente, com maior assoreamento do Lago do Juá e maiores danos às populações tradicionais que dependem deste para seu sustento. É de considerar o alegado pelos autores, no sentido de que está em início a chamada época do ‘inverno amazônico’, na qual as precipitações são mais acentuadas, havendo risco de que as águas das chuvas transportem mais sedimentos ao Lago do Juá”, reforça a decisão.

Fonte: Justiça Federal - Seção Judiciária do Pará

The Cranberries - Linger

Um tributo a Dolores O'Riordan, vocalista do grupo The Cranberries, que morreu nesta segunda-feira (15).

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

O Remo horroroso. E o gramado do Mangueirão, muito mais.


Torcedores remistas, os daqui do Espaço Aberto, inclusive, têm os mais justos, justificados e fundamentados motivos para ficar apavorados com a trajetória do time nesta temporada, depois do que viram na tarde deste domingo (14), na estreia pelo Parazão.
Sim, o Remo goleou o Bragantino por 3 a 0.
E daí?
E daí que, fora os preciosíssimos três pontos conquistados, o Remo fez uma apresentação horrorosa, sobretudo no primeiro tempo, quando a partida terminou em zero a zero.
Um time desorganizado, afobado, atabalhoado, sem criação nenhuma no meio campo - um horror, simplesmente.
No segundo, menos pior, acabou fazendo três gols num Bragantino que já entrou em campo quebrado, quase sem ter conseguido 11 jogadores pra atuarem na partida. E tanto é assim que só havia dois na reserva.
Agora, convenhamos: mais horroroso, muito mais horroroso que o time do Remo é o estado do gramado do Mangueirão.
Vejam a imagem acima.
Digam se isso é um gramado.
Não é.
É uma vergonha.
É uma espécie de gororoba verde.
É um areal, simplesmente um areal.
É uma zona de risco para jogadores profissionais, que podem se contundir nessa porcaria.
Como é que a FPF libera um estádio com um gramado assim?
E o que diz a gloriosa Seel para apresentar um gramado assim?
Porque, certamente, não haverá no momento, em todo o Estado do Pará, um gramado pior do que esse.
Não haverá.
Nem mesmo o do estádio Navegantão (vejam abaixo), em Tucuruí, até aqui o nosso protótipo, o nosso modelo, a nossa referência de porcaria de gramado em todo o Pará.

"É possível, sim, fazer merda e fazer grandes maravilhas"

Chico Buarque: ele deixa de ser um gênio da música brasileira por ser, ideologicamente, um troglodita?
Matérias das mais interessantes, atuais e polêmicas abriu o Segundo Caderno de "O Globo" de sábado (13).
Assinada pelos repórteres Emiliano Urbim e Eduardo Graça, a matéria discute, essencialmente, o seguinte: como lidar com a obra de artistas cuja postura condenamos? Podemos separar criador e criação? Devemos? 
Essas questões sãos mais relevantes diante dessa onda - de dimensões tsunâmicas - em que casos de assédio sexual, muitos deles ocorridos há vários anos, estão sendo revelados agora e depõem contra a integridade moral de produtores, atores, escritores, apresentadores de TV e outras celebridades.
A matéria cita, de forma emblemática, Woody Allen.
Nos anos 1990, quando era casado com Mia Farrow, ele trocou a mulher pela jovem Soon-Yi Previn, filha adotiva da atriz. Anos depois, Dylan Farrow, filha adotiva de Mia e do próprio Allen, acusou o pai de ter abusado sexualmente dela quando tinha 7 anos. O diretor negou. No ano passado, Ronan Farrow, outro filho de Mia, publicou na revista “New Yorker” a reportagem que que confirmou as acusações da irmã, levando o caso Allen ao tribunal das redes sociais.
Outro caso, que a matéria não cita, mas que o Espaço Aberto destaca por envolver o posicionamento político de certas pessoas: Chico Buarque de Holanda.
Chico faz versos de arrepiar - corações, mentes e sentidos -, ora pelo lirismo, ora pela sutileza com que é capaz de sugerir que o país vive numa ditadura, das brabas, sem dizê-lo escancaradamente, como ocorreu com suas composições durante a ditadura militar, nos anos 1960-1970.
Mas esse Chico Buarque é o mesmo, por exemplo, que se apresenta como o primeiro a apor sua assinatura em abaixo-assinados em favor de regimes odiosos, sanguinários e assassinos, como o de Cuba, que matou centenas de milhares de pessoas e manteve sob a mesma selvagem censura toda a intelectualidade cubana. A mesma censura que Chico censurou por aqui, quando se opôs à ditadura militar direita, também odiosa, sanguinária e censória.
Apresentados esses dois casos, indaguemos: temos - ou devemos - desconhecer e passar a odiar as obras de Woody Allen e Chico Buarque, porque eles, em suas condutas pessoas, fizeram ou fazem, a nosso juízo, coisas detestáveis?
O repórter particularmente, já disse aqui, que vêm em Chico Buarque um imbecil político. A propósito, leia a postagem Chico: o artista admirável e sua imbecilidade ideológica, postada aqui em janeiro de 2016.
Mesmo assim, não tenho como deixar de considerar Chico Buarque um dos mais geniais compositores brasileiros em todos os tempos. E já estou até pensando em que encontrar um espaço na agenda pra assistir algum show da turnê dele, neste ano.
E Allen? Já vi todos os seus filmes. E quero ver outros tantos. O que não me impede que ter feito o que fez - e ainda que ele negue - seja odioso.
E Gary Oldman. Sua atuação em O Destino de uma Nação , é simplesmente fantástica, soberba. Mesmo que ele já tenha enfrentado acusações - não comprovadas - de assédio sexual.
Não é assim que tem de funcionar?
Ou nós, quando entramos numa livraria e escolhemos um livro, devemos primeiro pesquisar o nível de pureza d'alma do autor ou autora?
Quando queremos ir assistir a um filme, precisamos antes saber se atores, produtores e diretor já estão no panteão dos heróis imaculados ou se cometeram deslizes há um ano ou há 30 anos?
Putz!
"Um artista sem defeitos deve ser chatíssimo na vida real e só por acaso poderá produzir algo relevante. É possível citar cem grandes nomes com graves defeitos de caráter ou comportamento. Talvez, sem esses defeitos, eles não fossem quem eram. Donde, com todo respeito, é possível, sim, fazer merda e fazer grandes maravilhas", diz, na matéria de "O Globo", o jornalista e escritor Ruy Castro, que discorda frontalmente sobre a necessidade de cobrar-se “certificado de bons antecedentes” de um autor.
Ruy tem razão: "É possível, sim, fazer merda e fazer grandes maravilhas"
É mesmo.

O destino de um líder. O destino de uma nação.



Estupendo.
Magistral.
Soberbo.
Inacreditavelmente perfeito.
É o mínimo que se pode dizer de Garry Oldman interpretando o primeiro-ministro inglês Winston Churchill em O Destino de uma Nação.
Por momentos, ninguém acredita que Oldman é Oldman, tão impressionante é sua interpretação.
Ele está para esse filme como Marion Cotillard para Piaf - Um Hino ao Amor, sobre a vida de Edith Piaf, ou Meryl Streep para A Dama de Ferro, retratando Margareth Thatcher, primeira-ministra britânica.
As duas atrizes ganharam o Oscar por suas interpretações.
A menos que o sertão vire mar e o mar vire sertão, Garry Oldman já pode ir preparando o discurso para quando conquistar a estatueta.
O filme, acredito, poderia ter mostrado Churchill como uma liderança estelar em outros momentos da II Grande Guerra.
Mas o perfil do primeiro-ministro, como rabugento, irritadiço, teimoso, mordaz quase sempre, outras vezes quase debochado, astucioso politicamente e destemido, esse perfil, enfim, é construído até o momento em que Churchill entra para a história como um líder singular e brilhante a partir dos primeiros momentos da conflagração mundial, quando a retirada de Dunquerque mostrou-se fundamental para a Grã-Bretanha retomar o fôlego e apostar que seria possível reverter o que parecia estrategicamente consumado: a invasão da ilha pelas forças de Hitler, que então já começavam a fazer estragos com a fortíssima aviação alemã.
Na ascensão de Churchill à condição de condutor, rumo à vitória, de uma Nação cujo destino parecia ser a rendição covarde e humilhante, é marcante sua percepção de que, em momentos capitais, os líderes precisam ter, exatamente, a noção sobre o pulsar do sentimento da própria Nação.
Um sentimento que pode ser oferecido por cidadãos anônimos, como a garotinha, o pedreiro e outras pessoas que ele encontra num vagão de metrô.
Assistam, o quanto antes, a O Destino de uma Nação.

O que ela disse


"Cumprimento de modo fraterno todas as vítimas de atos odiosos que possam ter se sentido agredidas por este texto publicado no "Le Monde". É a elas, e apenas a elas, que apresento minhas desculpas".

Catherine Deneuve, atriz francesa, 74 anos, pedindodesculpas às vítimas de assédio sexual após ter assinado carta em defesa da"liberdade de importunar" dos homens divulgada na semana passada, na França, e que gerou polêmica.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Bom dia, Belém. Apesar de tudo, bom dia!



Pois é.
Todas as vezes em que olhamos pra Belém e esse olhar, pelo que vemos, não corresponder ao que sentimos por esta cidade - um terno afeto por sua brejeirice, faceirice e hospitalidade -, todas as vezes em que acontece isso, por que não escutarmos essa música?
Por que não darmos bom dia a Belém - como nesse hino à cidade, que Edyr Proença e Adalcinda Camarão compuseram -, mesmo que Belém não nos inspire um bom dia?

Me abraça apertado que eu vou chegando
Sem sol e sem lua, sem rio e sem mar
Coberta de neve
Levada no pranto dos rios que correm
Cantigas no ar
Onde anda meu barco de vela azulada
De foi depenada sumindo sem dó
Onde anda a saudade da infância na grama
Dos campos tranquilos do meu Marajó
Belém, minha terra, meu rio, meu chão
Meu sol de janeiro a janeiro, a suar
Me beija, me abraça que eu
Quero matar a imensa saudade
Que quer me acabar
Sem círio de virgem, sem cheiro cheiroso
Sem a chuva das duas que não pode faltar
Murmuro saudades de noite abanando
Teu leque de estrelas
Belém do Pará!

Bom dia, Belém!
Bom dia, nestes 402 anos.