quinta-feira, 10 de junho de 2021

Pausa para recuperação

Prezados leitores.

Este blog vai parar no período de quatro a seis semanas, tempo necessário para que este repórter se recupere de duas fraturas - uma num braço, outra em um dos dedos -, em decorrência de uma queda.

Espero a compreensão de todos.

segunda-feira, 7 de junho de 2021

PTB de ultradireitista condenado no Mensalão quer ingressar em ação de governadores


O PTB, do ultradireitista Roberto Jefferson, condenado no processo do mensalão, quer meter o bedelho no processo em que governadores de estado e do Distrito Federal, entre eles o do Pará, Helder Barbalho, pedem para ser dispensados de comparecer à CPI da Pandemia.
Meter o bedelho é a tradução, para o português de Portugal, do termo ingressar no processo na condição de amicus curiae, ou seja, de amigo da Corte, assim chamada a pessoa física ou jurídica que pede a um tribunal para admiti-la num processo como terceiro interessado, que pretende fornecer subsídios ao julgamento da causa.
Na petição endereçada à ministra relatora da ADPF (ação de descumprimento de preceito fundamental) 848, Rosa Weber, o PTB alega que "salta aos olhos a gigantesca relevância da matéria, a especificidade do tema objeto da demanda, a repercussão política e social da controvérsia", daí porque pretende ingressar no feito com a "finalidade de prover informações relevantes e apresentar argumentos úteis à causa".
É evidente que os tais argumentos úteis a serem apresentados pelo PTB devem reforçar os da tropa bolsonarista, interessada em ouvir Helder e outros governadores que receberam verbas federais para combater a pandemia e, por suspeitas de irregularidades, tiveram suas gestões como alvos de operações da Polícia Federal.
Por enquanto, a relatora da ADPF aguarda informações da CPI da Pandemia, para que possa decidir se concede ou não a liminar impedindo que a Comissão ouça governadores.
Jefferson, como se sabe, transformou-se num fanático celerado. Em vários oportunidades, nos últimos meses, expeliu ofensas e incitou ataques contra ministros do Supremo, chamando-os de "lobistas" e "malandros" que devem ser julgados "na bala". Em outra ocasião, divulgou uma foto na qual segura uma arma e ameaça “combater os comunistas”.

domingo, 6 de junho de 2021

O bolsonarista brilhante é aquele idiota que atrapalha o bolsonarismo até quando pretende ajudá-lo

Vejam a que ponto pode chegar a inteligência, a habilidade política e a perspicácia de um bolsonarista que não entende de nada, a não ser de rachadinha.

Vejam esse cidadão aí.

Até mesmo quando tenta defender o desgoverno do pai, que debocha da vida e não está nem aí para essa pandemia trágica, o cidadão Flávio Bolsonaro acaba engatando um discurso que serve, na medida, aos propósitos dos adversários.

No vídeo, o cidadão, com ampla expertise em rachadinha, detona Tite. Ao detoná-lo, acaba fortalecendo ainda mais os vínculos que unem os jogadores da Seleção Brasileira ao técnico.

No mais, comparar a realização de competições esportivas em países como França e Itália - que praticamente já estão superando a pandemia - com um torneio no Brasil, onde a Covid-19 está entrando na terceira onda, não passa de uma formulação mental feita por um completo e desnorteado idiota.

Com todo o respeito.

Os estupradores do futebol brasileiro

Rogério Caboclo: integrante de uma nobre linhagem de estupradores da ética do futebol brasileiro
Você é um estuprador da ética?
Quer um galardão por isso?
Quer ser uma celebridade?
Então habilite-se a ser presidente da CBF.
Vamos e convenhamos, mas é impressionante como a direção máxima do futebol brasileiro atrai cidadãos que se atiram, de corpo e alma, às mais ignóbeis e repulsivas condutas. Mas, mesmo assim, dizem que, em vez de estupradores da ética, eles é que seriam estuprados na sua honra.
Então tá!
Confiram aí quatro dos últimos personagens que se notabilizaram por suas condutas facinorosas à frente da CBF.
Em 2019, o ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, foi simplesmente banido do futebol pela Fifa. A suspeita é de que ele recebeu propinas de R$ 32,3 milhões.
Em 2015, José Maria Marin foi preso Zurique, na Suíça, e depois transferido para os Estados, onde ficou em prisão domiciliar até dezembro de 2017, quando foi julgado e condenado a 41 meses de prisão, pela prática dos crimes de organização criminosa, fraude bancária e lavagem de dinheiro. 
Marco Polo Del Nero, sucessor de Marin, também foi banido pela Fifa, sob a acusação de violar os artigos 21 (suborno e corrupção), 20 (oferecer ou aceitar presentes ou outros benefícios), 19 (conflitos de interesse), 15 (lealdade) e 13 (regras gerais de conduta) do Código de Ética da entidade.
E agora, esse deplorável e vergonhoso Rogério Caboclo, que acaba de ser afastado pelo Comitê da Ética da própria CBF, diante das acusações de assédio sexual e moral cometidos contra uma funcionária da entidade.
Pois é.
Você é um estuprador da ética?
Quer um galardão por isso?
Vá para a CBF que ela o acolherá de braços abertos!

Interesses financeiros inspiram posturas de jogadores da Seleção Brasileira sobre Copa América


Do leitor Kenneth Fleming, em comentário sobre a postagem No futebol, só 2 a 0. No posicionamento político, uma goleada da Seleção Brasileira.:

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Caro Paulo.
No geral quase sempre concordo com tuas opiniões ou colocações, o que me deixa satisfeito, pois pior seria concordar com as postagens de blogueiros bolsonaristas (que não leio, por óbvio) que sempre estão a decidir por qual lado da terra plana saltarão às profundezas de suas ignorâncias. Mas quanto aos comentários sobre os jogadores e o treinador da seleção, me permito discordar.
Não os vejo, a nenhum deles, como pessoas com posturas ideológicas a defender, ou como cidadãos a se manifestar sobre os temas mais candentes do cenário brasileiro. Muito pelo contrário. Para mim, todos eles se submetem ao famoso "mercado", como a cabritinha Ivete, quase 99 % dos sertanejos e a grande maioria dos cantores e artistas nacionais. Não, não posso me manifestar, meus patrocinadores não deixam, meu contrato não permite, tenho fãs nos dois lados do espectro político, não me meto em política, não sou nem de esquerda nem de direita, não sou Lula nem Bolsonaro não sou nem Levy Fidelix nem Cabo Daciolo...
Enfim, são infinitas as desculpas para justificar o verdadeiro motivo do silêncio dessas figuras: grana, dinheiro, dindin, caraminguás, dólares, euros, reais, contratos milionários, ignorância, má-fé, casas caríssimas e cafonas, mantença de 3,5 milhões de seguidores etc., etc.
Ainda estou para entender o que está acontecendo, mas não creio que o que está acontecendo seja em decorrência de um nível de consciência humanitária e/ou política. No mundo todo, por onde jogam eles, o futebol continuou, desde os primórdios da pandemia. O fato de não haver torcedores nos estádios não anula a questão do convívio entre eles, da transmissão entre jogadores, dirigentes, funcionários, etc. E algum se manifestou anteriormente? Nenhunzinho!!! Só não vimos jogadores morrendo - felizmente - pelo fato de que são jovens e bem preparados fisicamente, o que certamente ajudou na recuperação dos muitos que contraíram a Covid e se recuperaram. Também todos os campeonatos continuaram, seja a Libertadores aqui na América, Copas europeias, Campeonato Brasileiro, etc., etc. E por que só agora esses jogadores "ativistas" aparecem para se manifestar? Um Neymar? Um Gabigol (aquele do bingo clandestino)? Ora, ora...
Para mim, tudo isso tem mais a ver com o fato de que a Copa América não é transmitida pela Globo, por valores de premiação, por contratos milionários com os clubes, que perderão receita e jogos sem os jogadores etc. etc.
Como disse Churchill: aqueles que nunca mudam de ideia nunca mudam nada. Concordo, mas creio que não é o caso desses jogadores e do técnico, sempre alienados e que, tenho a convicção, continuarão alienados. Nunca os vi , em momento algum, propondo caminhos para evitar a decadência civilizatória do Brasil. E acho que não verei, infelizmente. Mas continuo sendo um otimista esperançoso, a exemplo de Suassuna .
Que a razão esteja com você, meu caro.

sábado, 5 de junho de 2021

Helder prepara a primeira privatização de uma rodovia estadual. Valor é quase duas vezes superior ao da privatização da Celpa.


O furo está na edição de hoje do Diário do Pará, jornal da família do governador Helder Barbalho.
Como todo bom e velho furo, deveria ser a manchete do jornal, mas não foi.
Uma nota - singela e solitária, muito embora posicionada na abertura do Repórter Diário, a coluna mais importante no jornal - informa que o governo Helder Barbalho prepara a privatização de um trecho de 525 quilômetros do completo que envolve a PA-150 e o Complexo da Alça Viária, começando em Morada Nova, distrito do município de Marabá, e terminando no Porto de Vila do Conde, em Barcarena (veja o trajeto na imagem ao lado).
A impressão que se tem é de que a nota foi divulgada, tipo assim, para que todos possamos sentir o clima da ideia. E não é uma ideia qualquer - muito pelo contrário. Será a primeira vez em que um trecho de uma rodovia estadual paraense (e talvez de uma rodovia estadual em toda a Região Amazônica) poderá passar para as mãos da iniciativa privada. Se tal acontecer, o estado, conforme indicado na nota, prevê arrecadar cerca de R$ 4 bilhões, com a promessa de geração de 2.500 empregos.
O valor da privatização, se mantido o que está na nota, equivale quase ao dobro do arrecadado com a venda da Celpa, que em 1998, ainda no primeiro governo Almir Gabriel (PSDB), passou para a iniciativa privada por US$ 450 milhões, sob repulsas inflamadas que até hoje ecoam não apenas entre segmentos da centro-esquerda, mas do próprio MDB do governador Helder Barbalho. Na cotação de hoje, a estrada a ser privada vale cerca de US$ 790 milhões. 
Aliás, se o próprio jornal não aprofundou o assunto, se inexiste qualquer menção à iniciativa na Agência Pará, é evidente que isso deve-se ao fato de que o projeto de privatização, até mesmo por seu ineditismo em território paraense, ainda está sendo, como se diz, desenhado tecnicamente.
Uma vez definido e anunciado formalmente - e certamente o será, porque a fonte é o jornal do próprio governador -, só então é que o projeto poderá passar pelo escrutínio da sociedade, que poderá aferir com melhor precisão as condições em que se concretizará a primeira privatização de um trecho de rodovia paraense.
R$ 75 milhões? Por quê? - Mas ainda que os debates não estejam abertos, vale anteciparmos algumas questões. Uma delas diz respeito aos R$ 75 milhões que o governo do estado está gastando desde maio do ano passado, para restaurar, para reformar, para melhorar apenas e tão somente 40 quilômetros da PA-150.
A notícia da restauração, oficialíssima, foi publicada na Agência Pará exatamente no dia 16 de maio de 2020. Pergunta-se: por que esse gasto vultoso, se o governo tinha em mente privatizar a rodovia? Não se acredita que a intenção de privatizar a estrada nasceu de ontem para hoje, nem de seis ou sete meses para cá. É mais do que razoável imaginar-se que há mais de um ano, no mínimo, o estado já considerava a ideia de privatizar a rodovia. Por que, então, gastar R$ 75 milhões para reconstruir um trecho de apenas 40 quilômetros?
Há outra questão que salta aos olhos: a PA-150 liga a Região Metropolitana de Belém (RMB) ao sul e sudeste do Estado, interligando oito municípios do nordeste paraense, indo de Moju a Tailândia, Breu Branco até Ipixuna do Pará, de Goianésia a Jacundá, e Nova Ipixuna até Morada Nova, distrito de Marabá.
Privatizada a rodovia, teremos a cobrança de pedágio em vários pontos. Será o mesmo tanto para os grandes produtores da região, que usam a rodovia para escoar seus produtos, como para os pequenos, para não dizer pequeníssimos, produtores de municípios pequenos do sul e sudeste do Pará servidos diretamente pela PA-150 ou que se encontram em sua zona de influência?
Essas e tantas outras questões precisarão ser dirimidas, à exaustão, quando o projeto de privatização for, enfim, formalmente anunciado. E quando, óbvio, só então deverá virar manchete. Mas aí as manchetes já estarão, como diríamos, esvaziadas pelo furo de hoje.
Que não virou manchete.

No futebol, só 2 a 0. No posicionamento político, uma goleada da Seleção Brasileira.

Casemiro: a voz do capitão é pela vida. E vida, todos sabemos, é algo que o governo do Capitão
parece não prezar nem um pouco. Estão aí quase 500 mil brasileiros mortos pela Covid.

No futebol, nenhuma surpresa.

No posicionamento político, uma grata, gratíssima surpresa.

No futebol, a Seleção Brasileira, que há pouco confirmou sua supremacia ao vencer o Equador por 2 a 0, no Beira-Rio, não mostrou um futebol exuberante. Mas fartamente, folgadamente, inequivocamente consolidou sua posição de melhor equipe do continente e uma das melhores do mundo, praticamente definindo sua participação na Copa do Mundo a se realizar no Qatar.

No aspecto político, a grata, gratíssima surpresa está sendo assistirmos ao pacto entre jogadores e comissão técnica, todos unidos e unânimes na rejeição a essa maluquice, a essa afronta criminosa que será a realização da Copa América no Brasil, com o apoio enfático do governo Bolsonaro.

Esse posicionamento, que já fora fortemente sinalizado na entrevista em que o técnico Tite confirmou haver uma deliberação harmônica do grupo sobre o assunto - a ser revelada apenas depois do jogo contra o Paraguai, na próxima terça-feira -, ficou claro, claríssimo na entrevista do capitão Casemiro, logo após a partida em Porto Alegre.

"Nosso posicionamento, todo mundo sabe. Acho que mais claro, impossível", disse Casemiro, mesmo sem dizer ainda qual é, uma vez que, por determinação da CBF, todos estão proibidos de falar em público sobre a questão Copa América.

"O Tite deixou claro para todo mundo qual é o nosso posicionamento e o que nós pensamos da Copa América. Existe respeito, existe hierarquia que temos que respeitar. Claro que queremos dar a opinião nossa", disse Casemiro, reforçando que os jogadores fazem questão de falar depois do jogo contra o Paraguai.

Com essa nível de consciência - humanitária e política - demonstrada pelos jogadores, pelo técnico Tite e toda a comissão técnica, uma vitória por 2 a 0 transforma-se, isso sim, numa goleada. E eleva o conceito dos que verdadeiramente fazem o futebol, apesar de dirigentes ignóbeis como os da CBF, em tabelinha com governantes igualmente repulsivos.

quinta-feira, 3 de junho de 2021

O DEM virou a casa da mãe joana. Hélio Leite sabe disso?

Márcio Miranda e Hélio Leite: nessa foto, juntos. Agora, não mais tanto assim.

Com todo o respeito, mas o DEM do Pará virou a casa da mãe joana.
Com o apoio do deputado federal Hélio Leite, presidente estadual da legenda, o vereador de Castanhal Nivan Noronha assumiu a Secretaria de Esporte e Lazer do governo Helder Barbalho, em substituição a Arlindo Penha da Silva.
Pergunta que não quer calar: Noronha é indicação do partido ou do deputado Hélio Leite?
Se a indicação é pessoal do parlamentar, isso significa que o DEM aderiu à base de Helder?
Hélio Leite e o DEM, o DEM e Hélio Leite - é tudo a mesma coisa?
Ou uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa?
Se o DEM, como legenda, aderiu ao governo Helder,  essa deliberação poderia ter sido - como de fato foi - solitária, monocrática, unilateral do deputado Hélio Leite?
Ele tem poderes para fazer o que fez - indicar, como dirigente partidário, um quadro do DEM para integrar um governo de oposição ao partido - sem o assentimento da Executiva ou do Diretório?
Esses questionamentos fazem todo sentido diante da repulsa manifestada pública e formalmente pelo ex-deputado Márcio Miranda, uma das maiores liderança do DEM no Pará, à indicação de Nivan Noronha para integrar o governo Helder.
Até que a direção do partido explique - e justifique - com mais clareza essa situação, o DEM, como já dito, vai ser firmando como a casa da mãe joana.
Com todo o respeito, vale a dizer, à mãe joana, coitada!

Ao tentar fugir do panelaço, o governo Bolsonaro fica surdo, ouvindo panelaços de hora em hora

O desgoverno Bolsonaro está, convenhamos, definitivamente atolado no lodaçal em que se meteu desde o dia 1º de janeiro de 2019.

Um lodaçal que também afogou o País num tsunami de crueldades, de ódios, descontrole, maluquices diárias e mortandade avassaladora, como a que se vê diante de omissões e negligências deliberadas na gestão da pandemia.

Atolado no lodaçal, o desgoverno Bolsonaro não sabe mais o que fazer para escapar aos protestos.

Ontem, o cidadão exibiu-se, em rede nacional de rádio e TV, num pronunciamento para comemorar (sic) o bom desempenho do PIB no primeiro trimestre deste ano e proclamar a patranha, a mentira de que suas teses contrárias ao isolamento social e outras teses francamente negacionistas é que teriam conduzido o País ao início da recuperação da economia.

Bolsonaro preferiu não fazer o pronunciamento por volta das 20h30, antes de começar o Jornal Nacional, programa jornalístico de maior audiência no País. Preferiu pronunciar-se depois do JN.

Por que fez isso?

Para evitar que, no final do jornalístico da Globo, fossem mostradas imagens do panelaço.

Mas não adiantou.

Porque as imagens do maior panelaço já ocorrido até agora, durante o desgoverno Bolsonaro, foram veiculadas no Jornal da Globo de ontem e no Bom Dia Brasil, hoje de manhã. E ainda serão veiculadas, fartamente e tonitruantemente (hehe), no Jornal Hoje e no Jornal Nacional desta quinta (3).

Quer dizer: até mesmo para tentar fugir de um panelaço, o desgoverno Bolsonaro é completamente descontrolado, idiota, destrambelhado e inconsequente.

Fiel ao seu estilo de sempre.