sexta-feira, 28 de julho de 2023

Cassiano e Nicodemos: diversão, arte, balé e Safadão. Vai, Safadão!




Os versos dos Titãs são conhecidíssimos.

A gente não quer só comida
A gente quer comida, diversão e arte
A gente não quer só comida
A gente quer saída para qualquer parte
A gente não quer só comida
A gente quer bebida, diversão, balé
A gente não quer só comida
A gente quer a vida como a vida quer

Pois é.
Mas quando tem dinheiro público na parada, a gente quer comida, diversão, arte, balé e apreço, muitíssimo apreço, pelos dinheiros públicos.
O desembargador Mairton Carneiro, do TJPA, atendendo a um pedido do Ministério Público, proferiu decisão monocrática mandando cancelar um festival de verão que ocorreria, desta sexta (28) até domingo (30), em Cametá. Com isso, derrubou decisão anterior, de Juízo de primeira instância, que havia autorizado o evento.
O festival promovido pelo prefeito Victor Cassiano (MDB) custaria aos cofres públicos cerca de R$ 1,5 milhão e reuniria vários artistas de renome nacional.
Diversão pura para os cametaenses.
Acinte puro para os cametaenses, que talvez nem estejam se dando conta desse acinte porque querem, é claro, comida, diversão e arte.
Mas, da forma como o festival seria custeado, isso teria repercussão no bolso dos próprios contribuintes de Cametá.
No pedido protocolado em juízo, o Ministério Público destaca que o município encontra-se em situação de emergência, com necessidades prementes nas áreas de saúde, educação e infraestrutura. A ação menciona casos de atrasos de pagamento de servidores na área da saúde, precariedade na prestação de serviços de educação, déficit na oferta de serviços médicos, falta de atendimento adequado a pessoas com deficiência, entre outros problemas.
Um acinte, portanto. Mesmo que voltado para o objetivo de proporcionar diversão e arte.

Safadão
Outro caso, igualmente estarrecedor, vem de Marapanim.
A deputada federal Renilce Nicodemos (MDB-PA) foi a patrona de um show que, segundo ela mesma, bombou.
Em notas divulgadas em sua principal coluna, o Repórter 70, O LIBERAL informa os custos da diversão e arte: R$ 3 milhões, oriundosde emendas parlamentares, conforme sustenta o jornal.
O dinheiro foi para os bolsos de Wesley Safadão, que envergou, galhardamente, um boné com o nome da patrona do show.
Nicodemos ficou tão comovida que divulgou o show em suas próprias redes sociciais.
Vejam na imagens acima, capturadas de um vídeo disponível no perfil dela no Instagram.

Esses dois exemplos são emblemáticos dos limites a que pode chegar a sensibilidade social - generosa, solidária, comovente e genuína - de gestores e agentes públicos, quando lançam mão de dinheiros que estão sob sua guarda para promover diversão e arte às suas gentes.
Viva! 

quinta-feira, 20 de julho de 2023

Pará tem sete cidades entre as 50 mais violentas do País. E registra aumento no número de estupros.


As cidades paraenses de Altamira (8º), Itaituba (15º), Marabá (26º), Paragominas (32º), Parauapebas (35º), Castanhal (45º) e Marituba (50º) aparecem (veja na tabela acima), com desonra e nenhum louvor, entre as 50 cidades com população acima de 100 mil habitantes mais violentas do País, de acordo com o Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira, trazendo dados referentes ao ano passado.
Nesse quesito desalentador e não menos assustador, o Pará, quando se consideram as 50 cidades mais violentas do País, só perde para a Bahia, que conta com nada menos de 12 municípios, entre eles os quatro primeiros mais violentos - Jequié, Santo Antônio de Jesus, Simões Filho e Camaçari.
Mas há um detalhe nada desprezível - muito pelo contrário: o Pará, de acordo com o último Censo, tem 8,1 milhões de habitantes, enquanto a Bahia tem 14,1 milhões, ou seja, quase o dobro, números que demonstram a quantas anda a violência em todos os pontos do território paraense.

Mortes violentas
Quando se consideram as mortes violentas intencionais (homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e feminicídio), o Anuário aponta uma certa estabilidade no Pará. Foram 2.876 ocorrências em 2020, 2.964 em 2021 e 2.997 no ano passado. Em Belém, houve uma pequena redução: 344 em 2021 e 338 em 2022, queda de 1,2%,
Em todo o Estado, houve redução no número de homicídios dolosos (de 2.278 para 2.266) e latrocínio (110 para 83), mas aumentaram os registros de mortes em decorrência de intervenções de policiais (em serviço e fora de serviço) - 548 para 621.
O Anuário não reserva boas notícias sobre o Pará quando se mensura o número de estupros e de estupros de vulneráveis. As ocorrências passaram de 3.669 em 2021 para 4.557 em 2022, um aumento de 23,5, o que faz com que o Estado, quando considerados os cinco que apresentaram maior aumento nesse tipo de crime, figure em quinto lugar. Os outros são Amazonas de 603 para 836 (aumento de 37,3%); Roraima de 553 para 726 (aumento de 28,1%), Rio Grande do Norte: de 696 para 881 (aumento de 26,2%) e Acre de 593 para 745 (aumento de 24,4).

quinta-feira, 13 de julho de 2023

Édson Franco

Édson Franco: emérito educador, orador brilhante e redator de excelência

Édson Raymundo Pinheiro de Souza Franco.
Pouco haverão de saber quem é.
Édson Franco.
Muitos, senão todos, saberão quem é.
Édson Franco, posso dizer com orgulho e satisfação, foi meu primeiro chefe. Ou patrão, se quiserem.
Conheci-o no início de 1982, quando ele assinou minha carteira para atuar como assessor de Imprensa e produzir o informativo interno (de periodicidade semanal) do Centro de Estudos Superiores do Estado do Pará (Cesep), então a maior instituição privada de ensino superior paraense, que depois se transformaria na Unespa e, em seguida, na Universidade da Amazônia (Unama).
O emérito educador também era o administrador workaholic, o orador brilhante e o redator por excelência.
A sala que eu ocupava ficava entre a de Édson Franco e a do professor Paulo Batista, um dos sócios do Cesep e, se ainda me recordo bem, pró-reitor de Administração.
Como as divisórias eram de uma espécie de compensado, facilmente ouviam-se os sons nos ambientes contíguos.
E um som eu jamais esquecerei: o metralhar emanado da Olivetti (quem não teve uma, não é?) de Édson Franco.
Sua agilidade ao datilografar era alguma coisa de impressionante. Conheci pouquíssimas pessoas que datilogravam com a mesma velociodade de Édson Franco. Uma delas, por coincidência, seu xará Edson Messias de Almeida, juiz federal aposentado e advogado atuante (como também brilhante).
Uma vez, quando mencionei sua habilidade na datilografia, doutor Édson brincou, entre uma tragada e outra: "Irmãozinho (como a muito ele tratava), se um dia eu ficar sem um emprego sequer, pego a minha máquina, alugo uma salinha ali por perto do Ve-o-Peso e vou tentar ganhar dinheiro datilografando qualquer documento que as pessoas precisarem".
Como deixei o Cesep por volta de 1984, não tive a oportunidade de ver Édson Franco digitando num computador. Mas suponho que sua agilidade nos teclados deve ter aumentado, certamente.
Enquanto trabalhava sob seu comando, foi com muita honra que o tive, em julho de 1983, como padrinho de casamento, juntamente com dona Nazaré.
E muito depois, em 2002, também fui honrado com o grau de bacharel em Direito que me foi outorgado por Édson Franco, na colação de formatura conjunta que era tradicionalmente realizada no salão da Assembleia Paraense.
Édson Franco subiu para a Eternidade nesta quarta-feira, aos 86 anos.
Vai fazer falta.
Muita falta.
Mas o legado que ele construiu haverá de ser, sempre e sempre, uma referência imorredoura, a confirmar a paixão que ele sempre teve pela educação, os sonhos que o animaram durante sua vida frutuosa e a pertinácia e talento que o levaram a concretizar muitos deles.
Meus sentimentos a toda sua família!

quarta-feira, 12 de julho de 2023

A CPMI do Golpe não pariu, até agora, nem mesmo um rato

Mauro Cid, ao lado do presidente da CPMI do Golpe, deputado Arthur Maia (com as mãos
no rosto): até agora, desorientação completa na tentativa de esclarecer o 8 de Janeiro.

A CPMI que apura a tentativa de golpe ocorrida em 8 de janeiro está, com todo o respeito, completamente perdida.
Em sua última sessão do semestre, ocorrida nesta terça-feira (11), a Comissão, que "ouviu" Mauro Cid, o ex-ajudante de ordens do Inelegível, não se dignou sequer a parir um rato.
Ela, a comissão, pariu literalmente nada! Nada vezes nada.
Por que se grafou ouviu entre aspas? Porque o depoente, por mais de 40 vezes, durante quase oito horas, repetiu que silenciaria após os questionamentos que lhe fizessem, direito assegurado pelo Supremo, ao conceder-lhe habeas corpus.
Com o HC em mãos, Cid permitiu-se, inclusive, debochar da CPI.
Assim o fez ao recusar-se até mesmo a informar apenas e tão somente sua idade, sob a alegação de que isso também poderia produzir provas incriminatórias contra ele.
Na CPMI, tanto governistas como oposicionistas, agarrados às suas mais íntimas e irremovíveis convicções sobre culpados e inocentes, dão demonstrações inequívocas de que apostam naquela ideia de que quanto mais complicado, melhor pra todo mundo.
Foi assim que, nas oito horas em que foi "ouvido", Cid, a cada recusa em responder a um parlamentar, lia um texto preparado por seus advogados, justificando a razão de seu silêncio.
Pois ninguém tomou a providência de sugerir ao depoente que ele não precisava fazer aquela leitura maçante repetidas vezes. Bastava apenas dizer algo como "ficarei em silêncio". Com isso, o andamento da "oitivia silenciosa" fluiria melhor.
Mas o mais preocupante mesmo é o direcionamento que está sendo imprimido aos trabalhos.
Até agora, a quebra do sigilo de dados dos investigados vinha sendo feita após eles comparecerem para depor. Ou seja: o convocado ia à Comissão, mentia à vontade e só depois seu sigilo era quebrado, para apurar-se a veracidade do que dissera.
Esse foi o caso de Mauro Cid. Foi também o caso de Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da PRF, e do coronel Jean Lawand Júnior, que desmoralizou escandalosamente a Comissão. Eles mentiram à vontade, e despudoradamente.
Enfim, esse erro crasso será corrigido. Nas próximas convocações, o sigilo dos investigados será quebrado antes de eles comparecerem à CPMI.
Espera-se, com isso, que a comissão consiga alinhar seus trabalhos ao objetivo de, como dizem todos os seus integrantes, "buscar a verdade".
Porque, até agora, é só blá-blá-blá.

O Centrão está voltando aos braços de Lula. Quem nunca?


O Centrão quer a Caixa.
O Centrão quer o Ministério da Saúde.
O Centrão quer o Ministério do Desenvolvimento Social.
O Centrão quer a Funasa.
Onde tiver uma pasta com milhões e bilhões para tomar conta, para lá estarão estendidos, com ares cúpidos, os olhares do Centrão.
Não nos enganemos, gente, não somos mais crianças para nos enganarmos: governar sem o Centrão, neste presidencialismo de fachada em que vivemos, não é possível.
O Centrão, aos poucos, está voltando aos braços de Lula.
Pode isso? Pode sim.
Até os puros se rendem ao Centrão, não é?
Jair Bolsonaro, por exemplo.
Puro, íntegro, sensível à causa pública, incorruptível, dono de uma excelência intelectual jamais igualada, esse personagem, acima de qualquer suspeita, também teve que se render, até ele, ao Centrão.
Vocês imaginem, então, se Bolsonaro fosse mesmo o que dizem - injustamente, coitado - que ele é - um fascista de primeira estirpe, um corrupto de carteirinha (com expertise em rachadinhas), um vadio que passou quatro anos sem nada fazer, um político condenado à inelegibilidade pela mais alta Corte da Justiça Eleitoral.
Imaginem se ele fosse tudo isso! Aí mesmo é que o desgoverno, ou melhor, o governo desse elemento teria sido dominado pelo Centrão.
Por isso é que o Centrão, mesmo sendo o que sempre foi - um consórcio de partidos cujos integrantes, em regra, são movidos pelos piores princípios e impulsos éticos que a política pode despertar -, está sendo agora tratado pelo bolsonarismo como o Centrão do mal. Isso só porque o Centrão, como nos governos anteriores do PT, está voltando aos braços do governo Lula.
Mas o Centrão que apoiou e integrou o governo Bolsonaro, esse Centrão o bolsonarismo avalia como o Centrão do bem.
Vocês querem ter o mesmo discernimento que o bolsonarismo tem? Juntem-se, então, ao bolsonarismo.

terça-feira, 11 de julho de 2023

Bolsonaro, o Inelegível, passa de mito a não mais que uma miragem

Bolsonaro: demonstrações inequívocas de que não tem condições de liderar nada
Bolsonaro, o Inelegível, continua a ser - e sempre será - o que sempre foi: um político incompetente, inoperante, fascista, insensível, ocioso e destituído de quaisquer escrúpulos morais.
À objeção dos bolsonaristas - "e como ele se elegeu presidente?" -, responda-se logo: porque a democracia, ora bolas, permite até mesmo que políticos incompetentes, inoperantes, fascistas, insensíveis, ociosos e destituídos de quaisquer escrúpulos morais, como Bolsonaro, sejam eleitos.
Dito isto, digamos o que segue.
Bolsonaro, o Inelegível, dá demonstrações inequívocas de que, uma vez Inelegível, não terá a menor condição de ser o muitos previram que ele seria após desgovernar o Brasil por quatro anos.
Muitos previram Bolsonaro como o grande líder da direita, o grande líder dos conservadores, o construtor de novas bases político-partidárias para o enfrentamento com a centro-esquerda.
Que nada!
Bolsonaro, está claro, não conseguirá liderar coisa alguma.
Não conseguiu sequer, liderar o PL, seu próprio partido, que, contrariamente à vontade do "líder", entregou nada menos que preciosos 20 votos para a aprovação da reforma tributária na Câmara.
Além disso, Bolsonaro, o Inelegível, tratou a coices o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que apoiou a reforma, mas depois o ex-presidente teve que recuar, ao perceber que ficaria ainda mais isolado em suas críticas.
No PL, um grupo de WhatsApp precisou ser literalmente silenciado pelo moderador, deputado federal Altineu Côrtes, tantas foram os ofensas trocadas, muitas delas, inclusive, contra Bolsonaro.
Enquanto segue como um líder de nada, literalmente nada, Bolsonaro, um ocioso compulsivo que jamais trabalhou na vida, enfim encontrou uma ocupação: defender-se em dezenas de processos em que figura como réu, tanto Justiça Eleitoral como na Justiça Comum. E alguns desses processos poderão levá-lo, inclusive, à cadeia. E outros poderá torná-lo mais inelegível do que já está.
Viva Bolsonaro!
De mito, o Inelegível passou a ser não mais que uma miragem!
Avante!

quarta-feira, 5 de julho de 2023

Cineclube Paraense denuncia tentativa de usurpação de nome e logo por professor da Ufra

Prédio da Reitora da Ufra, em Belém
Do portal da jornalista Dedé Mesquita

O Cineclube Paraense, criado em 2018, está “sob ataque”. Explica-se: desde abril, inadvertidamente, o grupo passou a ter o nome, e agora a logomarca, como objetos de desejo – com tentativa de usurpação -, que representantes do grupo atribuem ao professor João Augusto Pereira Neto, do Instituto de Ciências Agrárias, da Universidade Federal Rural da Amazônia – Ufra.

O Cineclube e o professor engataram uma parceria, em março de 2023, dentro de um projeto de extensão, para a exibição de filmes e formação, como o que foi feito uma única vez na Usina da Paz, no Jurunas, em Belém, em abril passado.

Duas reuniões foram realizadas na UFRA e a aprovação do projeto da universidade foi feita de forma bem rápida, até que, segundo representantes do grupo, o professor meteu os pés pelas mãos, interferindo na área de cinema e nos debates cinematográficos que eram, segundo o acordado na parceria, atribuições dos membros do grupo.

A reunião seguinte foi tensa e, para surpresa geral, o professor alijou o Cineclube do projeto de extensão, sem avisar ninguém do grupo, mas manteve o nome e material de trabalho, como fotografias.

UFRA – Acionada extrajudicialmente pelo grupo, a direção da Ufra cancelou o projeto, em maio, mas o imbróglio estava armado. O professor João Augusto ingressou no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), após o cancelamento do projeto, tentando se apropriar da logomarca Cineclube Paraense. Marca essa que foi encomendada pelo grupo a um designer, que fez a logo e foi pago pelo trabalho, ainda em 2018.

Para mais informações, clique aqui.