Com todo o respeito às divergências, às discordâncias e ao
dissenso.
Com todo o respeito.
Mas já estão passando dos limites do tolerável essas
discussões intermináveis - que remontam não há dias, nem há meses, mas há anos
e anos - sobre “rigorosas providências” para coibir cenas de banditismo
explícito como as que todos vimos no último domingo, num estádio em Joinville.
A equação é simples.
Ninguém deve mais ficar perdendo tempo com debates sobre a
punição a torcedores que transgridem as leis. Por quê? Porque o Código Penal
está aí mesmo, prevendo todos – sem exceção - os crimes que esses vândalos
praticam.
Duas coisas, estas sim, são necessárias.
A primeira: proibir, acabar com essas ditas torcidas organizadas,
em verdade ajuntamentos de vândalos. Proibir e acabar para sempre, fique bem
claro.
A segunda: agravar – e muito – a punição a clubes que
eventualmente vierem a ser responsabilizados por situações que ensejem
ocorrências como as ocorridas em Joinville.
A CBF acaba de aprovar para 2014 um Regulamento Geral das
Competições (RGC), com previsão de pena de mando de campo mais rigorosa. A
partir de agora, a perda de mando pode ocorrer com portões fechados, sem
torcida.
Mas isso não basta.
As punições, para serem rigorosas, não devem mais
consistir em aplicar a uma agremiação a pena de perda do mando de campo por um,
dois ou dez jogos.
Não.
Clubes responsabilizados por incidentes graves como os de
domingo devem ficar, prestem bem atenção, suspensos de atividades desportivas
por um determinado período, que as leis poderão indicar.
Suspender um clube de suas atividades significa isto mesmo
que vocês leram: suspendê-los, impedi-los de disputar até mesmo jogos amistosos,
bani-los por um determinado período, tirá-los de circulação, sumir com eles.
Sumir.
Dirão os pragmáticos, de antemão, que isso representaria
uma punição desmedida - e portanto inconstitucional -, porque representaria a
falência de um clube que, por exemplo, viesse a ser suspenso por seis meses de
qualquer prática desportiva.
Será mesmo? Talvez não.
Porque 90% dos clubes brasileiros estão falidos, meus
caros. Formalmente falidos. E se encontram nessa situação mesmo jogando, às
vezes, até três vezes na semana.
O que se busca, portanto, é acabar, de uma vez por todas,
com situações como esta, em que um clube como o Atlético-PR, pura e
simplesmente, deixou de providenciar segurança para atuar dentro do estádio
onde disputava uma partida com o Vasco.
Talvez essas duas providências fossem suficientes não propriamente
para acabar com a violência nos estádios, mas reduzi-la sensivelmente.
4 comentários:
Quem é contra a violência deveria iniciar uma campanha do tipo: Torça pelo seu clube em casa. Não vá ao estádio de futebol enquanto a violência não for banida.
O bolso dos cartolas ficará vazio e aí providências sérias serão tomadas.
Na realidade, meu caro, os clubes não estão falidos. Estão é em débito, mas sempre - em 100% dos casos - o débito é com a Previdência, com o fisco federal ou estadual, com as prefeituras. Enfim, sempre devem a algum órgão público.
Mas, por outro lado, pagam salários de R$ 800.000,00 mensais a um treinador, ou a jogadores. É isso que tem que acabar. Primeiro paguem suas dívidas com os cofres públicos, e depois paguem o quanto desejarem aos técnicos e jogadores.
O pequeno comerciante ali do Jurunas ou da Braz , ele que não ouse ficar devedor do fisco. Terá 24 horas para pagar ou dar algum bem a penhora. Mas os clubes não. Nada lhes acontece.
Quanto à perda de mando de campo, risível esta nova proposta de aumentar o número de jogos com a perda do mando. Isso nunca funcionou. Os jogos poderão ser realizados a partir de um raio de 100 km, distância facilmente percorrida por esses bandidos, vagabundos que não trabalham nem estudam. São baderneiros profissionais.
Quer acabar com a violência nos estádios? Novamente recorro à mesma cantilena : prendam os canalhas(uns 3 meses de cana está de bom tamanho) e tirem os pontos dos clubes. Acaba com a bagunça na hora.
Kenneth Fleming
Poster, os clubes dão ingressos a essas torcidas, dão ônibus etc. Na Europa, que eu saiba os hooligans não eram financiados, então a nossa realidade é diferente. Prender não resolve, porque o cara volta. Mas se punir com a perda de 10 a 20 pontos no campeonato, melhora.
É que, também no esporte, as penas tem recursos, atenuantes e jeitinhos mil.
Só pra lembrar: o massacre que a torcida do Coritiba promoveu contra o time do Flu, quando este escapou do rebaixamento e rebaixou o Coritiba, lembram?
Penalizaram em trocentas partidas fora de casa, estádio interditado e coisa e tal.Antes de completar metade da pena, reduziram tudo e ficou bem leve.
Coisas do jeitinho...que contamina tudo!!!
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