No Amazônia
A estrutura física dos casarões centenários de Belém é preocupante. A Fundação Cultural de Belém (Fumbel) está aberta às denúncias de ameaças desabamento e ou de intervenções que possam descaracterizar o imóvel. As penalidades podem chegar a 100% do valor do imóvel. Os exemplos da boa conservação, porém, estão espalhados pela área central da cidade, onde se concentra a maior parte das edificações centenárias. O fotógrafo Miguel Chicaoka é um apaixonado pela arquitetura antiga dos casarões. Por ocasião do trabalho em defesa da conservação do patrimônio histórico da capital, acabou comprando um para fixar residência. "Não era algo com que eu sonhava, mas acabou sendo uma consequência deste engajamento", explicou.
O restauro do imóvel foi financiado através do projeto Monumenta, já encerrado em Belém. A burocracia desestimula os donos dos casarões que ainda possuem intenção de preservá-los. "Conseguir estes financiamentos não é para qualquer um. Existe um trâmite burocrático que impede o acesso de muitos proprietários ao recurso. Isso acaba complicando as coisas, pois nem todo mundo tem força de vontade suficiente para ficar correndo atrás", criticou.
Passada a primeira experiência, com sua própria residência, Chicaoka passa agora por um segundo processo de restauro, o do prédio da Fotoativa, no Largo das Mercês. O imóvel foi cedido pela Prefeitura de Belém, e coube à associação buscar recursos para o trabalho de restauração. Para ele, falta conscientização por parte de empresas e entidades que poderiam financiar projetos de preservação. "O setor meio ainda não é sensível a ponto de facilitar, mas entendo que neste processo existem uma série de complicadores. Há um descaso geral, também por parte do governo, pois as leis de tombamento são feitas, porém não há meios de viabilizar as restaurações. Vai tombar e depois disso faz o que?", questionou.
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