terça-feira, 23 de junho de 2020

PF deflagra a 2ª fase da Para Bellum e apreende dezenas de obras de arte no Rio Grande do Sul



Operação Matinta Perera, realizada em Porto Alegre e Xangrilá, ambas no Rio Grande do Sul.
As obras de arte foram apreendidas em imóveis de um dos investigados na Para Bellum ou
de alguém ligado a esse investigado (as fotos foram distribuídas pela Polícia Federal).

Matéria atualizada às 18h15

A Polícia Federal apreendeu, na manhã desta terça-feira (23), em Porto Alegre e Xangrilá, ambas no Rio Grande do Sul, dezenas de obras de arte na residência de um dos investigados na Operação Para Bellum, deflagrada em Belém e São Paulo, no dia 10 de junho, para investigar supostas irregularidades na compra de 152 respiradores pelo governo do Pará.

“Esta segunda fase tem por objetivo colher mais elementos sobre a participação de um dos investigados dentro dos fatos sob apuração, bem como verificar se há compatibilidade entre seu patrimônio e rendimentos”, informou a PF.

As diligências, que a Polícia Federal denominou de Matinta Perera, são a segunda fase da Para Bellum e também foram ordenadas pelo ministro do STJ Francisco Falcão, o mesmo que autorizou a operação realizada em Belém e São Paulo. Participaram 25 policiais.

A Polícia Federal informou que as obras devem ser apreendidas e deixadas com fiel depositário até o final da avaliação. A PF não informou o tipo de imóvel em que o material foi apreendido (se um apartamento ou uma casa), mas garantiu que o imóvel é de pessoa investigada na Para Bellum ou de alguém ligado a essa pessoa investigada.

O site O Antagonista informou que o alvo da Matinta Perera foi o apartamento, em Porto Alegre, do secretário de Saúde do Pará, Alberto Beltrame. O imóvel, segundo o site, é um triplex repleto de obras de arte (telas, esculturas barrocas, vasos, além de relógios e joias). A Polícia Federal precisou chamar um museólogo para avaliá-las e catalogá-las.

Durante a Para Bellum, em Belém, a FP apreendeu cerca de R$ 750 mil num cooler que estava na casa de Peter Cassol Silveira, então secretário-adjunto de Gestão Administrativo da Sespa. Em sua página no Facebook, ele se intitular de “Paraúcho do Coração”. Cassol foi exonerado pelo governador Helder Barbalho no mesmo dia da operação.

Beltrame se manifesta – Em nota distribuída à Imprensa, o secretário de Saúde disse o seguinte:

Esclareço que as obras de arte que estão no meu apto em Porto Alegre são fruto de 35 anos de trabalho.

Todas elas foram adquiridas antes de minha gestão como Secretário de Saúde no Pará.

Algumas obras são cópias e as que têm valor foram declaradas no meu imposto de renda.

Foram pagas com transferências bancárias e tenho suas notas fiscais.

Todo o meu patrimônio é absolutamente compatível com a renda que auferi com meu trabalho ao longo deste tempo.

Por fim, informo que os valores pagos pelos respiradores no estado do Pará foram integralmente devolvidos aos cofres do estado.

Alberto Beltrame

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