Iran Lima, quando ainda presidia a presidência da Comissão de Constituição e Justiça da Alepa. Afastado do mandato de deputado, ele agora é chefe da Casa Civil do governo do estado. |
Para indeferir o registro de sua candidatura, no
final de abril deste ano, o TSE acolheu o fundamento de que ele não poderia
concorrer às eleições de 2018 porque tivera suas contas rejeitadas pelo TCU em 2014,
após auditoria decorrente da chamada “Operação Sanguessuga”, procedimento deflagrado pela Polícia Federal para investigar
fraudes em licitações e superfaturamentos nas aquisições de ambulâncias.
Iran Lima ainda chegou a argumentar que o
indeferimento do registro de sua candidatura não poderia prosperar, uma vez que
o mesmo TCU deu provimento a seu recurso e reformou a decisão de 2014,
aprovando suas contas com ressalvas. Mas o TSE não aceitou essa alegação, por
entender que a nova decisão do TCU ocorreu apenas em outubro de 2019, ou seja,
quase um ano depois da diplomação de Iran como deputado.
Nova rejeição - Agora, o deputado terá que pugnar novamente, perante o TCU, para reformar outra decisão, unânime, que reprovou suas contas em setembro de 2019, sob relatoria do ministro-substituto Augusto Sherman Cavalcanti (veja nas imagens acima).
Nesse processo, o TCU convenceu-se de que não
ficou comprovada a “boa e regular aplicação de recursos federais” repassados em
2006, ao município de Moju, então governador por Iran Lima. Os recursos foram transferidos
por força de convênio firmado com o Ministério do Meio Ambiente e o Fundo
Nacional do Meio Ambiente, com o objetivo de reverter o quadro desfavorável de
degradação ambiental.
“Os argumentos de defesa [de Iran Lima] tampouco
lograram afastar o débito imputado ao responsável. Ademais, inexistem nos autos
elementos que demonstrem sua boa-fé ou a ocorrência de outros excludentes de
culpabilidade. Desse modo, suas contas devem, desde logo, ser julgadas
irregulares, nos termos do art. 202, § 6º, do Regimento Interno/TCU,
procedendo-se à sua condenação em débito e à aplicação da multa prevista no
art. 57 da Lei 8.443/1992”, escreveu a unidade técnica do TCU responsável pela análise das contas.
Em 17 de março deste ano, o chefe da Casa Civil impetrou
um recurso de consideração, que tem como relator o ministro Benjamin Zymler,
escolhido por sorteio no dia 24 de março. No momento, o recurso está submetido
à Procuradora-Geral Cristina Machado, para apresentar parecer (veja a movimentação processual na imagem abaixo).
Recurso
extraordinário - Enquanto tenta safar-se de nova condenação
no TCU, Iran Lima, mesmo fora do exercício do mandato, não desiste de
recuperá-lo. Para tanto, espera reformar a decisão do TSE por meio de um
recurso extraordinário, que é julgado sempre no Supremo Tribunal Federal.
Para chegar ao STF, no entanto, o recurso deve,
primeiramente, ser recebido pelo TSE, o que tecnicamente se chama de juízo de admissibilidade. Isso ainda não
foi feito. Se o recurso subir mesmo ao Supremo, o chefe da Casa Civil
provavelmente impetrará uma medida cautelar para retornar ao mandato, até que o
mérito do recurso seja julgado.
Normalmente, essa é a estratégia seguida por
todos os que se encontram em situação semelhante à de Iran Lima. Mas,
repita-se, tudo dependerá, primeiro, de o recurso ser recebido pelo TSE e
enviado pelo TSE.
2 comentários:
AS coisas não estão boas mesmo para o Chefe da Casa Civil. As pessoas no Moju já se mobilizam para tentar barrar a nomeação de Iran para a casa civil, por ferir o princípio de moralidade. Os adversários de Iran, reúnem a papelada neste final de semana e logo Iran terá que se defender de ação popular que está no prelo.
O outro que está na linha de tiro é Parsifal Pontes, que depois da refrega diante da visita da Polícia Federal, onde seu Computador foi apreendido em casa, deve também enfrentar Ação Popular, por conta da decisão criminal condenatória em primeiro grau. O que está em debate é a inobservância do princípio mais caro a gestão pública, que é o princípio da moralidade1
já "ouviu" o silencio das redes sociais sobre o crediário aberto pela SKN Brasil para devolver os "25 mil reis". parcelas de 3 milhoes e etc. como na decisão do Min Falcão aponta 6 empresas ligadas a SKN, é possível que o Japonês da Federal volte aí pelo Pará. A devolução foi efetuada em parcelas antes do dia 10, agora é rastrear o caminho de volta do monte de real.
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