quinta-feira, 11 de junho de 2020

“Paraúcho de Coração”, Cassol, o homem dos R$ 750 mil no isopor, tem sua rede social invadida por mais de 400 internautas em fúria


Um dia depois de a Operação Para Bellum descobrir R$ 750 mil guardados dentro de um isopor em sua residência, o ex-secretário-adjunto de Gestão Administrativa da Sespa Peter Cassol Silveira mantém inalterada sua conta no Facebook, de onde foi pinçada a foto acima.

A curiosidade despertada pela façanha de Peter Cassol – guardar quase 1 milhão em casa, e não embaixo de um colchão, como se fazia há 400 anos, mas num recipiente térmico – está levando centenas de internautas a visitar seu perfil.

Ele não parece muito ativo nas postagens. Esparsamente, publica alguma coisa no Facebook. Uma das publicações é de 24 de dezembro do ano passado. Numa outra, de 23 de janeiro deste ano, Cassol anuncia que começou um novo emprego na Sespa.

“Sou grato e muito feliz por ter vivido mais este ano, e por ter tido a oportunidade de aprender e crescer, como profissional e pessoa no estado do Pará”, escreve o assessor da Sespa, que se identifica como “Paraúcho de Coração”.

Essas duas postagens atiçaram a virulência de internautas, que invadiram a rede social do ex-secretário-adjunto para despejar sua indignação diante das revelações da Para Bellum. Apenas nessas duas, o Espaço Aberto contabilizou, até o momento em que faz esta postagem, cerca de 400 comentários – quase todos com palavrões, xingamentos e impropérios à conduta de Cassol.

Até agora, ninguém sabe maiores detalhes sobre a trajetória profissional do ex-assessor e também qual foi realmente o seu papel na compra dos respiradores, uma vez que o inquérito ainda corre sob sigilo no Superior Tribunal de Justiça, sob a batuta do ministro Francisco Falcão, que ordenou a operação da Polícia Federal. E o mistério sob o grau de sua real participação nas operações aumentou ainda mais com a descoberta dos R$ 750 mil abrigados dentro de um recipiente térmico.

Indagado em entrevista de ontem sobre a origem do dinheiro, o governador Helder Barbalho disse não ter ideia, acrescentando apenas que caberá a Cassol responder e que já o exonerou das funções que exercia na Sespa.

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