quarta-feira, 10 de junho de 2020

Deputada do PT faz intervenção patética na Alepa ao rejeitar “Para Bellum”. E vê praticamente uma conspiração contra o governo Helder Barbalho.


A deputada do PT Dilvanda Faro fez uma intervenção patética na sessão virtual desta quarta-feira (10), na Assembleia Legislativa, ao pronunciar-se sobre a Operação Para Bellum, que apura supostos desvios de dinheiro público na compra de respiradores imprestáveis pelo governo Helder Barbalho.

“Esta é mais uma ação antidemocrática deste (des)governo [Bolsonaro]. Diante disso, me solidarizo ao governador Helder Barbalho, que desde o início da pandemia vem trabalhando incansavelmente para salvar vidas por todo o Pará”, escreveu a parlamentar em seu perfil no Instagram, como você pode ver acima.

O conteúdo da postagem é o mesmo, mesmíssimo do que a parlamentar petista falou durante a sessão virtual. Dilvanda, mulher do deputado federal e presidente estadual do PT, Beto Faro – ele mesmo preso no ano de 2004, quando era superintendente do Incra no Pará –, vislumbra na ação da PF o que classificou, durante a sessão da Alepa, de “perseguição política” e “armação”.

Esse juízo, na melhor das hipóteses, demonstra uma notória, deplorável e injustificável ignorância da parlamentar petista sobre as atribuições legais e constitucionais dos órgãos investigatórios durante operações como a de hoje.

A deputada petista faz bom uso de seu discernimento quando julga o governo Bolsonaro, que realmente comanda um governo paranoico, desequilibrado e que sonha, dia e noite, noite e dia, em implantar uma ditadura no Brasil, ainda que diga o contrário.

Mas Dilvanda Faro, senão como cidadã, pelo menos como deputada, deveria saber que operações policiais como a de hoje não têm a menor ingerência do Poder Executivo. E nem a PF, que o integra, submete-se, nessas circunstâncias, ao Executivo, mas exerce o papel de polícia judiciária, portanto subordinando-se apenas e tão somente às ordens da Justiça.

Neste caso da Operação Para Bellum, a PF cumpriu determinação do Superior Tribunal de Justiça, que por sua vez agiu sob provocação da Procuradoria Geral da República.

Para que se consumasse a tal “ação antidemocrática deste (des) governo”, precisaria haver uma combinação entre vários russos: o STJ, a PGR, o Executivo e a própria PF.

Seria possível, em sã consciência, alguém acreditar no que acredita a deputada Dilvanda Faro?

Acreditar no que ela acredita seria admitir praticamente uma conspiração contra o governo Helder Barbalho. O que seria, consideradas as circunstâncias, uma paranoia tão grave como a do governo Bolsonaro, que vê conspiradores por todos os lados.

Efeito devastador - Menos mal que, na mesma sessão, ouviu-se outra voz petista, a do deputado Carlos Bordalo. O parlamentar observou que nem mesmo uma operação como a Para Bellum deve paralisar as ações do governo do estado – que ele classificou como “eficazes” – no enfrentamento à pandemia.

Mesmo assim, Bordalo defendeu as investigações e notou o forte impacto representado por imagens como as que mostram agentes da PF contando R$ 700 mil em espécie encontrados num isopor, na casa de assessor da Sespa, exonerado hoje mesmo.

“Não tem como a sociedade não se impactar com imagens de dinheiro num isopor encontrado na casa de um secretário-adjunto. Isso tem um efeito devastador”, admitiu Bordalo, que também defendeu o comparecimento de representantes da Sespa à Assembleia para se manifestarem sobre a operação de hoje e outras questões referentes ao combate ao coronavírus no Pará.

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