“Esta é mais uma ação antidemocrática deste
(des)governo [Bolsonaro]. Diante disso, me solidarizo ao governador Helder
Barbalho, que desde o início da pandemia vem trabalhando incansavelmente para
salvar vidas por todo o Pará”, escreveu a parlamentar em seu perfil no Instagram,
como você pode ver acima.
O conteúdo da postagem é o mesmo, mesmíssimo do que
a parlamentar petista falou durante a sessão virtual. Dilvanda, mulher do
deputado federal e presidente estadual do PT, Beto Faro – ele mesmo preso no ano de 2004, quando era superintendente do Incra no Pará –, vislumbra
na ação da PF o que classificou, durante a sessão da Alepa, de “perseguição
política” e “armação”.
Esse juízo, na melhor das hipóteses, demonstra
uma notória, deplorável e injustificável ignorância da parlamentar petista
sobre as atribuições legais e constitucionais dos órgãos investigatórios
durante operações como a de hoje.
A deputada petista faz bom uso de seu
discernimento quando julga o governo Bolsonaro, que realmente comanda um
governo paranoico, desequilibrado e que sonha, dia e noite, noite e dia, em
implantar uma ditadura no Brasil, ainda que diga o contrário.
Mas Dilvanda Faro, senão como cidadã, pelo menos
como deputada, deveria saber que operações policiais como a de hoje não têm a
menor ingerência do Poder Executivo. E nem a PF, que o integra, submete-se,
nessas circunstâncias, ao Executivo, mas exerce o papel de polícia judiciária,
portanto subordinando-se apenas e tão somente às ordens da Justiça.
Neste caso da Operação Para Bellum, a PF cumpriu determinação do Superior Tribunal de
Justiça, que por sua vez agiu sob provocação da Procuradoria Geral da
República.
Para que se consumasse a tal “ação
antidemocrática deste (des) governo”, precisaria haver uma combinação entre
vários russos: o STJ, a PGR, o Executivo e a própria PF.
Seria possível, em sã consciência, alguém
acreditar no que acredita a deputada Dilvanda Faro?
Acreditar no que ela acredita seria admitir
praticamente uma conspiração contra o governo Helder Barbalho. O que seria, consideradas
as circunstâncias, uma paranoia tão grave como a do governo Bolsonaro, que vê
conspiradores por todos os lados.
Efeito
devastador - Menos mal que, na mesma sessão, ouviu-se outra
voz petista, a do deputado Carlos Bordalo. O parlamentar observou que nem mesmo uma
operação como a Para Bellum deve paralisar as ações do governo do estado – que ele
classificou como “eficazes” – no enfrentamento à pandemia.
Mesmo assim, Bordalo defendeu as investigações e
notou o forte impacto representado por imagens como as que mostram agentes
da PF contando R$ 700 mil em espécie encontrados num isopor, na casa de
assessor da Sespa, exonerado hoje mesmo.
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