quinta-feira, 11 de junho de 2020

Cassol, o dos R$ 750 mil, e mais dois foram exonerados. E por que não o assessor que guardaria R$ 60 mil em casa?



Edição extra do Diário Oficial do Estado que circulou nesta quarta-feira (10), depois da Operação Para Bellum, formalizou a exoneração de Peter Cassol Silveira, Cintia de Santana Andrade Teixeira e Ana Lúcia de Lima Alves.
Cassol é o homem de R$ 750 mil, encontrados na casa dele dentro de um isopor. Ele ocupava as funções de secretário-adjunto de Gestão Administrativa na Sespa e era homem de confiança do secretário Alberto Beltrame, que o importou do Rio Grande. E tanto é assim que Cassol se considera – ou considerava – “Paraúcho de Coração”.
Cintia de Santana Andrade Teixeira exercia as funções de diretor do Departamento de Administração e Serviços da Sespa e Ana Lúcia, a de chefe de Unidade.
Em comum, temos o fato de que os três são investigados por supostos desvios na compra de respiradores, objeto das investigações sigilosas conduzida pelo Superior Tribunal de Justiça.
Pergunta-se, pois?
E Leonardo Nascimento, assessor de gabinete do governador Helder Barbalho, na casa de quem foram encontradosR$ 60 mil em espécie, conforme informação do site O Antagonista veiculada ainda ontem? Por que ainda não foi exonerado?
“Após a celebração do contrato, o assessor de gabinete do governador, de nome Leonardo Nascimento, encaminhou para a Sespa o referido instrumento contratual, junto a um ‘folder’, em inglês, com algumas informações sobre o produto adquirido. Neste ponto da narrativa, cabe uma destaque para o fato de que as tratativas e o contrato objeto deste requerimento foram estabelecidos, conforme será melhor detalhado a seguir, diretamente no gabinete do governador. Apenas em um segundo momento procurou-se atribuir uma pretensa conformidade legal para o contexto absolutamente fraudulento que causou um grave dano material ao erário, moral e irreparável à sociedade paraense e o enriquecimento dos envolvidos no esquema”, diz a subprocuradora-geral Lindôra Araújo em seu parecer sobre a operação, ainda segundo informações de O Antagonista.
E nada aconteceu com Leonardo Nascimento?
E Alberto Beltrame, secretário da Saúde e presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass)?
E Persifal Pontes, chefe da Casa Civil?
E René de Oliveira e Sousa Júnior, secretário de Fazenda?
E Celso Mansueto Miranda de Oliveira Vaz, servidor da Sespa?
Todos são investigados no mesmo inquérito. A PF, inclusive, bateu às portas das residências de Beltrame e Parsifal.
Então, por que apenas os três exonerados?
O governo do estado tem, mas não revela, informações consistentes sobre a procedência de suspeitas que recaem sobre os três servidores e por isso os exonerou logo?
E em relação a Leonardo Nascimento, que assessor de gabinete do governo e que, segundo O Antagonista, teria em casa R$ 60 mil? É porque esse valor é compatível com a renda dele e por isso não foi exonerado? É isso?
Quais têm sido os pesos e as medidas para o governo do estado exonerar envolvidos nessa parada?

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