terça-feira, 23 de julho de 2013

Saem as primeiras sentenças contra a Real

Começam a pipocar as primeiras sentenças contra as empresas Real Engenharia e Real Class Construção e Incorporação, alvo de vários processos por danos morais em decorrência do desabamento, em janeiro de 2011, do edifício Real Class, na travessa 3 de Maio, entre Governador José Malcher e Gentil, no bairro de São Brás. Três pessoas morreram.
As primeiras sentenças prolatadas pelo juiz José Ronaldo Pereira Sales, da 2ª Vara do Juizado Especial Cível de Belém, beneficiam moradores do edifício Blumenau, vizinho ao prédio que desabou. Um casal de idosos, Laércio Benedito de Sousa e Terezinha de Jesus Matos de Sousa, vai receber o valor mais alto, R$ 24 mil, uma vez que ambos precisaram deixar o apartamento em que residem para viver num hotel. Há várias outras ações em tramitação no Poder Judiciário.
Uma falha no projeto estrutural foi a causa apontada no laudo técnico-científico do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves para o desabamento do edifício. O projeto, segundo detectaram o engenheiros, apresentou falha na concepção do sistema estrutural, ocasionando erro na escolha do modelo matemático aplicado. O modelo escolhido acabou por interferir no detalhamento e dimensionamento dos estribos, que são ferros horizontais que amarram os vergalhões verticais. O laudo do Renato Chaves tem conclusões diferentes do apresentado pela Universidade Federal do Pará (UFPA), que ressalta a influência do vento na queda do edifício.
Os peritos só puderam chegar a essa conclusão após analisar os pilares do edifício, em especial dois deles, responsáveis pela queda do prédio. O pilar é uma coluna que constitui o elemento vertical da estrutura de uma construção. Esses dois pilares foram localizados onde estava construído o fosso do elevador. O engenheiro ressaltou que tudo o que estava no projeto original apresentado pela empresa Real Engenharia foi utilizado na construção do edifício Real Class. "De modo geral, ela (a Real) executou que estava apresentado e obedeceu todos os critérios técnicos", afirmou Dourival Pinheiro, coordenador do estudo e um dos sete engenheiros que atuaram na perícia.
Na avaliação dos engenheiros, as normas não foram obedecidas e alguns cálculos estavam errados. "O principal foi a falha do sistema estrutural. O sistema não estava adequado para um prédio de 34 pavimentos. Qualquer sistema para funcionar, os elementos têm que estar integrados. Eles não estavam integrados. Não deveria ter 34 andares", enfatizou Pinheiro.

Um comentário:

Anônimo disse...


Observei em noticiario de TV que os advogados das partes são procuradores do Estado. Ganham no Estado mais de R$30.000,00 cada um e ainda advogam para particulares.
São os procuradores do Estado, que ganham mais que desembargardor estadual ou federal, que massacram na Justiça os pobres coitados dos servidores estaduais que ganham salarios indignos. Quando alguém diz que vivemos num Estado Democrático de Direito, constumo rebater dizendo que vivemos num Estado Desigual de Direito. Um médico servidor do Estado que salva vidas não chega a ganhar R$3.000,00 por mês mas os procuradores do Estado passam dos R$30.000,00 e ainda advogam em seus escritorios. Porque essa desigualdade monstruosa?