Olhem, meus caros.
Vamos falar claro.
Na condição, inclusive, de torcedores do Remo, falemos claro.
Claríssimo.
Tão ou mais humilhante - muito mais - do que ver o Remo na situação em que se encontra é ver o clube na contingência de mendigar favores de uma entidade como a CBF, que enodoa, mancha e degrada o futebol brasileiro.
Uma entidade que já teve Ricardo Teixeira como presidente não merece crédito.
Uma entidade que tem como presidente José Maria Marin - aquele que câmeras flagraram embolsando, literalmente, uma medalha - degrada, mancha, deteriora, enlameia qualquer processo de negociação que deve ter na transparência o requisito maior - e portanto irremovível.
Se alguém tem dúvida sobre os entendimentos legais tortuosos, excessivamente distendidos da CBF, confiram os fatos.
Ontem, dois dirigentes do Remo, Maurício Bororó e Zeca Pirão - este último o cartola mais boquirroto que o futebol paraense já perfilhou, depois, é claro, do incomparável Luiz Omar Pinheiro - foram à CBF.
Chegando lá, foram recebidos por Marin.
De Marin, receberam um ultimato: ou a ação proposta por um torcedor de Ananindeua é retirada ou então não tem nem início de conversa sobre o ingresso do Remo na Série D.
De Marin, também ouviram o seguinte: se o torcedor desistir de ação que favorece o Remo, a CBF promete reapreciar os argumentos do Remo para entrar na competição por merecimentos técnicos, já que foi o segundo time que obteve a maior pontuação geral no Campeonato Paraense deste ano, atrás apenas do Paysandu, que foi o campeão.
Aqui está o cinismo.
Aqui está a desfaçatez.
Aqui está, com o perdão da palavra, a patifaria.
Os argumentos que a CBF promete reapreciar já foram expostos pelo Remo e rechaçados pela mesma CBF.
A mesma CBF que formará um juízo, digamos assim, mais elástico, mais elastecido, mais largo e abrangente é a CBF que, no mês passado, rejeitou de plano, de pronto as alegações de advogados do Remo que defendiam a inclusão da equipe na Série D com base em índices técnicos.
Ninguém se espantará que a CBF, em seus juízos elásticos, desta vez acolha os argumentos do Remo e o coloque na Série D.
Esse é o preço que o Remo pagará para se ver livre da punição de dois anos - além de multa de R$ 20 mil - imposta pelo STJD, porque o clube seria favorecido pela ação interposta por terceiros interessados na Justiça Comum.
Esse é o preço que o Remo pagará para se ver mais humilhado ainda, mendigando favores de gente sem escrúpulos, que há décadas se rege por princípios morais tão tortuosos quanto são fluidos, casuísticos e oportunistas os juízos formulados por instâncias da CBF, quando a entidade se percebe sob o risco de ser confrontada, na Justiça, com os regulamentos cheios de dubiedade que formula.
Enfim, meus caros, é assim.
O Remo não merece ser beneficiário de favores de um Marin.
Não merece mendigar a reapreciação de juízos por puro oportunismo.
Mas é o que resta ao Remo.
Fazer o quê?
Um comentário:
Até mendigando os "senhores feudais" do REMO são incompetentes.
Pra quê ser "agasalhado" na D?
Por rendas e patrocínios em cinco partidas?
Esqueceram que:
- o clube terá de jogar quatro partidas FORA DE BELÉM, penalidade do ano passado;
- o clube não tem time; tem apenas um resto de "exército brancaleone" perambulando no Baenão;
Aja vexame...
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