terça-feira, 14 de julho de 2015

O cocô das garças. Ser ou não ser?


E então, meus caros?
Sabem o aninhar, o romântico aconchego das garças nas ramagens da samaumeira na praça Batista Campos?
Ainda está dando o que falar.
Aliás, não é propriamente essa cena tão idílica, a das garças, com o alvar de suas penas, contrastando com a exuberância e o verdor da folhagem das árvores de uma das praças mais aprazíveis de Belém, não é propriamente essa cena, portanto, que está dando o que falar.
É o cocô das garças.
Depois que o Espaço Aberto se referiu ao comentário de um leitor anônimo especulando sobre os impactos - negativos, é claro - das fezes das aves, mais dois comentários já foram remetidos pra cá.
Um deles é do advogado Kenneth Fleming. O outro é de leitor que reafirma sua convicção de este assunto pode configurar o desequilíbrio ecológico que precisa de maior atenção.
Leia abaixo.

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Do leitor Kenneth Fleming:

Ontem, quando vi a foto das garças nas árvores (acho que é a samaumeira), só tive olhos para a beleza retratada pela natureza. Invadido o seu espaço pelos humanos, as garças acabaram dividindo o seu espaço conosco, proporcionando-nos momentos de prazer.
As fezes das madames não vão matar as árvores. Com certeza. Há quantos anos as garças ali se aboletam? Se bobear, desde os tempos de Francisco Caldeira Castelo Branco. Dê-lhe cocô. Ou fezes......
Achei um estudo que demonstrou que só 5% das dessas penosas ciconiformes, da família Ardeidae são portadoras da Salmonella, em estudo feito em Belém-Pa, creio que com as mesmas cagonas aí da foto (http://www.sovergs.com.br/site/38conbravet/resumos/5.pdf).
Assim, de duas uma: ou pedimos para o ilustre prefeito lançar seus atentos olhos de gestor às penosas, providenciando , quem sabe, umas fofas fraldinhas para elas, ou continuamos a nos deleitar com a beleza delas, evitando, of course, passar embaixo da indigitada árvore. Que sobreviverá.
As cagadas humanas são muito mais perigosas que as das garças. Com certeza.


Do leitor Anônimo:

É, quem tem os olhos voltados para o céu acaba tropeçando na história.
As garças não estão ali na Praça Batista Campos desde Castelo Branco, não, pelo menos na quantidade em que se encontram hoje. Lindas, é verdade, mas se multiplicaram mais a partir da década de 1980.
A partir de 1973, morei 25 anos bem de frente para a praça, com vista para a samaumeira, e não havia nada não dessa quantidade das aves. Uma aqui, outra ali, visitinhas na época de flora da samaumeira, portanto bem menos que nos tempos atuais.
Hoje são muitas, e, como se sabe, qualquer desequilíbrio ecológico traz o quê? Desequilíbrio, ora pois, para ser redundante, mesmo. Deve ser o que está, aos poucos, debilitando a samaumeira.
O excesso de cocô das aves pode estar prejudicando a troca entre as seivas brutas e elaboradas, implicando na fotossíntese.
É um caso a estudar.

4 comentários:

Anônimo disse...

Um troco dessa árvore caiu anos atrás, como afirmei aqui antes. Seria bom averiguar.

Anônimo disse...

Estudar não só esse caso, mas o convívio diário que temos com animais selvagens. Há mais de uma centena de espécies, principalmente aves, convivendo conosco: gaviões, garças, corujas, passarada miúda. Estaria tudo bem se alguém mantivesse as ilhas fronteiras à cidade continental em condições de abrigar esse povaréu de asas; mas as ilhas estão sendo urbanizadas de forma desordenada e ilegal, e os pássaros são obrigados a ficar nas mangueiras ou samaumeiras. Quanto às garças da praça: a samaumeira que está lá é centenária e suas raízes não são tão profundas assim, visto que é árvore de várzea. Mas mal lhe faz a dose diária de descarga de veículos motorizadas que o cocô adubante das garças.

Anônimo disse...

Corrigindo : of course
Kenneth

Poster disse...

Corrigido, comandante.
Abs.