Dança do Japão, dança do Pará, gastronomia, rituais e livros. Muitos livros. São 96 mil títulos que estão sendo oferecidos em dezenas de estandes.A Feira Pan-Amazônica do Livro, aberta na última sexta-feira, no Hangar Centro de Convenções e Feiras, em Belém, pretende aproximar culturas distantes, feitas de símbolos e elementos que aparentemente não se combinam, mas que podem, sim, aproximar-se e conviver harmonicamente.
A Feira do Livro deste ano, que chega à sua 19ª edição, homenageia o Japão e marca os 120 anos da celebração do Tratado da Amizade, processo migratório que trouxe para o Brasil, especialmente para os Estados do Pará, Paraná e São Paulo, milhares de japoneses.
O grande homenageado desta vez é o pernambucano Ariano Suassuna. Escritor, dramaturgo, poeta, romancista e ensaísta falecido em 2014, ele escreveu obras clássicas da literatura como “O Auto da Compadecida”. Ariano tinha um apreço especial pela Feira do Livro. E tanto é assim que compareceu seis vezes ao evento.
Entre os estandes, a reportagem do Espaço Aberto destaca o da Editora da UFPA. Tem um design sóbrio, mas confortável. É um dos pouquíssimos estandes que oferece poltronas para se degustar as obras que são vendidas lá, inclusive os volumes do carro-chefe da editora, a coleção reeditada dos Diálogos de Platão.
Mas a grande novidade da Feira é o contato com a cultura japonesa. Um dos espaços mais procurados é o estande que apresenta o caminho do chá.
O hábito remonta a uma escola tradicional do chá e vem sendo transmitido durante mais de 300 anos, desde a Era Edo, que terminou na segunda metade do Século XIX. O princípio do caminho do chá dos samurais é “respeitar a si e ao próximo” e preservar o “espírito da harmonia”, princípio milenar no Japão. Consumir chá com doces representar buscar soluções para a paz mundial e para a preservação da natureza e das pessoas.
Uma exposição fotográfica mostra imagens que têm tudo a ver com o Japão e com o Pará. Ali aparece o cultivo da pimenta-do-reino, no município de Santo Antonio do Tauá, e a colheita de hortaliças, em Santa Izabel do Pará.
O traço doméstico da cultura do Japão está retratado num jogo de cartas em família, numa residência de japoneses em Monte Alegre, na região oeste do Estado. O porto de Tomé-Açu ficou registrado como aquele que se tornou a porta de entrada para os primeiros imigrantes que escolheram o Pará como sua nova Pátria.
E se você se programar para visitar a feira num dia em que a cultura paraense for o show, talvez esse seja o momento de conferir os nossos ritmos, como a dança do tacacá.
A XIX Feira Pan-Amazônica do Livro segue até o dia 7 de junho, um domingo, no Hangar – Centro de Convenções, com entrada franca.
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