quarta-feira, 3 de junho de 2015

Blatter é inocente. É um cândido. Mas não é burro.

Blatter e Valcke no congresso da Fifa, na semana passada: o ele se partiu. E Blatter saiu de fininho.
(Foto de Amd Wiegmann/Reuters)
Apostem, ou melhor, apostemos no seguinte.
Joseph Blatter, esse indivíduo que ontem, finalmente, resolveu largar o filé em que se agarrava há 17 anos na presidência da Fifa, poder ser tudo - ingênuo, inocente, um cândido, um elemento acima de qualquer suspeita e tudo o mais.
Mas não é burro.
Decididamente, Joseph Blatter não é burro.
Aliás, todos os integrantes dessa corja que agora está na cadeia e outros mais que poderão vir a ser presos nada têm de burros.
Sim, muitos de vocês acharão o contrário.
Muitos de vocês poderão achar que são burros, sim, porque se meteram em falcatruas e foram descobertos.
Mas olhem, meus caros: a Fifa é um lamaçal não é de hoje. Os esquemas eram - sempre foram - muito azeitados. São décadas e décadas de roubalheiras. E só agora que os ingênuos e inocentes foram apanhados.
E quanto a Blatter, por que se diz que não é burro?
Porque ele resistiu na presidência até o momento em que acreditava, firmemente, não haver indícios para que alguém o fisgasse.
Eis que o The New York Times revelou que Jérôme Valcke transferiu propinas de nada menos de R$ 32 milhões para contas controladas por esse gigante das boas práticas e dos bons costumes Jack Warner, na época presidente da Concacaf, a confederação de futebol das Américas do Norte e Central.
Pronto.
Valcke sempre foi o braço direito de Blatter.
Quebrou-se, assim, o elo de resistência que sustentava o elemento à frente da presidência da Fifa. Rompido o elo, o cartola não teve outra alternativa que não a de sair de fininho para tratar de se defender.
Resta saber se conseguirá colher provas para contestar as que, eventualmente, vierem a incriminá-lo como envolvido no escândalo.

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