Convenhamos o seguinte.
A hipocrisia é uma praga.
Mas a hipocrisia e o ridículo, quando se dão as
mãos, aí temos uma conduta que pretende chocar os outros – pelo deboche, pelo
despautério, pela insolência e irracionalidade.
A Câmara Municipal de Belém foi, no mínimo,
debochada, insolente e irracional, quando inspirou-se na hipocrisia e no
ridículo ao votar emenda que pretendia reduzir os subsídios – vulgarmente
chamados de salários – de Suas Excelências.
Imaginando que todo mundo – no caso os
contribuintes que bancam a remuneração das Excelências – pode ser um idiota de
uma só vez, o tempo, os valorosos edis resolveram tentar enganar os trouxas (“é
nóis”, outra vez) com artifício que teria a aparência de ser uma homenagem à
moralidade e aos bons costumes.
O que previa o projeto do vereador Cleber Rabelo
(PSTU), em votação no plenário da Casa?
Previa a fixação dos subsídios em oito
salários-mínimos. Isso implicaria a redução dos ganhos remuneratórios dos
vereadores de Belém dos atuais R$ 15.031,76 para R$ 6.304,00.
O que fizeram 29 dos 32 parlamentares presentes
em plenário?
Aprovaram emenda do vereador Moa Moraes (PCdoB),
facultando aos distintos integrantes da augusta Câmara Municipal a decisão de
abrir mão ou não de parte de seus subsídios.
Tradução: cada um reduzirá seu salário se
quiser, identificando sua opção por meio de requerimento endereçado ao
presidente da Casa, garantindo o limite mínimo de oito salários mínimos de sua
remuneração.
Parem com isso!
Tanto a Câmara Municipal de Belém é um poder
independente como seus integrantes são maiores de idade, vacinados e investidos
da legitimidade que o voto popular lhes conferiu. Além disso, espera-se que
saibam distinguir perfeitamente a hipocrisia do ridículo.
Por que, então, não rejeitaram pura e
simplesmente a proposta original?
Por que não assumiram – publicamente,
transparentemente, firmemente e outros “mentes” – que pretendem ficar ganhando
os subsídios atuais?
Não seria mais digno adotar essa postura do que
aprovar emenda que é um deboche, um despautério, uma insolência completa?
Quem vai reduzir seu próprio salário por livre e
espontânea vontade? Quem? Só o proponente do projeto originalmente modificado?
Só ele e mais dois outros que votaram contra a emenda?
Tenham paciência!
O propósito era criar um regramento –
impositivo, vale dizer – para toda a Câmara, e não para dois ou três
voluntários.
Mas a Câmara preferiu unir a hipocrisia ao
ridículo para produzir um papelão.
Mais esse papelão.
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6 comentários:
Parabéns ao vereador CLEBER!!!
Agora por que a sociedade civil e a impressa majoritária não chamou atenção a isso?
Onde estão aqueles que costumam ir com carro-som e fazer barulho em frente a órgãos públicos?
Triste!
Isso comprova o aspecto individualista do Brasileiro.
Nada de novo na casa da mediocridade.
Voce sabe informar se o Vereador Cleber vai receber o que estava propondo? Duvido, ele estava jogando para a plateia e mais nada.
Alguém diminuiria o próprio salário em tempos que tudo aumenta? Só essa resposta já me serviria, mas faço uma observação: O papel do vereador como todos sabem é legislar e fiscalizar o executivo. Agora pergunte a maioria da população se fica satisfeita se seu vereador fizer "só" isso.
Nesse atual processo eleitoral vereador mais um patrocinador. Paga óculos, cirurgia, passagem pro interior dentre outras coisas. Se não fizer isso não serve. Com excessão daqueles que representam classes específicas quem não fizer isso não se reelege. Culpa deles? Em parte sim, mas dividiria essa culpa com a população.
Quero ver se o vereador que propos a lei, vai doar parte do salario dele pra populacao ou ele queiria so aparecer mesmo.
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