Quanto mais se remexe nessa questão da compra,
sem processo licitatório, de 152 respiradores imprestáveis pelo governo Helder
Barbalho, mais se acha.
E são coisas das mais relevantes que
encontramos.
Um detalhe intrigante, por exemplo, está num
trecho quase escondido do depoimentos que o empresário André Felipe de Oliveira
prestou à Polícia Federal, logo
depois que foi preso na última quarta-feira (13).
Olhem acima, na imagem, o trecho que está destacado.
Oliveira diz que a SKN abriu uma filial no
município de Marabá, depois de assinar o contrato com o governo do estado, pelo
qual pagou R$ 25,2 milhões antecipadamente.
A SKN vai manter o negócio a partir de Marabá,
como pretendia?
Sério mesmo: essa empresa descobriu Marabá no
mapa apenas depois de fechar o contrato com o governo do Pará?
Essas questões, bem intrigantes, haverão de ser
deslindadas, espera-se, no
curso de investigações em curso, e até aqui ainda sigilosas.
Tem mais.
O The
Intercept Brasil, aquele mesmo, que divulgou as conversas nada
republicanas, digamos assim, de Sergio Moro quando ainda julgava processos na
Justiça Federal em Curitiba, revelou nesta sexta-feira (15) que o empresário que
intermediou a venda de 200 respiradores ao governo de Santa Catarina por R$ 33
milhões, um negócio também dos mais nebulosos, tem
contratos com o governo do Pará e prefeituras catarinenses e de Goiás
para fornecer vale-alimentação a estudantes das redes públicas durante a
pandemia de covid-19.
A
fraude em Santa Catarina, denunciada por uma investigação exclusiva do Intercept,
detonou uma crise política que derrubou dois dos principais secretários do governo de
Carlos Moisés, do PSL, um bombeiro que se elegeu na esteira do bolsonarismo, e
faz o próprio governador balançar no cargo.
Como
no caso dos respiradores, lembra o Intercept, os contratos de vale-alimentação
foram fechados em caráter emergencial – isto é, sem licitação – por causa da
crise do novo coronavírus.
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