O jornalista, escritor e bacharel em direito
Luiz Maklouf Carvalho (acima, em
reprodução da TV Globo), paraense nascido em Belém, morreu neste sábado
(16), aos 67 anos, após complicações decorrentes de um câncer de pulmão.
Maklouf
trabalhava como repórter do O Estado de
S.Paulo desde 2016. Também atuou, entre outros, nos jornais Resistência (o
principal jornal do Pará de oposição à ditadura militar), Movimento, Jornal do
Brasil, Jornal da Tarde, Folha de S.Paulo e nas revistas Época e Piauí.
Vencedor de dois prêmios Jabuti de livro-reportagem, é autor de "Contido a
bala - A vida e a morte de Paulo Fontelles, advogado de posseiros no sul do
Pará" (Cejup, 1994), Cobras criadas: David Nasser e O Cruzeiro"
(Senac-SP, 2001) e "O coronel rompe o silêncio" (Objetiva, 2004),
sobre a guerrilha do Araguaia, e "João Santana – Um marqueteiro no
poder" (Record, 2015). Mais recentemente, escreveu O Cadete e o Capitão - a vida de Jair Bolsonaro no quartel.
“De
primeira linha”
“Foi um jornalista de primeira linha, com
atuação marcante no início de sua carreira no jornal Resistência. Eu o conheci
no final dos anos 70, quando ele foi repórter especial do Estado do Pará, na época em que o Avertano Rocha arrendou o jornal
e mudou por completo a linha editorial, dando grandes espaços para reportagens
bombásticas, de grande repercussão, onde o Maklouf se destacou com muitas
matérias que tiveram muita repercussão na época”, lembra o jornalista e
publicitário Orly Bezerra, em postagem feita num grupo de jornalistas no
WhatsApp. Sem medo de errar, podemos dizer que o Maklouf foi, toda a vida é a
vida toda, um repórter por excelência. Que descanse em paz”, acrescentou.
Em seu perfil no
Facebook, o jornalista Nélio Palheta, que trabalhou em vários veículos
de comunicação de Belém, diz que a morte de Maklouf deixa o jornalismo
brasileiro consternado.
“Sua última contribuição põe luz neste momento
político tão dramático pontuado por Jair Messias Bolsonaro. Maklouf foi
um jornalista completo, nascido no calor das lutas democráticas que a partir
também do Pará marcaram os movimentos contra a ditadura. Sua memória
haverá de aquecer as mesmas lutas de agora, tão necessárias quanto no passado”,
escreve Nélio.
Também
repórter com passagens em vários veículos de Belém e do Brasil, o jornalista
Ronaldo Brasiliense disse ao Espaço
Aberto que Maklouf “foi um dos maiores repórteres investigativos do Pará e
um incansável opositor da ditadura militar. Escreveu um livro – “Contido a bala”
- sobre o assassinato do ex-deputado Paulo Fontelles e vários livros sobre as
ações dos grupos de esquerda durante a ditadura. Trabalhamos juntos no Jornal do Brasil. Mac, como o
chamávamos, vai fazer falta. Que descanse em paz.”
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