Olhem só como está a situação de momento em
Santarém. É um clima de pré-conflagração, digamos assim.
Vejam esses vídeos mandados há pouco para o Espaço Aberto.
As imagens, sem dúvida pavorosas, são de
hoje, logo depois que o prefeito Nélio Aguiar anunciou o lockdown no município, o
terceiro maior do estado, depois de Belém e Ananindeua. O decreto começa a
vigorar a partir de terça-feira, dia 19, e deve se estender até o domingo
seguinte, 24.
“Após a decisão do lockdown recebi ameaças,
intimidações, invasão do status do WhatsApp. Vejo dezenas revoltados,
indignados, fazendo barulho com buzinas. Prefiro mil vezes ouvir o barulho das
buzinas, do que o barulho do choro, o grito da dor da perda de um ente querido
p Covid”, postou o prefeito em seu perfil no Twitter.
Até agora, Santarém registra mais de 270 casos
confirmados de Covid-19, com 19 mortes. Segundo o Portal OESTADONET, a rede
hospitalar de Santarém está esgotada para atendimento a pacientes graves com
Covid 19. Na sexta-feira (15), não
havia mais vagas na UTI do
Hospital Regional do Baixo-Amazonas. Neste sábado (16), já há
uma fila de 22 pacientes aguardando transferência para o HRBA.
"Buzinaço da direita"
Mas essas evidências, esses números, a
realidade das mortes e do horror, nada, enfim, parece ser suficiente para contornar
formulações ideológicas que claramente estão expostas nesta pandemia.
Um comerciante – presume-se que o seja - vestido,
ora vejam só, com a camisa da seleção brasileira, diz assim: “Não tem o
panelaço da esquerda? Estamos fazendo um buzinaço da direita. Todos querem
trabalhar aqui”.
Impressionante. Ou imprecionante, como grafaria o nosso excelso ministro da
(Des)Educação, Abraham Weintraub, esse çábio terraplanista.
A morte, meus caros, não escolhe bolsonarista,
petista ou comunista.
Escolhe gente.
O vírus Covid-19, meus caros, não escolhe
bolsonarista, petista ou comunista.
Escolhe gente.
Essa
manifestação demonstra que a Administração de Santarém precisará dispor dos
meios necessários para fazer cumprir o decreto e utilizá-los sem complacência, respeitando
estritamente os próprios limites das sanções impostas no ato da Prefeitura.Do contrário, será todo mundo na rua.
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