O deputado Igor Normando, do Podemos, chegou ao
final da tarde desta sexta-feira (8) remoendo, ora solitariamente, ora em
compartilhamentos indignados de proporções tsunâmicas
nas redes sociais, as consequências da sanção, pelo governador Helder Barbalho,
de uma lei para combater as fake news que acabou se transformando, na
verdade, na imposição da censura àliberdade de expressão a jornalistas e comunicadores em geral no estado do Pará.
“Acabei sofrendo uma inquisição digital que
estou vivendo hoje”, desabafou o parlamentar há pouco, em entrevista exclusiva
ao Espaço Aberto. O blog preferiu
colher as respostas de Normando por aúdios que estão distribuídos na íntegra,
no vídeo acima, sem edição, portanto sem cortes.
Na entrevista, o deputado desmente especulações
que surgiram desde o início da manhã de hoje, de que apresentara o projeto a
pedido do governador Helder Barbalho.
Reforçou que tanto seu projeto como o da deputada
Dilvanda Faro (PT), que apresentou proposição semelhante antes dele, não
pretendiam censurar a Imprensa, mas apenas reforçar reforçar leis que já existem
contra fake news, sem ferir, todavia, a liberdade de Imprensa.
Afirmou que ele e a deputada petista resolveram
fundir seus projetos num só. Mas a proposição, conforme o deputado, acabou
sendo modificada substancialmente na CCJ da Assembleia, transformando-se na lei
draconiana que acabou sendo sancionada pelo governador Helder Barbalho.
Normando reconheceu ainda que ele próprio acabou
votando em favor da proposição modificada, porque não a leu no momento da
votação em plenário, uma vez que um acordo de lideranças permitiu a votação em
bloco de várias matérias, inclusive do projeto das fake news.
Normando
prometeu reapresentar um novo projeto, desta vez submetendo-o a um amplo debate
com a sociedade, para evitar problemas como os que agora ocorreram e para que
possa ajudar no exercício do “jornalismo sério”, como ele diz.
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