sexta-feira, 8 de maio de 2020

Deputado diz ser alvo de “inquisição digital”, nega dedo de Helder na lei da fake news e diz que vai chamar a sociedade para discutir nova proposição


O deputado Igor Normando, do Podemos, chegou ao final da tarde desta sexta-feira (8) remoendo, ora solitariamente, ora em compartilhamentos indignados de proporções tsunâmicas nas redes sociais, as consequências da sanção, pelo governador Helder Barbalho, de uma lei para combater as fake news que acabou se transformando, na verdade, na imposição da censura àliberdade de expressão a jornalistas e comunicadores em geral no estado do Pará.
“Acabei sofrendo uma inquisição digital que estou vivendo hoje”, desabafou o parlamentar há pouco, em entrevista exclusiva ao Espaço Aberto. O blog preferiu colher as respostas de Normando por aúdios que estão distribuídos na íntegra, no vídeo acima, sem edição, portanto sem cortes.
Na entrevista, o deputado desmente especulações que surgiram desde o início da manhã de hoje, de que apresentara o projeto a pedido do governador Helder Barbalho.
Reforçou que tanto seu projeto como o da deputada Dilvanda Faro (PT), que apresentou proposição semelhante antes dele, não pretendiam censurar a Imprensa, mas apenas reforçar reforçar leis que já existem contra fake news, sem ferir, todavia, a liberdade de Imprensa.
Afirmou que ele e a deputada petista resolveram fundir seus projetos num só. Mas a proposição, conforme o deputado, acabou sendo modificada substancialmente na CCJ da Assembleia, transformando-se na lei draconiana que acabou sendo sancionada pelo governador Helder Barbalho.
Normando reconheceu ainda que ele próprio acabou votando em favor da proposição modificada, porque não a leu no momento da votação em plenário, uma vez que um acordo de lideranças permitiu a votação em bloco de várias matérias, inclusive do projeto das fake news.
Normando prometeu reapresentar um novo projeto, desta vez submetendo-o a um amplo debate com a sociedade, para evitar problemas como os que agora ocorreram e para que possa ajudar no exercício do “jornalismo sério”, como ele diz.

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