Por Francisco Sidou, jornalista
Falta de visão de sucessivos prefeitos de Belém
resultaram no caos total em nosso trânsito contemporâneo, estressante e
neurótico.
Os corredores de tráfego no centro da cidade (os
mesmos desde o século passado) estão entupidos de carros e também de motos. As
vias de uma cidade são como as veias no corpo humano: quando elas entopem o
organismo sofre um colapso. Após algumas obras cosméticas e uso de adereços
totalmente inadequados como sinais de três e quatro tempos no lugar de viadutos
e de tartarugas do asfalto como balizadores de trânsito - Belém está ficando
travada cumprindo-se famosa e abalizada profecia dos técnicos da Jica, que em
meados da década de 80, elaboraram o Plano Diretor de Tráfego Urbano com várias
propostas/projetos de obras e serviços e alertaram que se nada fosse feito
"Belém poderia travar por volta de 2010."... (então distante).
Na década de 80, circulavam na cidade cerca de
150 mil veículos automotores. Hoje , são mais de 800 mil e quase nada foi
feito dentre as obras e serviços planejados pelos técnicos japoneses. Também
indicavam o metrô de superfície, já então adotado em cidades médias do Japão e
em várias outras capitais, como a solução mais adequada para o tráfego na
região metropolitana de Belém.
Trinta anos depois, sofremos os efeitos
deletérios das escolhas erradas e temerárias como esse BRT mastodôntico e
inconcluso, após mais de oito anos de iniciado com vícios de origem e desvios
de rotas e de verbas públicas.
Até
quando, Belém? Acima um moderno protótipo de um vagão de metrô de superfície,
cujo projeto teria saído menos oneroso e muito mais proativo para a Região
Metropolitana de Belém. Faltaram visão de futuro, engenho e arte de parte de
alguns prefeitos fanfarrões e certos vereadores estradeiros, que quase sempre
preferem agradar mais aos poderosos barões de ônibus do que ao povo que os elegeu.
Em má hora, por sinal.
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