Vejam aí.
O caderno de Polícia de O LIBERAL desta segunda-feira (06) publica na página 2 essa reportagem assinada pelo repórter Victor Furtado.
Diz ele no lead (abertura) da matéria:
Crianças e adolescentes são humanos em constante formação moral, sem a devida maturidade para lidar com algo tão complexo como a violência. Mas em áreas menos desenvolvidas, onde faltam opções de cultura e lazer, um homicídio é um grande evento. Um considerável aparato policial é montado, trazendo uma movimentação atípica e cheia de luzes vermelhas piscando. É um cenário propício para saciar uma curiosidade mórbida de muitas pessoas. E é nesse cenário que muitas crianças e adolescentes encontram algo para fugir da rotina, às vezes até levados por adultos que deveriam preservá-los disso. As consequências são a violência cada vez mais naturalizada, banalizada e a formação de adultos violentos. São causas da insegurança pública que não se resolvem apenas com mais policiais nas ruas.
É isso.
A reportagem aborda questão gravíssima, chocante, tenebrosa, repugnante, constrangedora e dolorosa.
Uma questão dessas, portanto, deveria merecer atenção redobrada.
Cadáveres expostos na via pública, muitas vezes trucidados, desfigurados e encharcados de sangue, já ferem por si mesmos as nossas sensibilidades e transfiguram nossas consciências, ao mesmo tempo em que retratam a selvageria incontrolável que nos assola.
Como, portanto, fechar os olhos ou considerar banal que se permita a presença de crianças nesses ambientes?
Não sei se a Segurança Pública, as secretarias de ações sociais, as escolas, as associações de bairros - sobretudo os que mais registram homicídios no dia a dia - a OAB, enfim, sei lá quem, mas alguém deveria dar início a uma campanha intensa e permanente para que as próprias famílias se convençam de que não devem deixar menores em contato com cenas assim.
Porque não é apenas a violência que pode ser dantesca.
A forma como a encaramos também pode ser.
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