terça-feira, 24 de setembro de 2013
Troglodita, provocador e exibicionista
Não queiram - ninguém, absolutamente ninguém - tomar o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) como um elemento que teria, como única serventia, a possibilidade de impor a severos testes os extremos limites a que podem chegar as divergências num ambiente democrático.
O deputado federal Jair Bolsonaro é reacionário.
É direitista.
É preconceituoso.
É homofóbico.
Fiquem certos de que ele não sustentaria um mandato parlamentar se milhares de pessoas que lhe confiaram seus votos não tivessem a mais remota simpatia por posições reacionárias, preconceituosas e homofóbicas.
Mas nem o exercício de um mandato parlamentar deveria conferir a Bolsonaro o direito, que ele próprio se arroga, de comportar-se como um troglodita que está pouco se lixando para o debate de ideias.
O que lhe interessa mesmo - e o que lhe convém - é expelir o fel do ódio, em meio a inconsequências sem fim que o tornam mutas vezes caricato, mas perigoso. Perigosíssimo.
É nesse contexto que deve ser encarado o trogloditismo de Bolsonaro, que ontem acertou um soco na, como se diz, boca do estômago do senador amapaense Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), à porta do prédio onde funcionou um dos mais terríveis centros de tortura durante a ditadura militar (vejam detalhe da confusão na foto de Márcia Foletto, da Agência O Globo)
Bolsonaro, sabemos todos, tinha até o direito de ser a voz divergente, contestatória, contrária entre os seus colegas congressistas que foram até o prédio onde funcionou o DOI-Codi.
Mas Bolsonaro não tinha, como não tem, o direito de se comportar como um troglodita provocador e exibicionista.
Mas é assim.
A democracia permite.
A mesma democracia, aliás, que os princípios e concepções de Bolsonaro almejariam ver esmagada.
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3 comentários:
Ele tem muitas viúvas simpatizantes da ditadura.
Jamais Bolsonaro poderia agredir quem quer que seja, mesmo que fosse um terrorista ou um torturador - entretanto, das imagens postadas não ficou inequívoco que isso tenha havido.
Mas também jamais os membros da Comissão poderiam ter impedido a entrada do Bolsonaro, que, ainda que se discorde dele, é um deputado federal, e em nada atrapalharia a visita. Ao contrário, daria fumos mais democráticos porque um legítimo - ao pé da letra, porque foi votado - representante do "outro lado" estava presente ao ato(como se em Democracia se pudesse falar nesse antagonismo quando o debate e a dialética é interesse comum).
Os dois são reacionários!
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