Ricardo Salles, um fanático devastador bolsonarista, e André Janones, um neopetista tresloucado e inconsequente, em momento de edificante e civilizado contraditório. |
Estou à procura, ansiosamente, de alguém escolado em campanhas eleitorais que possa me explicar, de forma convincente, como é que alguém pode escolher um tresloucado e inconsequente para funcionar como influenciador digital.
Também gostaria muitíssimo de saber quem foi o iluminado ou quem foram os iluminados da campanha de Lula que alçaram, à condição de expoente máximo das redes digitais, um tresloucado e inconsequente.
No caso, o tresloucado e inconsequente é André Janones, deputado federal do Avante, que desistiu de ser candidato a presidente e ingressou de cabeça, tronco e membros na campanha de Lula.
Foi recebido por companheiros e companheiras como um popstar do mundo digital, área em que os petistas, de fato, mostram-se carentes de bons quadros para confrontar a artilharia digital dos minions.
Janones, realmente, tem um bom número de seguidores. Só no Instragram são 2,1 milhões, além de quase 300 mil no Twitter.
O problema está no próprio.
Janones posa como uma espécie de general comandando uma tropa digital com armas na mão, no caso, computadores e celulares.
Mas ele é o único general da face da Terra, ou melhor, é o único general da história da humanidade que revela publicamente, portanto para os adversários e inimigos, quais são as suas estratégias.
Janones diz mais ou menos assim: Olha, galera, eu vou dizer agora que o Bolsonaro é um vagabundo. Então, eles (no caso os bolsonaristas) vão me atacar. Enquanto isso, vão se esquecer de Lulinha, que seguirá tranquilamente fazendo sua campanha.
É mais ou menos como se um general com sua tropa fosse invadir Belém e desse a ordem pelo Twitter: Soldados, agora eu vou dizer pra todo mundo que nós vamos invadir de barco, pelo Guamá. Então, quando todos os inimigos estiverem vigiando os portos, a gente entra pela BR. Preparem-se!
Entenderam?
Janones é a vergonha alheia.
É ridículo.
Mais ridículo ainda é vê-lo difundindo um de seus principais basilares como autoproclamado influenciado digital: contra o inimigo, você joga com as mesmíssas armas que ele joga contra você.
Sendo assim, Janones responde ao ódio com ódio, às fake news com fake news, a um palavrão com outro palavrão, a uma ameaça com outra ameça e a um processo com outro processo.
Sua última performance foi no debate de domingo passado, quando enfrentou e quase foi aos tapas com três ou quatro bolsonaristas, entre eles o ex-ministro Ricardo Passar a Boiada Salles.
Sabem o que acontece? Muita gente está passando a identificar Janones como alguém chancelado pelo núcleo de campanha próximo a Lula, num estágio em que o candidato do PT procura mostrar-se como moderado, sóbrio, sereno, conciliador e agregador.
Ao contrário de Janones, que começa o dia convidando a tropa para quebrar o pau e termina o dia dizendo assim: grande dia!
Ontem, a jornalista Mônica Bergamo, da Folha, publicou matéria informando que "Janones nega afastamento, ciúme ou racha com PT depois de confusão no debate e diz que é preciso usar 'os mesmos métodos que eles', os bolsonaristas".
Escreve a jornalista: "Janones, que apoia a candidatura do ex-presidente Lula (PT), não acredita que o embate [com bolsonaristas] vá prejudicar a imagem da campanha. E desmentiu que o partido queira afastá-lo. 'Nunca houve afastamento ou qualquer tipo de ciúme ou de racha interno.'"
Então, pronto!
Aos petistas, bom proveito com Janones.
Mas, depois, não se arrependam das loucuras que ele está cometendo em nome de vocês.
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