Pois é.
O Pânico era imperdível.
Em 20 minutos, você dava gargalhadas que ajudavam a enfrentar o restante do dia.
Vieram os anos Bolsonaro.
Vieram os anos do obscurantismo, da devastação e da degradação do Brasil.
E assistir ao programa Pânico - ou ouvi-lo pelo rádio - virou um exercício de resistência.
Porque o programa virou um horror.
Virou, em verdade, a comédia de horrores, igualzinho à Jovem Pan, o trombone do jornalismo de direita. O Pânico, tal e qual a emissora que o abriga, virou um covil de fanáticos, de bolsonaristas e negacionistas de todos os quilates.
Eis que Bolsonaro foi ao Pânico desta sexta-feira (26).
Foi divertido assisti-lo. Na Jovem Pan, ele sempre posa de estadista, de moderado, de um observador tenaz de todas as boas etiquetas.
Lá pelas tantas, entra em pauta o tema André Janones, esse deputado maluco que, agora travestido de militante petista, tem feito uma série de loucuras aí nas redes sociais.
Pois observem, no vídeo acima, o que diz Bolsonaro quando confrontado com o teor dos tuítes de Janones.
O candidato do PL deplora o nível das postagens e diz que o deputado nunca teve relacionamento com ninguém no parlamento.
E Bolsonaro, teve relacionamento com quem?
Quando fez sequer um discurso da tribuna?
Que comissões integrou?
Com quem negociou?
Com quem articulou legítima e politicamente?
Ao que se saiba, com ninguém.
Bolsonaro sempre foi ele e ele - ele e suas manias persecutórias, ele e seu fascismo, ele e seu negacionismo, ele e sua homofobia, ele e sua misoginia.
Sempre foi enclausurado em si mesmo. Sempre foi uma ilha.
Bolsonaro reclamando do baixo nível das postagens de Janones é o roto falando do esfarrapado.
É assim mesmo.
Sem tirar nem pôr.
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