Há vários dias, a Secretaria de Saúde de Belém tem divulgado informações indicando que o número de ocupação de leitos clínicos e de UTI por pacientes acometido de Covid-19 é zero. Está zerado. E apenas 12 casos teriam - repito, teriam - sido registrados nos últimos sete dias. A última informação (veja na imagem) foi feita no final da noite desta segunda-feira (3), no Twitter da Prefeitura.
Essa é, sem dúvida, uma notícia alentadora. Mas, de outro lado, é desalentador não dispormos - os órgãos oficiais de Saúde do município e do estado e, em decorrência, nós, o distinto público - de informações verazes, confiáveis e precisas sobre a quantas andam os índices de testagem para o coronavírus em Belém e no Pará, depois do advento da ômicron, a cepa altamente transmissível que há poucos dias há chegou a infectar, em apenas 24 horas, mais de 2 milhões de pessoas no mundo inteiro.
A indisponibilidade dos dados de testagem é dado relevante - muito embora esteja passando despercebido por aqui - porque a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) já detectou um aumento assustador, avassalador de testagens positivas para Covid nos últimos 14 dias, em comparação com período equivalente anterior.
No dia 22 de dezembro, 3.090 dos 22.126 testes realizados deram positivo, o equivalente a 14% do total. Já na quarta-feira (29/12), 5.334 dos 25.998 testes realizados, cerca de 20,5% do total, foram positivos. O número se aproxima do recorde de 27% de exames positivos, registrado em março deste ano. Esses números abrangem 3 mil farmácias em todo o País, mas não sabe quantas em território paraense.
Além dessa incerteza, some-se a precariedade na fiscalização do passaporte vacinal, que se tornou obrigatório no estado a partir da edição do Decreto nº 2044/2021, em vigor a partir de 6 de dezembro do ano passado.
O passaporte é obrigatório em shows, casas noturnas e boates; cinemas, teatros, clubes, bares e afins; academia de ginástica; cultos religiosos; todos os equipamentos turísticos do Estado; eventos esportivos, amadores e profissionais; assim como em reuniões, eventos e festas, realizadas em espaços públicos ou privados. A presença de pessoas não vacinadas só poderá ser possível desde que seja comprovado, por atestado médico, a impossibilidade de administração de quaisquer das vacinas dispensadas.
Todos os estabelecimentos mencionados estão respeitando estritamente as exigências que o decreto estadual prescreve?
Ninguém sabe. E mesmo que ninguém saiba, a ômicron está aí mesmo. A influenza está aí mesmo. E o desgoverno Bolsonaro está aí mesmo, mais uma vez postergando e dando uma de Mané para iniciar a vacinação de crianças na faixa etária dos 5 aos 11 anos.
O cenário que vivemos hoje, felizmente, é muito, mas muito menos doloroso, trágico e caótico do que o visto, por exemplo, até março e abril do ano passado. Mas estamos ainda longe, muito longe, de tirarmos a máscara e começarmos a fungar livremente, sem medo e sem culpa, um na cara do outro, como fazíamos nos tempos - oh, que saudosos tempos! - pré-pandemia.
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