quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

Vejam como era Belém. Mas vamos conter nossas nostalgias.

Não sejamos nostálgicos apenas para alimentar aquele romantismo lacrimoso, em que choramos tsunamis de lágrimas quando voltamos nossos olhares para o passado. E nem precisa ser um passado distante.
Isso é horrível; eu acho, pelo menos (mas há quem adore esse esporte).
No caso de Belém, a cada 12 de janeiro somos tentados a olhar para o dia anterior, 11 de janeiro, e concluir, por mera compulsão nostálgica, de achar que foi um dia melhor. Apenas porque foi ontem.
Nem sempre, meus caros.
Nestes 406 anos da Cidade, pincei as fotos abaixo do excelente Nostalgia Belém, o perfil no Instagram que brinda seus seguidores com imagens da Belém de ontem - muitas vezes, de muito, muito ontem.
As imagens são emblemáticas, porque mostram cenários, situações, contextos e ângulos que não imaginávamos terem existido.
Mas existiram, ora.
A Belém dos tempos das fotos era melhor ou pior do que a deste 12 de janeiro de 2022?
Sabe-se lá.
Isso aí, apenas o sentimento e o sentido de nostalgia, muito particular de cada um, serão capazes de responder.
No mais, viva Belém!

Avenida Independência, hoje Magalhães Barata, em perímetro não identificado. Década de 40.

Boulevard Castilhos França (a foto registra o que é hoje a Praça do Pescador). Anos 30.

Imagem da Fábrica Palmeira, localizada no Comércio. Hoje funciona
no local o Espaço Palmeira.

Lateral do Theatro da Paz e o paisagismo impecável. Década de 30.

Avenida Presidente Vargas, quando ainda tinha mão dupla. Ano de 1960.

Governador José Malcher com Generalíssimo. Nesse quarteirão, alguns casarões
ainda estão sendo preservados.

Theatro da Paz na década de 60.

O Bosque Rodrigues Alves, que em agosto do ano passado completou 138 anos.


Um comentário:

kenneth fleming disse...

Muito bacanas as fotos postadas. Creio que não é o caso de um olhar nostálgico "lacrimoso", mas sim de um olhar "esperançoso", ou, por que não, um olhar "invejoso" ao passado, quando nossa linda - e agora degradada - Belém, tinha ares de uma cidade organizada, limpa, aprazível. Hoje, não se consegue andar em boa parte das calçadas, tomadas que estão por camelos, vendedores, barracas, carros estacionados, etc.

Ruas esburacadas, sujas, lixo jogado por todos os lados e por aí vamos. Parte culpa de dirigentes incompetentes, parte culpa de uma população que não tem amor à cidade, que joga lixo em qualquer lugar, que picha a cidade sem qualquer represália, que vandaliza em questão de horas o que se faz para embelezar nossa cidade.

Mas, nas fotos antigas que vejo de Belém, a exemplo das do Rio de Janeiro, o que me causa espécie é o vestuário dos homens. Uma grande parcela vestidos com terno e gravata. Ainda que a maioria , aparentemente fossem de linho, e brancos, ainda assim deviam esquentar muito.

Certa vez, alimentado por tal curiosidade, pesquisei as temperaturas de Belém nas décadas de 40 e 50, e me surpreendi ao verificar que as temperaturas médias eram muito próximas às atuais, talvez 1 ou 2 graus a menos, salvo engano, o que reforça, mais uma vez, o grande equívoco que é os brasileiros usarem terno e gravata em nosso país tropical. Antigamente ou nos dias atuais.

Com terno ou sem terno, com limpeza ou sujeira, com bons ou maus governantes, que o povo de Belém trace o seu rumo em direção a uma cidade feliz, amigável e fraterna.