Atribui-se a Magalhães Pinto (1909-1996), a velha e sábia raposa mineira, a máxima de que política é que nem nuvem; numa hora, você olha e ela está aqui; no minuto seguinte, já mudou de posição.
É mesmo.
Espiem essa nota ao lado.
Está no Repórter Diário desta quinta (27).
É mais uma fustigada do governador Helder Barbalho no seu aliado de até pouco tempo atrás, o senador Zequinha Marinho, o Moro da direita paraense.
Leiam a nota com atenção e observem a cronologia dos fatos. Vejam como as nuvens da política mudam - às vezes em poucos anos, às vezes em meses, outras vezes em minutos.
É quem em 2011, conforme diz a própria nota, Zequinha Marinho já mostrava um certo, digamos assim, jeito Flávio Bolsonaro de ser. Em resumo, já era chegado a um rachid.
Àquela altura, quando o escândalo estourou, Zequinha Moro Marinho exercia seu terceiro mandato de deputado federal pelo PSC.
Veio 2014 e ele foi eleito vice-governador na chapa do tucano Simão Jatene.
Veio 2018. Zequinha rompeu com Jatene e elegeu-se senador numa aliança com o MDB de Helder, que também chegou ao governo do estado.
Até então, vejam bem, Zequinha já "carregava nas costas a marca de um escândalo de rachadinhas", para usar exatamente a expressão usada na segunda nota.
Mesmo assim, essa marca, essa mancha, essa mácula nada importava ao MDB, aliado do senador.
Mas eis que, a partir de 2020, contaminado e fanatizado pelos delírios bolsonaristas, Zequinha Marinho primeiro distanciou-se de Helder e depois rompeu mesmo com ele, tanto que hoje é uma das lideranças, no Pará, do PL de Bolsonaro e de Valdemar Mensalão Costa Neto.
Agora, como adversário de Helder, Zequinha Marinho é fustigado pelo mesmo escândalo das rachadinhas, a mancha que o senador já carregava nas costas em 2018, quando se aliou ao MDB, que então se manteve em compungindo e respeitoso silêncio em relação ao escândalo que envolvida o aliado.
É, meus caros.
Política, realmente, é que nem nuvem.
Ou, na versão parauara dessa máxima, em política até boi avua, como dizia o saudoso deputado cametaense Gerson Peres.
E como avua.
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