Alckmin e Lula: petistas ainda não engoliram - e parece que nem vão engolir - a possibilidade de um ex-tucano ser companheiro de chapa da maior liderança nacional do PT |
Mas, se compelidas pelas circunstâncias políticas a se manifestar, essas vozes não hesitarão em passar a mão no trombone para proclamar, solene e claramente, que a estratégia lulista pode custar caríssimo ao PT.
Nada contra Alckmin pessoalmente, explicam os antitucanos ao Espaço Aberto. Tudo tem a ver com os vínculos do ex-governador paulista e ex-candidato a presidente da República, que se projetou na vida pública justamente pelo PSDB.
O partido tucano, lembram os opositores da escolha de Alckmin como candidato a vice, notabilizou-se como o grande adversário petista nas últimas três décadas. Acrescentam ainda que, desde a eclosão do escândalo do mensalão, o PSDB tentou reforçar sua marca de pureza ética, para isso contrapondo-se aos petistas, que passaram a ser apontados como os decaídos, incapazes de resistir às tentações do poder. Tentações que posteriormente desaguariam em outro escândalo ainda maior que o do Mensalão, o da Lava Jato, que acabaria por tragar o próprio Lula para a cadeia, onde permaneceu por 580 dias.
Os petistas daqui, fiéis àquela máxima de quem quem apanha nunca esquece, acham que, muito embora a Lava Jato também tenha respingado entre o tucanato e algumas de suas lideranças (entre as quais Aécio Neves, que chegou a ser alvo de um pedido de prisão preventiva formulado pela PGR), convidar um ex-tucano da estirpe de Alckmin para compor com Lula poderia transmitir a parte do eleitorado a sensação de que Lula, para ganhar a eleição, é capaz de se aliar a qualquer, mesmo aos que já o chamaram de bandido no passado.
Alckmin, é claro, jamais chegou a esse nível de contundência verbal, mas muitos tucanos, sim. E são esses que os petistas paraenses não perdoam. Pelo menos por enquanto.
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