Impressionante, hein?
Fez – e faz – de tudo para não estufar o peito
diante de jornalistas que o odeiam. Com isso, pretende evitar que coleguinhas
continuem a estigmatizá-lo como arrogante, emburrado
e avesso a jornalistas que só pretendem criticar, mas não aceitam críticas.
Na coletiva de ontem, em que foi apresentado
como o substituto de Felipão, coleguinhas e Dunga chegaram a entabolar uma,
como diríamos, entente cordiale.
Como será a entente
cordiale entre Dunga (na foto de André Durão), que não suporta jornalistas, e jornalistas que não
suportam Dunga?
Porque vejam só uma coisa – singela, simples e
direta, em
português de Portugal : treinadores de futebol têm que
treinar; jornalistas devem fazer jornalismo.
Treinadores de futebol têm que fazer o papel
deles; jornalistas, o seu.
Jornalistas, no exercício do jornalismo,
precisam, sim, criticar, apontar erros, cobrar, exigir, discordar.
Treinadores, quando cobrados, criticados e
exigidos por jornalistas, têm, sim, o máximo, o pleno direito de se defender do
que considerarem despropositado, injusto, excessivo.
Como acreditar, portanto, que haverá um entente cordiale entre Dunga, o turrão,
o emburrado, o cara que não tem papas na língua, que nada deixa sem resposta, e
jornalistas que precisam exercer o seu papel de cobrar, exibir e criticar?
Não acreditem nisso.
Ninguém caia na besteira de acreditar nisso.
O máximo que podemos esperar de Dunga e que, no
seu direito de contestar jornalistas, não resvale para a baixeza, para a cavalice injustificada como o tratamento
que a um profissional de Imprensa como Alex Escobar, naquele deplorável
episódio durante a Copa do Mundo de 2010.
É o máximo que podemos esperar dele. Mas achar
que Dunga vai se transformar num lorde, isso é absolutamente improvável.
Aliás, entrevistas coletivas são sempre um
vitrine de todo tipo de jornalismo.
Inclusive dos caricatos, dos vergonhosos.
Na de ontem, por exemplo, um coleguinha,
dirigindo pergunta ao presidente da CBF, José Maria Marin, referiu-se a ele
como uma estadista.
Hehehe.
O poster aqui teve vergonha alheia.
Teve vontade de desligar a televisão.
E desligou mesmo.
Que coisa mais caricata, deplorável e vergonhosa
tratar Marin como estadista.
Sem brincadeira.
E
como todo o respeito, é claro.
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