sexta-feira, 31 de março de 2023

Nunca mais!


Independentemente de ser 31 de março ou não, já me descobri, muitas vezes, revisitando essa oração de Ulysses Guimarães (no vídeo acima).
Sim, pra mim, apenas esse trecho do histórico discurso pronunciado pelo presidente da Câmara no dia 5 de outubro de 1988, quando foi promulgada a atual Constituição, é uma oração.
Uma oração pelas liberdades.
Uma oração pela democracia.
Pelo respeito à Constituição.
Pela dignidade.
Pelo direito, na sua mais ampla acepção do termo.
Neste 31 de março, uma data-referência para muitos fascistas que se travestem de democratas - ou democratas que se travestem de fascistas -, devemos sim, lembrar de 1964.
Devemos lembrar o dia 31 de março de 1964, quando se inaugurou, na história do Brasil, um período de trevas e horrores, com mortes, torturas, desaparecimentos, censura à Imprensa e vilipêndio às liberdades, tudo em nome dos mais nobres, edificantes e patrióticos valores conservadores.
Em 2014, relatório final apontou o nome de pessoas que foram mortas ou desapareceram durante o regime militar no Brasil. Foram 191 assassinados e 243 desaparecidos - ou seja, 434 pessoas no total. Segundo a organização internacional não governamental de direitos humanos, a Human Rights Watch, aproximadamente 20 mil pessoas foram torturadas no período brasileiro.
Com um detalhe imprescindível: a grande maioria, a esmagadora maioria dos alvos da repressão era formada, sim, por democratas e integrantes de partidos e organizações de centro-esquerda, mas que nunca pegaram em armas ou agiram com violência na clandestinidade. Cai por terra, assim, o discurso mentiroso de que só foram reprimidos os guerrilheiros armados.
Pois é.
Acabamos de sair de quatro anos tenebrosos, em que fascistas tentarem incutir e disseminar a ideia de que o golpe de 1964 não foi um golpe, convém proclamarmos.
Acabamos de resistir ao 8 de janeiro, em que bolsonaristas fascistas e bolsonaristas terroristas tentaram, literalmente, depredar e pulverizar as instituições democráticas do Brasil.
Proclamemos, pois: Nunca mais!
Ditadura nunca mais!
Ou então poderemos orar, como o fez Ulysses: "Temos ódio à ditadura. Ódio e nojo!"

2 comentários:

Mirika Bemergui disse...

Texto espetacular!!👏👏👏Que seja exterminado pela raiz esse ódio disseminado pelo Bolsonaro, os bolsonaristas TERRORISTAS, violentos e GOLPISTAS de nosso Brasil!! DITADURA NUNCA MAIS!!BOLSONARISMO NUNCA MAIS!!

Anônimo disse...

Amor ao ódio?, parece o molusco querendo f○d€r o Moro, realmente o amor venceu, faz o L.