A delegada Cecconello: para a Polícia Civil, crime de ódio não é crime de ódio. Como crime político também não é crime político. |
Assustador!
A partir de hoje, todas as vezes que eu quiser aprender lições sobre como não ligar os fatos à obviedade, ou a obviedade aos fatos, eu vou pedir os manuais que são seguidos pela Polícia Civil do Paraná.
É de assustar, sinceramente, as conclusões do inquérito que investiga o assassinato do tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu, o petista Marcelo Arruda, pelo autodeclarado bolsonarista Jorge Guaranho.
A delegada Camila Cecconello informou há pouco que não houve motivação política no assassinato. E tanto é assim que Jorge Guaranho foi indiciado por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e causar perigo comum.
E por que não crime de ódio e crime político?
Com as palavras, a delegada: "É difícil nós falarmos que é um crime de ódio, que ele matou pelo fato de a vítima ser petista", afirmou. E acrecentou: "Para você enquadrar em crime político, tem que enquadrar em alguns requisitos. É complicado a gente dizer que esse homicídio ocorreu porque o autor queria impedir os direitos políticos da vítima. Parece mais uma coisa que se tornou pessoal", afirmou Camila.
Hehe.
Só pode ser brincadeira da doutora.
A própria investigação já concluiu que Guaranho estava num churrasco e foi aí que tomou conhecimento da realização, em outro lugar, da festa de aniversário do petista.
Tomando conhecimento, foi lá.
Chegando lá, bem na porta do salão onde se comemorava o aniversário de Arruda - que tinha o PT como tema, não esqueçam -, fez estrilar em altos decibéis o som do seu carro, de onde ecoavam músicas em apoio a Bolsonaro.
Além disso, o próprio Guaranho proclamava, aos berros, frases em apoio a Bolsonaro e de ofensa a Lula e aos petistas.
Confrontado com a reação de Arruda, que lhe jogou terra, Guaranho saiu do local dizendo que voltaria para matar todo mundo. E voltou mesmo. Matou o petista e talvez só não matou mais gente porque foi baleado.
Então, o que falta nisso para a ocorrência ser enquadrar como crime político ou crime de ódio?
Era preciso, para caracterizar o crime político, que Arruda chegasse à frente do local da festa, saísse do carro, se enrolasse na bandeira do Brasil, fincasse ao lado dele banners em apoio ao Bolsonaro e fizesse um discurso antecipando que mataria todo mundo, porque não admitia que houvesse petistas e lulistas na face da Terra (inclusive a plana)?
Era isso que precisava para a Polícia do Paraná ver configurada a ocorrência do crime político?
Contem outra.
Enquanto me contam, vou para o Paraná, apreender com a polícia de lá como se investiga um crime político ou um crime de ódio.
Céus!
Um comentário:
Com CERTEZA o assassino matou por AMOR, né?? 💀Ou quem sabe com o mesmo discurso do Cbozo, pela família, Deus e a Pátria 🤮🤮💩💩DEUS NOS LIVRE dessa coisa ruim!!
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