sexta-feira, 22 de julho de 2022

Deputada se diz "invisibilizada" pela direção do PSOL: "Será que acham que a esquerda paraense é patrimônio deles apenas?"

Espiem.

Está bombando aí nas redes sociais.

E está bombando não apenas pela transparência da deputada Vivi Reis, em manifestar publicamente seu desagrado por estar sendo, como diz, invisibilizada pela direção de seu partido, mas porque a postagem gerou uma discussão que, na essência, é boba, desnecessária e até infantil, mas para as esquerdas tem um enorme significado.

A discussão, no português de Portugal (que já é um idioma meio complicado, como vocês sabem) é a seguinte: nas esquerdas, roupa suja se lava em casa? Ou eventualmente pode também ser lavada em público?

Entre os mais de 40 comentários sobre o tuíte (que já tem, diga-se, mais de 1.500 curtidas), um camarada pondera o seguinte à camarada Vivi: "Como todo respeito que tenho pela camarada. Não faz o menor sentido expor isto publicamente, ainda mais na época de período eleitoral, gerar crises numa época dessa, sinceramente trabalhar o canal interno, expor as divergências tanto na base, como na direção do partido."

Uma outra dispara: "Lamento o PSOL estar numa guerra de braço pública, incapaz de resolver seus problemas internamente, após ter crescido e revitalizado a esquerda em Belém. Isso só divide a situação e isola pessoas e grupos do PSOL."

E vem mais outra: "A tua presença causa medo nesses políticos da velha esquerda porque tu representas de forma concreta a renovação da política. Tô contigo, Vivi!".

Como diria Ancelmo Gois, calma, gente.

E todos devem ter calma porque, afinal, não é publicamente relevante a deputada externar um sentimento que, muito embora pessoal, tem relação direta com o papel que ela exerce como legítima representante de um segmento popular?

Se é assim, por que a deputada teria que manter sob sete chaves, com sigilo decretado para 100 anos, questões que podem, sim, ser discutidas publicamente?

Os anseios de que a deputada externasse sua insatisfação apenas interna corporis não esconderia a intenção de transmitir uma falsa impressão sobre suposta pureza ética e ideológica das esquerdas? E essa intenção não seria simplesmente a expressão da mais deplorável hipocrisia?

São apenas algumas indagações.

No mais, repita-se, calma aí, gente!

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