Pelo que vimos nas duas últimas 48 horas, Bolsonaro está com o golpe pronto.
Prontíssimo.
Há duas questões, todavia.
A primeira, se vai colocá-lo em prática.
A segunda, como vai colocá-lo em prática.
Bolsonaro está acuado.
Na prática, ele não governa mais.
Governadores e prefeitos tiraram-lhe o protagonismo político e estão, no limite de suas autonomias, administrando a crise dessa pandemia.
Bolsonaro sabe que Sergio Moro pode, se quiser, ser o seu algoz.
Sabe que o telefone de Moro é repositório de conversas entre ele e o presidente que, se reveladas em um terço ou um quinto de seu volume, podem acelerar o impeachment de Bolsonaro.
Neste domingo, fascistas e arautos do golpismo foram para a frente do Planalto e deixaram Bolsonaro em êxtase.
Extasiado, o presidente foi muito claro: disse que não tem mais conversa, que as Forças Armadas estão ao lado dele e que chegou ao limite.
Em precisa análise disponível na Folha (veja aqui), o repórter Igo Gielow informa que Bolsonaro se reuniu com com os três comandantes de Forças Armadas, o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo, e o chefe da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos.
O que foi tratado na reunião?
"No cardápio posto, segundo a assessoria de Azevedo, “uma avaliação do emprego das Forças Armadas na Operação de Combate ao Coronavírus, além de avaliação de determinados aspectos da conjuntura atual”, informa a análise.
O que Bolsonaro pode fazer?
Como ele mesmo disse neste domingo que a Constituição tem mão dupla e não pode ser usada apenas contra ele, poderá invocá-la para, digamos assim, adotar uma medida de exceção, ainda que temporariamente.
Que medida será essa?
Talvez só Olavo de Carvalho saiba.
Será adotada?
Também não se sabe.
Mas que o golpe está pronto, isso está está.
6 comentários:
Em vez de preparar um golpe contra o coronavírus, procura estratégias para golpear o Estado Democrático de Direito.
Esse indivíduo está levando em conta apenas o seu psicológico abalado e o egoísmo exacerbado, esquecendo das inúmeras vidas que partiram.
Será a maior tragédia na história do Brasil um pretenso "golpe", pois não vigorará por muito tempo, se é que vai ocorrer.
Vivemos hoje num mundo globalizado, onde a aceitação de um Estado na sociedade internacional depende de certos critérios, dentre esses o controle de seu povo, q não se confunde com o "cabresto", mas a eficaz manutenção e aceitação do governante por seu povo.
Impor mudanças sem consentimento e aceitação pacífica é querer ser isolado, virar uma ilha, da qual o Brasil não têm condições de se sustentar.
Portanto, o melhor é ele se conscientizar, se isso for possível, de que deve atuar contra o coronavírus e não dar um golpe no próprio pé.
O Presidente deveria direcionar suas forças para o combate e controle do Covid-19 e não perder horas procurando confrontos políticos.
Cada minuto é precioso, são vidas q estão sendo perdidas. Se é q ele se interessa por elas.
Além disso, alguém deve lembrá-lo que representa um país laico, imparcial em relação às questões religiosas, não podendo expor suas convicções enquanto representante do Estado brasileiro.
No mais, espero que não recomende "desinfetante" aos seus apoiadores, pois também são vidas de brasileiros. (uuuh! Será que ele sabe disso?)
Cantinho da Ficçãojavascript:void(0)
"Qualquer semelhança com fatos atuais é mera coincidência"
O ódio e conflitos estão sendo incutidos e provocados por obcecados pelo poder, através de radicalistas mais próximos dos mentores. O passo seguinte será o crescente aumento de bandos de fanáticos e ações em defesa dos direitos daqueles que marcham rumo à verdade que liberta. Se conseguirem o que intentam, é certo que o autoritarismo estará cada vez mais próximo. Do autoritarismo ao totalitarismo é só o ditador começar a sentir o medo de ser destronado.
A História da humanidade se repete. Por que nos privilegiaria com um script adaptado e nada drástico? Só por que brasileiro é tão bonzinho?
Depois de tudo consumado, não adianta rezar "Santa Ingenuidade, zelai e intermediar por nós...".
AHT
04/05/2020
Risível essa teoria da conspiração! Jornalismo tendencioso é sem etica!
E basta o Bolsonaro falar que tem o apoio do Exército que vc acredita? Vá falar com generais da ativa: nenhum leva o Bolsonaro a sério. É mais fácil eles apoiarem o impeachment do que golpe. Não precisa nem ir muito longe: basta ler a ficha funcional do Bolsonaro, onde não tem um único elogio e é recheada de punições disciplinares.
Ele fala essas coisas só pra manter os 20% de fanáticos do lado dele e garantir a ida pro segundo turno em 2022. Quem nem o Lula.
Vc é muito crédulo.
Postar um comentário