O prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, anunciou
no final da tarde deste domingo (26), em suas redes sociais, que a partir desta
segunda-feira será proibida a atividade comercial em todo o
município. É o se chama de lockdown,
a palavra inglesa que significa o bloqueio emergencial em determinado setor ou
em toda uma coletividade.
“Hospitais públicos e privados chegaram à
saturação em Belém”, escreve o prefeito em sua conta no Twitter. “Em novo
decreto vamos proibir a atividade comercial em geral, mantendo apenas o quer
for essencial à vida. As novas medidas passam a valer a partir desta segunda,
27/04. Peço, fiquem em casa!”, apela Zenaldo. O mesmo apelo foi feito num vídeo (assista acima).
As cenas dramáticas, de milhares de pessoas procurando
desesperadamente um local de atendimento de urgência para minorar os
sofrimentos causados pela Covid-19, expressam apenas uma das faces da tragédia
de dimensões assustadoras que se dissemina em toda a cidade.
Mortes
em casa
Relatos colhidos pelo Espaço Aberto em várias fontes indicam que tem sido assustadora a
quantidade de pessoas que estão morrendo em casa mesmo, porque não encontram
unidade de saúde onde possam ser atendidos. Leitor do blog informa que familiar
dele, que contraiu a doença e morreu em casa, ficou exposto durante várias
horas à espera de ser removido.
Casos como esse reforçam a convicção de que o
colapso – ou saturação, como prefere
a Prefeitura de Belém – no sistema de saúde público e privado do município de
Belém retiram ou minimizam a credibilidade dos números oficiais.
Até
o início da noite deste domingo, oficialmente Belém contava com cerca de 50
óbitos e 1.650 infectados. Esses números, nem de perto, aproximam-se da
realidade. Que é muito mais trágica, dramática e horrorosa do que imaginamos.
O lockdown,
a que recorre a Prefeitura, é ditada pelos fatos que estão à vista de todos.
Mas o decreto da Administração Municipal será efetivo? Será cumprido? Quais os
instrumentos de que lançará mão a prefeitura para manter o comércio fechado em
todos os bairros da cidade? Porque é fato que a desobediência à quarentana vem
crescendo nos últimos dias, em Belém e no restante do Pará. Será diferente com
o lockdown?
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