sábado, 11 de abril de 2020

Boi é boi e ladrão é ladrão. Mas uma suruba, é mesmo o quê?



Que falta nos faz o Padre Batista Campos, né?
Inclusive - ou principalmente - nestes tempos de pandemia, ele faz uma falta danada.
No século XIX, quando incendiava o Pará, e sobretudo os cabanos, por meio de seu jornal O Paraense, o padre chamava boi de boi e ladrão de ladrão. Simples assim.
Hoje, não. Está tudo diferente. Muito diferente.
Antigamente, quando 40 pessoas se reuniam para uma sessão de sexo, drogas e um sonzinho pesado, chamava-se a isso de suruba.
Hoje, não.
Não se chama nem mesmo, digamos assim, de saliência coletiva.
Chama-se a isso de social.
Esse termo é o mais puro, mais casto, recatado, cortês e elegante que eu já vi para não se dizer que boi é boi, ladrão é ladrão e suruba, ora bolas, é suruba.
Pois no Motel Sagitário, em Ananindeua, 40 pessoas foram detidas durante um social regado, como convém, a sexo, drogas, bebidas e um sonzinho bem maneiro.
Foi a Guarda Municipal de Ananindeua quem entrou em ação e deteve todos os que estavam socializando.
Mas ainda não se esclareceu o seguinte.
E o motel?
Vai pagar multa?
Vai ser penalizado porque admitiu 40 pessoas de uma vez só para se divertirem durante um social?
Se um casal entra num motel, mesmo nestes tempos de isolamento social, para fazer sua saliência daquelas bem convencional (frequente ou muitíssimo ocasional), tudo certo.
Mas 40 - e de uma vez só?
A gerência do motel não impedi esse social por quê?
Por que tolerou o ajuntamento?
Quanto faturou com essa transgressão ao decreto de isolamento?
Enfim, foi autuada e vai pagar a multa?

Um comentário:

Pedro do Fusca disse...

A TV Record em seu programa policial mostrou a quantidade de tóxico aprendido nesta surubada e ninguêm falou que alguêm foi enquadrado como traficante. O único mau foi o ajuntamento. Afinal cortaram o barato da rapaziada que estavam aproveitando do seu jeito o que a vida proporciona, fazendo inveja a muita gente.