sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Presentes que Belém merece


FRANCISCO SIDOU

As forças do atraso, lideradas por poderosos empresários de ônibus, são contra qualquer medida que possa resultar em soluções efetivas para o pesado tráfego e estressante trânsito de Belém. Há mais de 20 anos que clamo no deserto pela adoção de linhas fluviais urbanas interligando a capital com Mosqueiro, Icoaraci, Outeiro, Combu e Ilhas, como solução mais viável e econômica para os graves problemas de mobilidade urbana que só fizeram crescer desde então diante da omissão e leniência dos agentes públicos.
Não por acaso, todas as licitações para o transporte fluvial foram consideradas "desertas", por falta de interessados. Os chineses, por exemplo, estão interessados em investir nesse modal. O BRT, verdadeiro monumento ao desperdício de dinheiro público, não resolverá os problemas dos congestionamentos colossais. Quando ficar pronto - e se ficar - ao custo de mais de R$-500 milhões estará defasado como solução moderna para a mobilidade urbana em Belém. Será inviável sua extensão até o Ver-o-Peso, pois os corredores de tráfego como a Governador José Malcher estão totalmente saturados.

A solução natural é a saída pelas águas. É o óbvio ululante de que falava Nelson Rorigues. Todo mundo sabe que é a melhor solução, mas ninguém se atreve a adotá-la. Ainda assim ninguém deve deixar de amar e festejar essa bela e faceira morena cidade Belém, que mesmo tão maltratada pelos senhores feudais de seu destino, ainda assim não perde o encanto de sua brejeirice e a magia de seus cheiros, sabores e cores. Viva Belém !

Um comentário:

Anônimo disse...

É vero! Investir em outros meios se mobilidade é a solução, já adotado em outras cidades, mas Belém vive em função dos grandes interesses políticos e empresariais daqueles que sobrevivem do caos.