Nunca antes, jamais, em tempo algum, desde que Donald
Trump assumiu a presidência dos Estados Unidos, falou-se tanto como nas últimas
semanas, claramente, abertamente e enfaticamente, sobre sua sanidade mental. Ou, se quiserem, sobre sua insanidade mental.
Uma das sentenças que se disseminam é singela: Trump é doido. Clinicamente maluco.
O
senhor Trump está mostrando sinais de dano que uma pessoa média não poderia
ver. Ele está se tornando muito instável rapidamente. Há uma necessidade de
avaliação neuropsiquiátrica que poderia demonstrar sua capacidade de atuar.
A rede CNN revelou agora que, em dezembro, um
grupo de congressistas, a maioria democratas, consultou uma professora de
Psiquiatria da Universidade de Yale, sobre a saúde mental do presidente.
A professora Brady Lee deixou claro que não está
em posição de diagnosticar o presidente, mas disse o seguinte:
O mais impressionante de tudo isso é que,
confrontado com essas especulações, que para muitos já ganharam foros da mais
definitiva verdade, Trump vai para o Twitter, seu palco principal, sua ribalta
preferida, e diz que, além de ser emocionalmente estável, é um gênio, porque tornou-se
bilionário na iniciativa privada e elegeu-se presidente dos Estados Unidos na
primeira eleição de que participou.
Hehe. Trump mais Trump do que nunca.
A declaração foi feita após a impressionante
repercussão do lançamento, no último final de semana, de Fire and Fury – Inside the Trump White House (Fogo e Fúria – Por Dentro da Casa Branca de Trump), um livro
devastador em que o autor, Michael Wolff, faz revelações como a de que assessores
de Trump, quase todos, acham que suas atitudes são de criança. Criança mimada.
Wolff foi a um programa de TV e disse o
seguinte:
Todos
[na Casa Branca] dizem que ele é como uma criança. Eles dizem que ele é um
idiota. Lembrem-se, esse homem não lê e não escuta, ele é como uma máquina de
pinball rebatendo tudo para os lados.
Com essa declaração de Wollf, é o caso de nos
apropriarmos de uma das máximas do vulgo, segundo a qual há doidos que podem
até ser doidos, mas não são burros.
Então, digamos: Trump pode ser ser doido, mas
não é burro.
Mas, a partir dessa hipótese, uma essencial,
fundamental, exponencial indagação que se pode fazer é a seguinte: para um
líder mundial que dispõe, à distância de um dedo, de um botão que, se apertado,
deflagrará (toc, toc, toc) uma hecatombe nuclear de dimensões mundiais, o que
seria mais perigoso – ele ser burro ou ser doido?
Com o perdão de quem discordar, mas o blog acha
de uma evidência solar que o mais perigoso é quem é doido, né? Porque o burro poderia,
pelo menos em tese, ser mais fértil a vozes inteligentes e ponderadas que
haveriam de alertá-lo sobre a inoportunidade de apertar o botão da hecatombe.
Mas o certo é que, idiota ou doido, doido ou
idiota, os Estados Unidos estão nas mãos de um homem absolutamente
imprevisível.
E isso é pavoroso.
Simplesmente pavoroso.
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