Durante toda a minha vida, combati intolerância
de qualquer tipo —racial, inclusive—, e minha vida profissional e pessoal é
prova eloquente disso. Autorizado por ela, faço aqui uso das palavras da
jornalista Glória Maria, que foi bastante perseguida por intolerantes em redes
sociais por ter dito em público: "Convivi com o William a vida inteira, e
ele não é racista. Aquilo foi piada de português."
[...]
Por ter vivido e trabalhado durante 21 anos fora
do Brasil, gosto de afirmar que não conheço outro povo tão irreverente e brincalhão
como o brasileiro. É essa parte do nosso caráter nacional que os canalhas do
linchamento —nas palavras, nesta Folha, do filósofo Luiz Felipe Pondé—
querem nos tirar.
Admito, sim, que piadas podem ser a manifestação
irrefletida de um histórico de discriminação e exclusão. Mas constitui um erro
grave tomar um gracejo circunstanciado, ainda que infeliz, como expressão de um
pensamento. Até porque não se poderia tomar um pensamento verdadeiramente
racista como uma piada.
[...]
Termino com um saber consagrado: um homem se
conhece por sua obra, assim como se conhece a árvore por seu fruto. Tenho 48
anos de profissão. Não haverá gritaria organizada e oportunismo covarde capazes
de mudar essa história: não sou racista. Tenho como prova a minha obra, os meus
frutos. Eles são a minha verdade e a verdade do que produzi.
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