sexta-feira, 12 de janeiro de 2018
Bom dia, Belém. Apesar de tudo, bom dia!
Pois é.
Todas as vezes em que olhamos pra Belém e esse olhar, pelo que vemos, não corresponder ao que sentimos por esta cidade - um terno afeto por sua brejeirice, faceirice e hospitalidade -, todas as vezes em que acontece isso, por que não escutarmos essa música?
Por que não darmos bom dia a Belém - como nesse hino à cidade, que Edyr Proença e Adalcinda Camarão compuseram -, mesmo que Belém não nos inspire um bom dia?
Me abraça apertado que eu vou chegando
Sem sol e sem lua, sem rio e sem mar
Coberta de neve
Levada no pranto dos rios que correm
Cantigas no ar
Onde anda meu barco de vela azulada
De foi depenada sumindo sem dó
Onde anda a saudade da infância na grama
Dos campos tranquilos do meu Marajó
Belém, minha terra, meu rio, meu chão
Meu sol de janeiro a janeiro, a suar
Me beija, me abraça que eu
Quero matar a imensa saudade
Que quer me acabar
Sem círio de virgem, sem cheiro cheiroso
Sem a chuva das duas que não pode faltar
Murmuro saudades de noite abanando
Teu leque de estrelas
Belém do Pará!
Bom dia, Belém!
Bom dia, nestes 402 anos.
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