Do Comunique-se
O relatório “Killing the Messenger”, divulgado
na última semana pelo International News Safety Institute (INSI), registrou 35
mortes de jornalistas durante o exercício da profissão em todo o mundo nos
primeiros seis meses de 2017.
Segundo o relatório, 18 jornalistas foram mortos
em países que supostamente não estão em guerra. O texto ainda diz que 19 foram
assassinados a tiros, 10 foram vítimas de explosões, 4 morreram no fogo cruzado
e 33 deles eram residentes nos lugares onde os mataram.
Nesse período, o Afeganistão, o México e o
Iraque foram os países que mais registraram baixas. Jornalistas também foram
mortos no Paquistão, Iêmen, Rússia e República Dominicana.
O Afeganistão foi o local onde mais se mataram
jornalistas no período. Ao todo, 9 assassinatos ocorreram em três diferentes
ataques a bomba promovidos, de acordo com o INSI, pelos grupos Taleban e Estado
Islâmico (EI). O objetivo era atingir diretamente a imprensa.
No México, o segundo país mais letal para
jornalistas, 7 pessoas foram mortas a tiros. Os assassinatos geraram protestos
na Cidade do México, e o presidente Enrique Peña Nieto prometeu fortalecer a
proteção para os profissionais de comunicação.
A imprensa mexicana afirma que promessas não são
o suficiente. “A justiça não é construída com boas intenções e declarações”,
disse ao INSI a jornalista Elia Baltazar, “mas com combate à impunidade, que é
a obrigação das autoridades mexicanas. Mas não há luta contra a impunidade de
frente para crimes contra jornalistas. Eles não são investigados e ninguém é
responsável.”
De janeiro a junho de 2017, houve apenas três
casos de assassinato de jornalista nos quais o INSI observou que as autoridades
identificaram e prenderam os responsáveis.
No Iraque, seis jornalistas foram pegos. A
principal causa de morte foi o fogo cruzado.
O levantamento mostrou ainda um declínio do
número de mortes em relação ao ano passado – em 2016, foram 49 jornalistas
assassinados de janeiro a junho. Apesar disso, a diretora assistente do INSI,
Anna Bevan, preocupa-se com o aumento do número de ataques físicos e virtuais à
imprensa.
“[Os ataques] estão fazendo com que muitos se
autocensurem ou até mesmo deixem a profissão definitivamente”, diz Anna. “Isso
tem um efeito tão danoso para as vidas individuais, mas também é tão prejudicial
à democracia”.
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