Acreditem, meus caros: vândalos são vândalos.
Simples assim.
Seja ele remista, bicolor, tricolor,
flamenguista, torcedor do Jaguaré, enfim, seja quem for, vândalo é vândalo.
O vandalismo, o ato criminoso mais repulsivo
deste ano, no futebol paraense, talvez seja o que deu motivo para a renúncia do
presidente do Paysandu, Sérgio Serra, ameaçado por um bandido qualquer - reles,
desprezível e vil, como todos os bandidos - quando desfrutava de um momento de
lazer com sua família, num lugar público de Belém.
Este blog sempre e sempre se opôs a torcidas
organizadas e a fanatismos de qualquer espécie que resultam em coisas como a
que aconteceu com Serra.
Pesquisem à vontade, aqui no blog, e vejam
várias e contundentes postagens cobrando dos clubes que não admitam e não estimulem torcidas
organizadas.
O Espaço
Aberto tem condenado frequentemente, há anos, a presença de torcedores em
treinos, sobretudo os que comparecem apenas cornetar
jogadores e dirigentes. Fazer isso num campo de futebol, na condição de
consumidor de um evento, isso sim. Mas na hora em que os atletas estão
trabalhando, não.
Enfim, leiam o que a irmã do ex-presidente do
Paysandu, a jornalista Cristina Serra, escreveu e que está rolando aí pelas
redes sociais.
O desabafo dela oferece a medida exata sobre a
quantas pode chegar o vandalismo que se traveste de paixões, como se isso fosse
uma atenuante ou mesmo um álibi para condutas criminosas como a que resultou na
renúncia do presidente bicolor.
Leiam
a seguir:--------------------------------------------
"Meu irmão, Sérgio Serra, acaba de renunciar à presidência do Paysandu Sport Clube (time de futebol de Pará), depois de um episódio traumático que nos abalou a todos. No domingo à noite, ele passeava numa praça em Belém com a esposa, Cristina (sim, minha xará), e o filho mais velho, Gustavo, de 14 anos, quando dois homens numa moto se aproximaram. Um deles, com o rosto encoberto pela camisa, encostou o revólver no rosto do meu irmão e disse o seguinte: "Eu já sei onde tu moras. Se o Paysandu descer pra série C, eu acabo contigo, com a tua mulher e com esse teu filho maluco". Detalhe, Gustavo, meu sobrinho, é um adorável adolescente autista, um tesouro que temos em nossa família.
Abaladíssimo, meu irmão tomou a única decisão possível numa situação como essa, a renúncia. Como muitas outras coisas no Brasil, o futebol (com poucas exceções), pra mim, há tempos virou coisa de bandido. Já está a tal ponto contaminado que não há o que reformar, recuperar, restaurar, tamanha a putrefação. E dou ênfase: tal como outras tantas coisas no Brasil.
Quando meu irmão informou à família que iria se candidatar à presidência do clube, todos lamentamos. Eu, particularmente, achava um desperdício o Sérgio dedicar o seu talento, sua competência, sua inteligência e seu altruísmo a isso. Mas meu irmão é um idealista, tem um coração de ouro, acredita poder fazer a diferença com seus valores, seu trabalho e sua dedicação. Sou testemunha do quanto trabalhou nestes seis meses, sacrificando o tempo precioso em que poderia estar com a família e sua vida profissional, para se dedicar ao clube que é sua paixão desde a infância.
Infelizmente, vejo este caso, que me toca tão de perto, como uma metáfora do Brasil de hoje, em que bandidos nos ameaçam, nos amedrontam, nos tiram a crença de que podemos contribuir para a construção de algo melhor, nos tiram a esperança em dias melhores. Pobre Paysandu, pobre Brasil."
3 comentários:
Futebol, carnaval, política... deveriam acabar
Estupidez lamentável! Chega de violência!
Tá certo! Não defendendo os vândalos que são vândalos, mas já foi feita denúncia sobre esse fato?? Muito cômodo atribuir a renúncia a uma ameaça física, principalmente que quem relata está do outro lado da floresta. Se esse fato realmente ocorreu como descrito no feicibuqui, que se apure e puna os responsáveis (o que é difícil de acreditar que vá acontecer por que a chacina da Condor já completou um mês e nem um cristão foi indiciado ou apontado como autor desse crime, mas é preciso insistir, vai que a puliça encontre esses motoqueiros. Enfim futebol é paixão, arte e negócio, não necessariamente nessa ordem. Que se apure tudo!
Cláudio Teixeira
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