Olhem só.
Vejam as imagens ao lado.
No meio da tarde de ontem, eram destaque nos
principais sites jornalísticos do País.
O destaque não era de menos.
Quem falou isso aí, que vocês estão lendo, foi
Luís Roberto Barroso, um ministro do Supremo. Ministro
novato, como já disse certa vez Marco Aurélio Mello, um repositório
inesgotável de inesgotáveis ironias.
Pergunta-se, em português de Portugal, sem juridiquês algum: essas Excelências não
estarão sendo tagarelas demais, hein?
Não estarão passando dos limites em suas,
digamos assim, perorações fora dos autos?
Está bem, muitos de vocês, leitores do Espaço Aberto, poderão objetar que é
coisa ultrapassada esse negócio de juízes só falarem nos autos, de só se
manifestarem nos despachos, decisões e sentenças que escrevem e são juntados
aos autos de processos sob seu julgamento.
Pode até ser ultrapassado, mas não totalmente ultrapassado.
É preciso que os magistrados, eles próprios,
tenham o discernimento sobre até onde podem ir em suas alocuções.
Porque, se ficarem muito entusiasmados com a
possibilidade de expressar suas opiniões sobre tudo e todos quando não estão
julgando, vão acabar eventualmente impedidos de julgar, de tanto que já falarem
fora dos autos.
Luís Roberto Barroso, por exemplo.
A sua exasperação nos deixa livres para imaginar
mil e uma coisas sobre o que ele pensa em relação ao PMDB e aos peemedebistas.
Como somos livres para pensar, podemos até
concluir que Barroso tem nojo ao PMDB e aos peemedebistas como alternativa de
poder.
Não se discute o mérito de sua opinião e nem de
suas preferências.
Mas ele é um juiz, né?
Se externa uma opinião como essa, publicamente,
como imaginar que ele terá isenção e imparcialidade quando se defrontar com a
necessidade de expender, formalmente, seus juízos em autos que lhe caírem nas
mãos envolvendo o PMDB e peemedebistas?
Como?
2 comentários:
Dilma ultimamente cantarola seguidamente essa cantiga popular, que aprendeu lá no Rio Grande do Sul:
Boi Barroso
Cantigas Populares
Eu mandei fazer um laço do couro do jacaré
Pra laçar o boi barroso, num cavalo pangaré
(Refrão)
Meu Boi Barroso, meu Boi Pitanga
O teu lugar, ai, é lá na cana
Adeus menina, eu vou me embora
Não sou daqui,ai, sou lá de fora
Meu bonito Boi Barroso,que eu já dava por perdido
Deixando rastro na areia logo foi reconhecido
(Refrão)
Depois que Gilmar Mendes à anos vestiu a camisa de campanha e transformou o Supremo e o TSE em palanque para discurso de oposição o vale-tudo se instalou de vez.
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